segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Ferramentas assistidas por Inteligência Artificial: Desafios e Oportunidades para a Aprendizagem

 







Agenda da Sessão:

1) IA na Educação - uma introdução

2) IA Generativa - desafios e oportunidades
3) IA hoje - oportunidades para a aprendizagem
4) Ferramentas IA: Chat GPT - SOTA

Sessão dinamizada por Marco Neves e moderada por Mário Martins (Forma-te).


sábado, 25 de fevereiro de 2023

16ª edição CNL: fase Intermunicipal

 


A prova oral da fase intermunicipal do Concurso Nacional de leitura está marcada para o dia 31 de março. O programa será divulgado em breve.


As obras selecionadas para esta fase são as seguintes: 


3º Ciclo: O tesouro, de Selma Lagerlöf












Secundário: Número zero, de Umberto Eco

 











CNL - Prova de seleção municipal 2023

 















A Ana Leonor Martins e o Guilherme Machado estão de parabéns! Passaram à fase CIMDouro do Concurso Nacional de Leitura.

De parabéns, está também o aluno Afonso Varandas pela sua prestação na fase municipal - foi selecionado para a prova oral, tendo realizado uma excelente prova de leitura e de argumentação, na Biblioteca Municipal.


Biblioteca Municipal. 24 de fevereiro de 2023







A batata Tata

 










O objetivo deste livro é partilhar os conceitos básicos de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) com o público mais jovem e estimular a reflexão sobre o impactO ambiental dos produtos. Os impactos ambientais da Batata Tata apresentados são baseados num estudo sobre impactos ambientais do consumo dos cidadãos europeus, realizado pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia. Os impactos ambientais são avaliados com a avaliação de ciclo de vida.


European Commission, Joint Research Centre, Caldeira, C., Gusmini, G., França, C., et al., A batata Tata, Sala, S. (editor), Publications Office of the European Union, 2022, https://data.europa.eu/doi/10.2760/88839 (online) (PORT)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Yasaman Aryani foi libertada!

 














Lembram-se de Yasaman Aryani?

Em 2019, esta ativista iraniana e a sua mãe foram injustamente condenadas a 16 anos de prisão apenas por manifestações pacíficas contra as leis abusivas e discriminatórias do uso forçado do véu no Irão – uma dessas ações, foi a distribuição de rosas brancas no metro de Teerão, no dia da mulher.

Aquando da Maratona de Cartas, o caso de Yasaman Aryani reuniu, só em Portugal, mais de 50.000 assinaturas, que foram enviadas à Embaixada do Irão em Lisboa.

No passado dia 15 de fevereiro, Yasaman Aryani e a sua mãe, saíram em liberdade e hoje podemos todos celebrar graças a todas as pessoas que no mundo se mobilizaram.



Literacia financeira - Canais Digitais

 

Prevenção da Fraude























Amanhã, na Biblioteca, discute-se Literacia financeira, mais propriamente os "Canais Digitais - Prevenção da Fraude". 

Desta vez, a (in)formação é dirigida aos alunos do 12º F.
Os formadores, do Banco de Portugal - Agência de Viseu, são Gonçalo Peixoto e Viviane Veloso.

16ª edição CNL: fase Municipal

 


Na próxima sexta-feira, dia 24 de fevereiro, decorre mais uma prova de seleção do Concurso Nacional de Leitura. Desta vez, cabe à Biblioteca Municipal de Vila Real a responsabilidade da organização do evento. 
















Prova escrita: na Biblioteca, às 10:30

Prova oral: na Biblioteca Municipal, às 14:30.


Obras selecionadas para a prova:


3º Ciclo: Coisas que acontecem, de Inês Barata Raposo


Secundário: O carteiro de Pablo Neruda, de Antonio Skármeta


Regulamento


Programa


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Carnaval | Pintura

 















Carnival por Gösta von Hennigs - 1909 - Nationalmuseum Sweden, Sweden - Public Domain.
http://www.europeana.eu/item/2064116/Museu_ProvidedCHO_Nationalmuseum__Sweden_18748


Carnaval

 



Francis Smith, "Mardi Gras", 1942.













