sábado, 17 de agosto de 2019

Contos de encantar




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Autor: E. E. Cummings
Ilustração: Rachel Caiano
Tradução: Hélia Correia
Editor: Ponto de Fuga
Data de publicação: maio 2018
Nº de Páginas: 88
Livro recomendado pelo PNL2027




Sinopse


O livro é constituído por 4 pequenas narrativas poéticas sobre o amor, o nascimento e o desfazer da solidão que o escritor norte-americano Edward Estlin Cummings, mais conhecido como E. E. Cummings (1894-1962), escreveu na década de 1920, para a sua filha, Nancy, quando esta era criança.

O velho que perguntava porquê” é o título do primeiro conto, que tem como protagonista um Silfo que vive “na mais longínqua das estrelas”. Após “ter vivido milhões e milhões de anos feliz e em sossego”, este simpático ser é abordado pelos vizinhos – “Será que esta gente toda vem ter comigo para me trazer os seus problemas? Que hei de eu fazer?”. O Silfo, que come luz e silêncio, “parou de voar e pousou na lua”, tentando persuadir o “velhote de olhos verdes e com mãos de boneca” a pôr um término aos múltiplos porquês.

Estamos no mundo dos porquês, das perguntas. As perguntas (con)vivem entre nós. Por vezes, andamos distraídos e não tomamos consciência de que questionar é uma outra forma de ler o mundo. Questionar é pura intencionalidade. O “homenzinho muito muito velho” continua a questionar “Porquê?”. Afinal, mais importante do que as respostas é parar para pensar. "Era uma vez um elefante que não fazia coisa alguma o dia todo” é o começo de um gracioso e magnifico conto sobre um elefante solitário, que faz amizade com uma borboleta. Um conto sobre esperar de modo a saborear as palavras de um momento único: “Vou adorar seguir contigo pela estrada caracoleante abaixo até lá longe – vamos sair pela portinha da tua casa e descer os degraus os dois juntos – vamos?”.

A casa que comeu tarte de mosquito” conta-nos a ternurenta paixão de uma casa que ficava isolada, no cimo de um monte, e que, certo dia, se apaixonou por um pássaro. Quão grande era a felicidade de os ver juntos.

A quarta narrativa, “A menina chamada Eu”, é singela e de uma graciosidade ímpar, onde Cummings nos apresenta a duas meninas: a Eu e a Tu. “Quem és tu? Tu. É quem eu sou (…) Eu chamo-me Tu”. 

A nível visual, o laranja, o azul e o preto, as únicas cores que Rachel Caiano escolheu para legendar as palavras do poeta norte-americano, empolam a imaginação do leitor e engrandecem este objeto-livro. As ilustrações, ora de página simples ora em página dupla, articulam-se de forma elegante com o texto.



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