domingo, 27 de setembro de 2020

Dia internacional do acesso universal à informação

 

28 de setembro


O dia 28 de setembro marca a celebração do Dia Internacional do Acesso Universal à Informação, desde a sua proclamação pela 74ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, é de importância crucial.

Este ano, a celebração da efeméride tem como foco o direito à informação em tempos de crise e as vantagens de ter garantias constitucionais, estatutárias e / ou políticas de acesso público à informação para salvar vidas, construir confiança e ajudar na formulação de políticas sustentáveis ​​através e além da crise do COVID-19.


O acesso à informação é um direito universal




O direito à informação e os ODS




📌
Painel online: 
Acesso à Informação - Salvando Vidas, Construindo Confiança, Trazendo Esperança!


Para lançar o Dia Internacional de 2020 pelo Acesso Universal à Informação e os seus temas, a UNESCO organizará um painel online de alto nível, “Acesso à Informação - Salvando Vidas, Construindo Confiança, Trazendo Esperança!”. 



Vídeo do youtube do evento online: 
 

Programa do painel.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Cinema | O silêncio de Ani

 


"The Silence of Ani", de Francis Alys





Entre a Arménia e a Turquia ficam as ruínas da outrora movimentada Ani. Agora tudo o que se ouve é o vento e o ruído da relva cheia de flores. O canto dos pássaros interrompe o silêncio. Às vezes, alguém corre pela relva. Onde estão os habitantes deste lugar abandonado? Terá sido tudo encenado?


Seminário | Jornadas Europeias do Património

 









quarta-feira, 23 de setembro de 2020

“Contra a corrupção, sê cidadão” | Cadernos de apoio

 


Exercícios de apoio à discussão de temas de prevenção
da corrupção e da cidadania

Como sabemos, os processos educativos são fatores-chave para o desenvolvimento e aprofundamento da cidadania de qualquer sociedade, sendo através deles que se sedimenta a agregação e coesão social.

Consciente da importância destes processos e numa aposta de futuro, o Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), em cooperação com o Ministério da Educação, tem desenvolvido estratégias que contribuam para melhorar a prevenção da corrupção na sociedade. O concurso “Imagens contra a Corrupção” tem sido reconhecido como um bom exemplo, neste âmbito.

Facilitar a reflexão e estimular a abordagem do tema, pela escola e pela comunidade educativa, é o objetivo do conjunto de manuais “contra a corrupção sê cidadão” que o CPC agora publica online: um Glossário e 2 manuais (3º Ciclo e Secundário) e ainda um caderno de apoio ao professor.



  

 


Concurso | Imagens contra a corrupção

 







Concurso Nacional Imagens Contra a Corrupção
9ª edição - 2020/2021


O Concurso desenvolve‐se no quadro dos objetivos gerais do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), no domínio da prevenção da corrupção e de infrações conexas e deve contribuir para: 

 criar na comunidade escolar espaços de reflexão relacionados diretamente com a corrupção e a fraude, enquadradas em questões de ética e de cidadania; 

 promover a exploração de textos muitos diversos, e outros conteúdos de interesse para os alunos, no âmbito das temáticas relacionadas com o concurso;

 estimular a leitura, a criatividade e o espírito critico das crianças e dos jovens; 

 despertar os alunos para novas literacias através da abordagem de um conjunto articulado de saberes, da língua portuguesa às tecnologias, à ciência e às artes. 




  • Parceiros: Ministério da Educação e Ciência, Plano Nacional de Leitura, Escola Superior de Comunicação Social, Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, Fundação INATEL, Aporvela, Rede de Bibliotecas Escolares

  • Prémios:
    Para o Ensino Secundário: Um fim de semana numa unidade hoteleira do INATEL com atividades de grupo para um grupo até 30 alunos;
    Para o 2º e 3º Ciclos – Uma atividade no Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva;

    Para as Escolas ou agrupamentos de escolas com alunos vencedores – apoio do PNL2027 para reforço do fundo documental das bibliotecas escolares.