Francis Smith fixou-se em Paris ainda novo, mas nunca deixou de pintar a cidade de Lisboa da forma como a recordava. Nesta pintura da Coleção do CAM, Francis recria um dia de Mardi Gras (carnaval, terça-feira gorda na sua cidade natal, evocando as suas típicas casas e escadarias.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Concurso Nacional de Leitura - Passagem à fase municipal

 





















Concluída a prova oral a nível de escola, divulga-se a lista dos alunos que vão agora participar na prova de seleção municipal, que terá lugar no próximo dia 24 de fevereiro.  

Parabéns a todos os participantes!

Felizes encontros de leitura!


Como fazer um programa de rádio ...em 10 lições

 







Webinar. Dia Mundial da Rádio, 13 de fevereiro, das 11h às 12h.




Se sempre quis produzir um programa de rádio, mas não sabia por onde começar? Esse problema acaba com este webinar! A equipa da Rádio ZigZag explica "Como fazer um programa de rádio… em 10 lições!"

O webinar contou com a participação de:
Iolanda Ferreira - Produtora de conteúdos na Antena1 e na Rádio ZigZag. Coordenadora editorial e de equipa da Rádio ZigZag.
Joana Dias - Produtora da mais jovem rádio do grupo RTP, a Rádio Zig Zag. Passa os dias a escrever histórias e a criar cinema para os ouvidos.
Inês Sá Ribeiro - Produtora de Rádio e de Espetáculos. Curiosa e despachada.
Ricardo Fialho - Designer de som, produtor e compositor. Cria a identidade sonora da estação, como edição, gravação e desenvolvimento de novos conteúdos como promoções e jingles.

Veja agora o vídeo do referido Webinar e saiba como produzir um conteúdo áudio/podcast!


terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Dia dos namorados

 

💖

E nos antigos mercados de Damasco, todos os anos, os vendedores exibem presentes especiais como rosas vermelhas, ursinhos de pelúcia de vários tamanhos e algumas roupas para atrair clientes no dia 14 de Fevereiro, que é o Dia dos Namorados.

E o Dia dos Namorados não se limita apenas às pessoas que estão a namorar ou entes queridos. As pessoas dão presentes às suas amigas, às suas mães, porque na Síria consideram o dia como o ciclo da vida que não parou.

Quando vamos ao Al-Asrounnich Markets, por exemplo, vemos as vitrines decoradas com vermelho e ficamos felizes.

Apesar da guerra e do que as pessoas da Síria sofreram com os bombardeios, mortes e pandemia do corona, as pessoas ainda comemoram o Dia dos Namorados, tentando trazer alegria aos corações.

Mas depois que esse terramoto ocorreu na Síria e em alguns países vizinhos, como Turquia e Egito, as comemorações pararam para lamentar os mortos.

Seren Ateya, 9º D nº 17

Português Língua Não Materna – nível A1







Ciência: Há química entre nós?

 

















O corpo humano é uma fábrica de compostos químicos.
Tudo o que fazemos resulta de milhares de milhões de interações químicas que acontecem dentro de nós. E a química dos outros também provoca reações em nós. Quem o diz é Nuno Maulide, o novo especialista em ciência.

A terceira temporada do [IN] Pertinente vai estar recheada de pequenas partículas que, em conjunto ou isoladamente, determinam ou provocam grandes efeitos. É isso mesmo, vamos falar de química e de como ela está, permanentemente, no meio de nós.

Prepare-se para a dupla Inês Lopes Gonçalves e Nuno Maulide.



Mara's Poems

 

💕





Partilhamos 3 poemas da autoria da aluna Mara Araújo, do 9º B , celebrando o São Valentim.
Dois dos poemas têm a voz da colega de turma, Bruna Oliveira.




Era uma vez um amor...




58% dos jovens que namora diz já ter experienciado violência no namoro, segundo o mais recente estudo nacional sobre o tema promovido pela UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta [PDF].



Vídeo produzido por alunos do Agrupamento de Escolas de Coruche


Amor é







O amor é um tema omnipresente na literatura universal. 
No Dia dos Namorados, deixamos aqui algumas sugestões de leitura.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Sobre as amendoeiras

 































Estes cartazes são o produto de um trabalho de investigação sobre as amendoeiras, realizado pelas alunas de Latim 11º ano, Bárbara Botelho e Leonor Ferraz.
Parabéns!