👉Pré-inscrições até 16 de outubro


CALENDARIZAÇÃO
 
Pré-inscrições online – até 16 de outubro de 2020 

Submissão dos trabalhos – até 5 de março de 2021 

Divulgação dos resultados – até ao final do mês abril de 2021 

Entrega de prémios – durante o mês de maio de 2021


TikTok proibido, um mundo com muitas Internetes?

 




Caminhamos a passos largos para um mundo dividido com duas ou mais “Internetes”.

Calma, para já o TikTok ainda tem salvação, ia ser proibido nos Estados Unidos mas um negócio gigante deve resolver a questão. Ou talvez não que o problema pode ser mais fundo.

Donald Trump ameaçou e fez a Ordem Executiva que proíbe na prática o uso da aplicação nos Estados Unidos e por cidadãos americanos em qualquer parte do mundo. Os funcionários de muitas agências governamentais já estavam proibidos de o fazer. A Ordem especifica que a TikTok recolhe enormes quantidades de informação quer das redes, quer da navegação e histórico de navegação dos seus utilizadores.

Ao mesmo tempo, noutra Ordem Executiva, e isto é importante, é proibido o uso, aos americanos e pessoas com presença legal no EUA da aplicação WeChat. Curiosamente esta Ordem segue claramente a da TikTok, parece que alguém se lembrou de dizer que se argumentam desta forma com a da TikTok, por maioria de razão, será necessário proibir a WeChat.

WeChat tem “apenas” 19 milhões de utilizadores nos Estados Unidos, a TikTok tem à volta de 100 milhões, a Ordem Executiva refere mesmo 175 milhões de downloads no país. Mas a WeChat tem um potencial de espionagem e manipulação muito superior. É uma espécie de navegador/motor de busca/rede social/sistema de mensagens privadas/sistema de comércio eletrónico e ainda sistema de pagamentos. Com o WeChat instalado, o governo chinês consegue multar um cidadão que passa a estrada fora da passadeira e aceder directamente à sua conta bancária para levantar a quantia devida ao Estado. A WeChat tem sido um instrumento importante na repressão de opositores e sobretudo da minoria Uigur, Trump afirma que a TikTok também.

A argumentação de Trump refere a espionagem, a censura e manipulação de informação e até as violações de direitos humanos, mas há aqui muito de guerra comercial como no caso da Huawei.

Por um lado um país democrático adoptar o mesmo tipo de medidas de uma ditadura como a chinesa, é no mínimo bizarro. Também é verdade que proibir estas duas aplicações quando a China proibiu programas da Google, o Twitter e até o Facebook, parece ser simples prática corrente em diplomacia de países com posições conflituosas, é a chamada reciprocidade.

A WeChat poderá vir a continuar a ser usada porque um juiz federal, Laurel Beeler, suspendeu temporariamente a ordem do Presidente. Aceitou o pedido de suspensão de um conjunto de cidadãos que argumenta que é a única forma que têm de comunicar com a China, até porque as aplicações americanas estão proibidas, e que é também a única forma de comunicação para os que não falam inglês. Os cidadãos consideram assim que a ordem presidencial viola os seus direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição Americana e o juiz afirma mesmo que não é banindo o WeChat que a administração vai resolver as questões de segurança que tanto preocupam Trump. A Ordem a ser efectivada impede mesmo o funcionamento da WeChat no país, não haverá mais conversas, nem transações, nem navegação. A verdade é que os dados em grande parte já podem estar do lado de lá, e no mundo tem mil milhões de utilizadores.

Tem sido aceite que depois das tentativas falhadas com a Microsoft a questão da WeChat poderia ser resolvida com um acordo com a Oracle e a Walmart que o governo afirma que permitiria controlar as questões de segurança e ainda criar 20 mil empregos nos EUA. Trump aprovou o acordo que pode envolver 50 mil milhões de dólares. A verdade é que falta perceber se a China não prefere matar a TikTok na América do que dar o controlo.

Se tudo correr mal a proibição do Tik Tok só se torna efectiva depois de 12 de novembro ou seja depois das eleições. Não será fácil ao Trump candidato levar a infelicidade aos 100 mil adolescentes americanos (de todas as idades), que se divertem nesta rede de partilha de pequenos vídeos, que aceita todas as diversões, desde que não toquem assuntos sérios.

Tudo isto aponta cada vez mais para um mundo dividido como nos livros de ficção científica. Se medidas como estas proibições avançam, tal como já avançaram na China, caminhamos a passos largos para um mundo dividido com duas ou mais “Internetes” cada qual com os seus valores e os seus manipuladores.


Lourenço Medeiros, SIC Notícias, 21.09.2020

SIC Notícias | TikTok proibido, um mundo com muitas Internetes? (sicnoticias.pt)

+ Leitur@s | Novidades editoriais







 



Emergência climática

 


Cartoon de Maarten Wolterink (Holanda). Cartoon Movement


Os podres de ricos e a emergência climática

As emissões de carbono do 1% mais rico são mais do que o dobro das emissões da metade mais pobre da humanidade.


terça-feira, 22 de setembro de 2020

Balada do Outono, de Zeca Afonso

 





Balada do Outono

Águas passadas do rio
Meu sonho vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'ras bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar…

José Afonso


Campanha Linha Internet Segura nas Escolas | Partilha de conteúdos ilegais online

 

Possíveis situações de risco online, que crianças e jovens podem enfrentar: conteúdos que apelem ao racismo e à violência e conteúdos de abuso sexual de crianças








Campanha Linha Internet Segura nas Escolas | Sexting

 


















Campanha Linha Internet Segura nas Escolas | Ciberbullying

 




Redes Socias | Pontos críticos para uma ciber-higiene

 





















segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Celebrar a PAZ

 



A paz sem vencedor e sem vencidos

Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos


Poema "A paz sem vencedor e sem vencidos", de Sophia de Mello Breyner, dito por Maria Barroso


domingo, 20 de setembro de 2020

Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção



 













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Preocupados com a gravidade dos problemas e com as ameaças decorrentes da corrupção, para a estabilidade e a segurança das sociedades, ao enfraquecer as instituições e os valores da democracia, da ética e da justiça e ao comprometer o desenvolvimento sustentável e o Estado de Direito; 

Preocupados, também, pelos vínculos entre a corrupção e outras formas de delinquência, em particular o crime organizado e a corrupção económica, incluindo a lavagem de dinheiro; 

Preocupados, ainda, pelos casos de corrupção que penetram diversos setores da sociedade, os quais podem comprometer uma proporção importante dos recursos dos Estados e que ameaçam a estabilidade política e o desenvolvimento sustentável dos mesmos; 

Convencidos de que a corrupção deixou de ser um problema local para converter-se num fenómeno transnacional que afeta todas as sociedades e economias, faz-se necessária a cooperação internacional para preveni-la e lutar contra ela; 

Convencidos, também, de que se requer um enfoque amplo e multidisciplinar para prevenir e combater eficazmente a corrupção; 

Convencidos, ainda, de que a disponibilidade de assistência técnica pode desempenhar um papel importante para que os Estados estejam em melhores condições de poder prevenir e combater eficazmente a corrupção, entre outras coisas, fortalecendo as suas capacidades e criando instituições; 

Convencidos de que o enriquecimento pessoal ilícito pode ser particularmente nocivo para as instituições democráticas, as economias nacionais e o Estado de Direito; 

Decididos a prevenir, detetar e dissuadir com maior eficácia as transferências internacionais de ativos adquiridos ilicitamente e a fortalecer a cooperação internacional para a recuperação destes ativos; 

Reconhecendo os princípios fundamentais do devido processo nos processos penais e nos procedimentos civis ou administrativos sobre direitos de propriedade; 

Tendo presente que a prevenção e a erradicação da corrupção são responsabilidades de todos os Estados e que estes devem cooperar entre si, com o apoio e a participação de pessoas e grupos que não pertencem ao setor público, como a sociedade civil, as organizações não-governamentais e as organizações de base comunitárias, para que os seus esforços neste âmbito sejam eficazes; 

Tendo presentes também os princípios de devida gestão dos assuntos e dos bens públicos, equidade, responsabilidade e igualdade perante a lei, assim como a necessidade de salvaguardar a integridade e fomentar uma cultura de combate à corrupção; 