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Pessoa em Banda Desenhada

 

























Está patente na área de exposições da Biblioteca uma exposição em banda desenhada sobre a obra de Fernando Pessoa.

O autor dos desenhos e do argumento é Miguel Moreira.






O livro “As Aventuras de Fernando Pessoa, Escritor Universal”, está finalmente disponível em todas as livrarias portuguesas, numa edição da histórica Parceria António Maria Pereira, a mesma casa editorial portuguesa que editou, em 1934, a “Mensagem” de Fernando Pessoa.



Eles passarão... eu passarinho

 
















Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão…
Eu passarinho!

Mário Quintana


Sobre a Educação

 

NÃO SE TRATA DE ENCHER UM BALDE, TRATA-SE DE ACENDER UM FOGO

















PREPARO-TE PARA PENSAR, NÃO PARA RECEBER OU CARREGAR — EIS UMA FRASE POSSÍVEL E SENSATA

D

edicado aos professores, alguns deles extraordinários, que mudaram o meu percurso, a minha cabeça e os meus pés.

1.

Atribuída ao poeta Yeats, mas também atribuída a um filósofo dos antigos, eis a frase que para mim é uma das mais belas sínteses sobre a educação: “Não se trata de encher um balde, trata-se de acender um fogo.”

Não se trata de um encher um balde passivo com informação até ao topo, até transbordar, até a cabeça mirrada para a pura função da memória não reter mais (função de memória, de replicação, de eco, que, em vez de repetir apenas a última sílaba, como o eco natural de certos sítios faz, repete — resistente — dez, vinte ou cinquenta páginas de um denso manual. Um eco prolongado e treinado). Eis o que parece ser, por vezes, o desígnio de uma escola que tem de ser repensada desde as fundações ao tecto — eventualmente, quem sabe, abrindo, para baixo, minas e outras armadilhas e, para cima, nos sótãos, amplas janelas Velux para que o limite da escola não seja definido pelos materiais que tapam a vista, mas sim pela capacidade óptica de um aluno excitado com o exterior e preparado para pensar — como um atleta de 100 metros se prepara para partir.

Preparo-te para pensar, não para receber ou carregar — eis uma frase possível e sensata.

Fazer, das humanas cabeças criativas, simples máquinas de musculação da memória — como se repetir fosse a função técnica do aluno, reduzido a gravador sonoro com dois olhinhos, dois ouvidos e pouco mais, eis no que muitas vezes estamos.

E sim, claro, felizmente, há muitas, muitíssimas, excepções.

2.

Mas sim, um ensino que, no geral — por obrigação do programa, da avaliação e da burocracia — ficou na fase do espelho (localizada dos 6 aos 18 meses para o psicanalista Lacan); fascínio pelo espelho e pelo eco; repete o que vês e o que ouves (espelho-eco); como as crianças que imitam e repetem a última sílaba de palavras que não entendem (claro, evidente, que a memória é fundamental. Não se trata de ignorar a sua importância — sem memória, aliás, ninguém pode ser criativo — trata-se simplesmente de dizer o óbvio: que a memória não é o centro de uma cabeça humana — se assim fosse, a pobre cabeça humana há décadas que fora ultrapassada pelo mais miserável dos computadores — é uma parte dela, uma entre infinitas outras possibilidades que a cabeça humana tem).

Faz e diz qualquer coisa de diferente com o que viste e ouviste — eis o que me parece um pedido minimamente sensato, e nadíssima excessivo; pouca coisa, portanto, se pede: que a cabeça humana exerça na escola os seus direitos individuais.

Vê e ouve, e faz algo de novo — para que também eu veja e ouça algo de novo —, eis uma síntese que me parece evidente; o professor acende o fogo, mas a tocha é levada pela mão do aluno para onde ele quiser, pois claro. A diferença entre ter informação e ter curiosidade é a diferença entre carregar um peso e carregar uma vontade. Com o peso excessivo inútil, mal sairás do sítio; com uma vontade individual será difícil ficares quieto enquanto permaneceres vivo (um aparte rápido: as multidões sem o mínimo de pensamento que são convencidas por “professores de vida” que usam argumentos ao nível dos quatro anos poderão ser consequência, em parte, de um processo de esvaziamento cerebral que acompanha o encher denodado e repetido, ano após ano, dos sucessivos baldes. Há baldes vazios por todo o lado e isso assusta; enchem salas e salas).

3.

Não se trata, pois, na educação, de um encher um balde passivo com informação até ao topo, até a água transbordar do coitado do balde-passivo e molhar o passeio e fazer escorregar todos os sujeitos que por ali andam. Ensinar é acender um fogo: criar uma inquietação tensa, uma curiosidade; ensinar não é passar mercadoria de um lado para outro; mercadoria feita de factos, datas e definições; é ensinar a curiosidade e esta não se ensina senão com o contágio de uma curiosidade que ali ao lado avança, sem pausas, para o que é forte e brilha — com esse entusiasmo que quase queima, de modo benigno, todos os que por ali andam.

O aluno-transformado em balde, eis uma ideologia bem evidente, em muitos países — que os programas e as avaliações muitas vezes impõem e aos quais os professores são quase sempre alheios. O aluno como balde-passivo transportado de ano para ano, do 9º para o 10º ano, do 10º ano para o 11º, e assim sucessivamente até ao diploma final. Eis onde muitas vezes estamos.

4.

Nenhum método pedagógico está ao nível do entusiasmo, diga-se; o entusiasmo é da ordem do divino (ou do melhor que pode o humano), os métodos são da ordem das máquinas e da utilidade. A utilidade é aquilo que anda, o entusiasmo é aquilo que salta.

Gonçalo M. Tavares. "Os cadernos e os dias", E-Revista, Expresso, Semanário#2624, de 10 de fevereiro de 2023 

Gonçalo M. Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia


sábado, 11 de fevereiro de 2023

Quebrar estereótipos

 


















Vamos quebrar os estereótipos!

Vamos aproveitar a diversidade!

Vamos pressionar os limites da inovação!

Escolha #Ciência!


Hoje é o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência!






Pasolini leitor d’Os Lusíadas

 



10/01/1962-Roma, Itália: Observando através das lentes de uma câmara de cinema, o famoso diretor de cinema italiano Pier Paolo Pasolini é visto em plena ação num set em Roma. O diretor estava a trabalhar no seu novo filme “La Ricotta”, com Orson Welles, nos Estados Unidos.



Por Rita Marmoto

Uma considerável parte dos desenhos e do acervo manuscrito e datilografado de Pasolini, objetos pessoais (como a carismática Olivetti Lettera 22), obras de arte e a sua biblioteca encontram-se hoje depositados no Gabinetto G. P. Vieusseux, em Florença. A revelação é um dos livros dessa biblioteca: Camoens, Luigi. I Lusiadi, Traduzione di A. Nervi, Milano, Edoardo Sonzogno Editore 1882 (“Biblioteca universale”, 11-12).

A leitura do poema de Camões, na tradução de Antonio Nervi, remonta à sua adolescência. Ficou tão intensamente gravada na sua memória, que em 1970, no prefácio à antologia de versos intitulada Poesie, recorda: “Aos 13 anos fui poeta épico (da Ilíada aos Lusíadas)”. Poesie é uma antologia pessoalíssima, organizada na última década de vida do malogrado autor. O prefácio autobiográfico que a acompanha capta momentos do seu percurso biográfico aos quais conferiu um valor particular, o que torna a recordação de Os Lusíadas extremamente significativa.

Aos 13 anos, Pier Paolo vivia em Cremona. Passava as tardes nas margens do Rio Pó com o irmão e os amigos. Construíam fortalezas de canas e imaginavam aventuras.

A família Pasolini ia andando de terra em terra, ao ritmo das transferências do pai, oficial do exército. De Cremona, mudou-se depois para Scandiano, para Bolonha e ainda para Parma. Com ela, também a tradução I Lusiadi, de Antonio Nervi, ia andando de casa em casa. Quando a guerra se agudizou, a mãe, com os dois filhos, refugiou-se em Casarsa, no Friuli. O pai, promovido a major, tinha partido para África e viria a ser feito prisioneiro no Quénia. O irmão ir-se-ia juntar a um grupo de partigiani, acabando por ser assassinado numa emboscada organizada pelos eslovenos, que tinham ambições de domínio sobre a zona leste do Friuli.

Em Casarsa, o volume de I Lusiadi passou para as estantes de madeira escura que cobriam as paredes da cozinha. Pier Paolo montara o seu escritório nessa divisão da casa, e quem passava na rua via-o sempre entre os seus livros, sentado à mesa de mármore. Os móveis tinham sido mandados construir pelo pai, no quartel, com recurso à mão-de-obra de soldados que sabiam de carpintaria.
Quando a força aérea aliada chegou ao Friuli, a habitação ficou em perigo, dada a sua proximidade com a estação de caminho de ferro e com uma ponte do Rio Tagliamento. Mãe e filho fugiram para um tugúrio perdido nos campos. Com a ajuda de um amigo, Pier Paolo conseguiu transportar os livros num carro de mão. E assim ficaram I Lusiadi resguardados dos bombardeamentos, num depósito de feno, bem acomodados naquelas estantes escuras.

Em janeiro de 1950, Pasolini, acusado de má conduta moral, foge intempestivamente para Roma e a mãe acompanha-o. A biblioteca de Casarsa, já incompleta, chegou a Roma em 1951, com o pai. Foi morar para a periferia nordeste, em Ponte Mammolo, numa casita ainda em construção. De Ponte Mammolo, passou para os dois apartamentos em Monteverde Vecchio, o de Via Fonteiana e o de Via Giacinto Carini, sempre arrumada nas prateleiras escuras.

Foi com a mudança para a zona da EUR (Esposizione Universale di Roma), em 1963, que também as estantes mudaram de cor. Pasolini adquiriu um apartamento em Via Eufrate e mandou fazer estantes novas, de madeira clara, herdeiras do funcionalismo moderno. Iam até ao teto, cobrindo as paredes do seu quarto e de áreas de circulação da casa. I Lusiadi lá estavam. Não tinham feito parte daquele conjunto de livros do qual Pasolini teve de se desfazer para mitigar os constrangimentos económicos que o afligiram quando chegou a Roma, nem do que tinha levado para Torre di Chia (Terni), a casa de campo adquirida em 1970, muitos dos quais aliás se perderam. Quanto às referidas experiências do poeta épico de 13 anos, delas não restam sinais no seu acervo.

Se nos perguntarmos que espaço ocupou Portugal nos vastíssimos horizontes de Pasolini, não haverá muito mais a assinalar, para além do volume de I Lusiadi, que foi preservado dos bombardeamentos da guerra no depósito de feno, e que foi guardado na sua biblioteca até ao último dos seus dias.

Pasolini era um viajante entusiasta. Na década de 1960, uma série de viagens levou-o até regiões e países periféricos do sistema mundial: Norte de África, Próximo Oriente, Índia, Quénia, Sudão, Gana, Nigéria, etc. Nunca se interessou pela Península Ibérica. Em 1942, participara num encontro da juventude universitária das ditaduras, realizado na Alemanha. As impressões que colheu, e cuja publicação uma censura desatenta não proibiu, ajudam a perceber os motivos pelos quais nunca se teria interessado por outras viagens a países europeus sob regime ditatorial.

Em julho de 1974, numa entrevista a Il Mondo em que aproxima a tendência para o aburguesamento de uma nova forma de totalitarismo, prevê, en passant, que dentro de cinco anos o “fascismo consumístico” mudaria radicalmente a sociedade portuguesa, pondo fim às ingénuas esperanças revolucionárias.

Das pesquisas realizadas quer em arquivos portugueses, quer no Gabinetto Vieusseux, onde estão depositadas cerca de 6200 cartas recebidas por Pasolini, não resultaram indícios de correspondentes portugueses, num tempo em que a correspondência era o principal meio de comunicação entre os intelectuais europeus.

Em vida do autor, foram editados em Portugal apenas dois romances, Uma vida violenta, em 1965 (trad. José Manuel Calafate e João da Fonseca Amaral, Portugália); e Vadios, no ano seguinte (trad. Virgílio Martinho, Ulisseia). A prosa do primeiro Pasolini, com o seu sopro de realidade, podia criar uma sintonia mais direta com o programa dessas editoras. Mesmo assim, a escolha do subproletariado romano como grande protagonista romanesco tinha inspirado reservas ao destacado quadro do Partido Comunista Italiano, Carlo Salinari, que criticou a ausência de uma base ideológica adequada.

Quanto à produção ensaística e à poesia de Pasolini, só depois da sua morte passaram para língua portuguesa: em 1977, Últimos escritos (trad. Manuel Braga da Cruz, Centelha; rec. António Pedro Pita, Boletim Zoom. Associação Académica de Coimbra, 1997); e em 1978, Pasolini, poeta (ed., trad. Manuel Simões, Plátano) e As cinzas de Gramsci (trad. Egito Gonçalves, Inova).


Visão | Pasolini leitor d'Os Lusíadas. (2023). Retrieved 11 February 2023, from https://visao.sapo.pt/jornaldeletras/letras/2023-01-25-pasolini-leitor-dos-lusiadas/



As mulheres e meninas na ciência

 

11 de fevereiro

#WomenInScienceDay






Neste Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, vamos reiterar esta mensagem fundamental: as mulheres precisam da ciência e a ciência precisa das mulheres. Somente explorando todas as fontes de conhecimento, todas as fontes de talento, podemos libertar todo o potencial da ciência e enfrentar os desafios do nosso tempo.
Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO



Movimento Global de Meninas e Mulheres na Educação e Carreira em STEM


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Estratégias de estudo | A prática de recuperação

 





























Queres aprender melhor? Testa-te a ti próprio! Depois de estudar tens a impressão de que sabes a matéria. Isto acontece porque a informação fica na tua memória recente. Quando revês, consegues reconhecer o que estudaste. Mas, atenção: reconhecer não é o mesmo que saber!





O que é a prática da recuperação?

É uma estratégia de estudo que recorre à autoavaliação para uma aprendizagem mais eficaz. O princípio é simples: é preciso testar e reproduzir o conhecimento que queres aprender. Quando te esforças para recordar uma informação, estás a estimular a sua memorização e também a compreensão.

O êxito desta estratégia deve-se ao fortalecimento da memória a longo prazo. Várias experiências científicas têm mostrado que os alunos que mais testam o seu conhecimento são os que melhor aprendem e conseguem alcançar melhores resultados.

Como aplicar?

Depois de assistir à aula, lê e estuda com apoio dos manuais e dos teus apontamentos. Depois de o fazer, testa-te a ti próprio. Faz mini testes ou recorre a questionários e, no final, verifica se sabes realmente a matéria.






Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite

 





Que somos nós? Navios que passam um pelo outro na noite,

Cada um a vida das linhas das vigias iluminadas

E cada um sabendo do outro só que há vida lá dentro e mais nada.

Navios que se afastam ponteados de luz na treva,

Cada um indeciso diminuindo para cada lado do negro

Tudo mais é a noite calada e o frio que sobe do mar.

s.d.

Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993. 

 - 165.



Recolha de plantas para pesquisa na Biblioteca

 


















Os alunos do 11º A e do 11º B estiveram hoje na Biblioteca, na aula de Biologia, com a Dra. Ana Rocha, para realizar trabalho de pesquisa sobre plantas recolhidas previamente.

Partilhamos as fotos da recolha feita pelos alunos do 11º A.




Oh as casas as casas as casas

 



















Oh as casas as casas as casas


Oh as casas as casas as casas
as casas nascem vivem e morrem
Enquanto vivas distinguem-se umas das outras
distinguem-se designadamente pelo cheiro
variam até de sala pra sala
As casas que eu fazia em pequeno
onde estarei eu hoje em pequeno?
Onde estarei aliás eu dos versos daqui a pouco?
Terei eu casa onde reter tudo isto
ou serei sempre somente esta instabilidade?
As casas essas parecem estáveis
mas são tão frágeis as pobres casas
Oh as casas as casas as casas
mudas testemunhas da vida
elas morrem não só ao ser demolidas
Elas morrem com a morte das pessoas
As casas de fora olham-nos pelas janelas
Não sabem nada de casas os construtores
os senhorios os procuradores
Os ricos vivem nos seus palácios
mas a casa dos pobres é todo o mundo
os pobres sim têm o conhecimento das casas
os pobres esses conhecem tudo
Eu amei as casas os recantos das casas
Visitei casas apalpei casas
Só as casas explicam que exista
uma palavra como intimidade
Sem casas não haveria ruas
as ruas onde passamos pelos outros
mas passamos principalmente por nós
Na casa nasci e hei-de morrer
na casa sofri convivi amei
na casa atravessei as estações
Respirei – ó vida simples problema de respiração
Oh as casas as casas as casas


Ruy Belo. Todos os Poemas. Lisboa: Assírio & Alvim, 2000


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Dia internacional das mulheres e meninas na ciência

 

Reconhecer o papel crítico que mulheres e meninas desempenham na ciência e tecnologia.




As carreiras profissionais não têm género



Numa declaração conjunta para o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, e a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, pedem para colocar o princípio da igualdade em ação para que a ciência funcione para as mulheres.



O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, é implementado pela UNESCO e ONU-Mulheres, em instituições de colaboração e parceiros da sociedade civil que visam promover mulheres e meninas na ciência. Este Dia é uma oportunidade para promover o acesso e a participação plena e igualitária na ciência para mulheres e meninas. A igualdade de género é uma prioridade global para a UNESCO, e o apoio às meninas, à sua educação e plena capacidade de fazer ouvir as suas ideias são alavancas para o desenvolvimento e a paz.

Enfrentar alguns dos maiores desafios da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável – da melhoria da saúde ao combate às mudanças climáticas – dependerá do aproveitamento de todos os talentos. Isso significa ter mais mulheres a trabalhar nesses campos. A diversidade na pesquisa expande o conjunto de pesquisadores talentosos, trazendo novas perspetivas, talento e criatividade. Este Dia é um lembrete de que mulheres e meninas desempenham um papel crítico nas comunidades de ciência e tecnologia e que sua participação deve ser fortalecida.

Estratégias de estudo | Estudo intercalado

 


Em vez de insistires na mesma matéria, experimenta alternar entre temas diferentes. O segredo é intercalar!

Estudar o mesmo ponto da matéria durante muito tempo prejudica a tua capacidade de foco e facilita a divagação mental. Mas alternar conteúdos faz com que estejas sempre a receber novos estímulos: aumenta o desafio cognitivo e estimula a atenção e a persistência nas tarefas.





O que é a prática intercalada?

Consiste em alternar diferentes conteúdos. As tarefas de estudo devem ser organizadas segundo uma sequência que evita a apresentação consecutiva de dois exercícios do mesmo tipo.

Como aplicar?

Primeiro, deves avaliar o que já sabes sobre o tema. Depois estudas tópicos diferentes da mesma matéria, alternando conceitos e evitando repetir os mesmos exercícios. Por exemplo, se fores estudante de pintura e estiveres a aprender a reconhecer estilos diferentes, deves alternar entre eles, em vez de estudares um estilo de cada vez.


Ficha / Infográfico


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

JL | Silvano Santiago, Prémio Camões 2022

 


Ano XLII, Nº 1365, de 25 de janeiro a 7de fevereiro




Nesta edição:

Entrevista com o Prémio Camões 2022, Silvano Santiago, destacado intelectual e docente universitário brasileiro, ficcionista, ensaísta e poeta, que fala ao JL do seu percurso e da sua obra.

Pasolini - No centenário do famoso autor italiano, um tema com textos de Abílio Hernandez, Rita Marnoto e Roberto Gigliucci e um poema de José Tolentino Mendonça

Isabel Pires de Lima escreve sobre o queirosiano A. Campos Matos

Ana Vidigal - Arte e vida entrelaçadas

A. Santos Silva - Amílcar Cabral e a Dialética da Cultura. O pensamento e a obra do líder africano em ensaio do presidente do Parlamento


Literacia financeira - Canais digitais



Prevenção da fraude






Regras de segurança relacionadas com a utilização dos produtos e dos serviços financeiros online.




terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Segurança digital



Fevereiro | Mês da Internet Segura





Cinco dicas para combater o ciberbullying, o phishing, o roubo da identidade, a dependência online e o acesso a notícias falsas. 

Fonte: campanha "Segurança digital, ação real", da UNICEF.