Elogiando o trabalho da Comissão de Prevenção de Delitos e Justiça Penal e o Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e o Delito na prevenção e na luta contra a corrupção; 

Recordando o trabalho realizado por outras organizações internacionais e regionais nesta esfera, incluídas as atividades do Conselho de Cooperação Aduaneira (também denominado Organização Mundial de Aduanas), o Conselho Europeu, a Liga dos Estados Árabes, a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos, a Organização dos Estados Americanos, a União Africana e a União Européia; 

Tomando nota com reconhecimento dos instrumentos multilaterais encaminhados para prevenir e combater a corrupção, incluídos, entre outros, a Convenção Interamericana contra a Corrupção, aprovada pela Organização dos Estados Americanos em 29 de março de 1996, o Convénio relativo à luta contra os atos de corrupção no qual estão envolvidos funcionários das Comunidades Europeias e dos Estados Partes da União Européia, aprovado pelo Conselho da União Europeia em 26 de maio de 1997, o Convénio sobre a luta contra o suborno dos funcionários públicos estrangeiros nas transações comerciais internacionais, aprovado pelo Comité de Ministros do Conselho Europeu em 27 de janeiro de 1999, o Convénio de direito civil sobre a corrupção, aprovado pelo Comité de Ministros do Conselho Europeu em 4 de novembro de 1999 e a Convenção da União Africana para prevenir e combater a corrupção, aprovada pelos Chefes de Estado e Governo da União Africana em 12 de julho de 2003; 

Acolhendo com satisfação a entrada em vigor, em 29 de setembro de 2003, da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Internacional; 

Chegaram a acordo relativamente à aprovação da presente Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.

Passar à ação, deter a corrupção



 














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Já parou para pensar sobre o dano que a corrupção faz ao país e à população? 

As sociedades onde há mais corrupção sofrem diversas formas de miséria. Cada país gera seu o próprio tipo de corrupção, e não há sistema livre dela. O Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) acredita que é possível controlar a corrupção. Todos têm um importante papel: os governos, o setor privado, as ONGs, os meios de comunicação, as organizações religiosas e, principalmente, os cidadãos.



ONU | Relatório global sobre o tráfico de pessoas



 


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A edição de 2018 do Relatório Global sobre o Tráfico de Pessoas baseia-se em informações recolhidas em 142 países, abrangendo mais de 94% da população mundial. Isto representa uma melhoria em comparação com a cobertura de dados do primeiro Relatório Global do UNODC de 2012 (132 países) e das edições subsequentes. 

Embora tenha havido melhorias tangíveis na disponibilidade de dados e informações sobre o tráfico de pessoas, lacunas relevantes no conhecimento afetam grandes partes do mundo. As diferentes edições do Relatório Global, incluindo esta são mais fracas na sua cobertura de certas partes de África, do Oriente Médio e de algumas partes da Ásia. Vinte e dois países na África e no Oriente Médio estão entre os 51 Estados membros das Nações Unidas para os quais ainda faltam dados na presente edição do Relatório Global. Os outros são países da Ásia e Estados Insulares do Pacífico e do Caribe.

Além disso, para alguns países declarantes das regiões mencionadas acima, os dados sobre as vítimas registadas não são coletados de forma sistemática, sendo assim, apenas estão disponíveis para alguns anos ou para algumas regiões do país. Em alguns casos, faltam dados relativos aos perfis das vítimas ou dos infratores. 

Esta edição do Relatório Global revela que grandes áreas de África e Ásia são fracas na identificação de vítimas e condenação de traficantes. Não é uma coincidência que essas sejam também as partes do mundo onde menos se sabe sobre padrões e fluxos de tráfico. O conhecimento é fundamental para adaptar respostas decisivas, e respostas nacionais mais fortes ajudam a gerar mais conhecimento sobre o crime.

UNODC, Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas 2018 (Publicação das Nações Unidas, Nº de venda E.19.IV.2), p. 16

sábado, 19 de setembro de 2020

Crónica | EU não sou o cartaz da paragem de autocarro



Imagem: Pixabay


Na atualidade, a pressão social é constante e obriga-nos a seguir certas modas e a cumprir determinados paradigmas que nos colocam numa situação desconfortável e muitas vezes prejudicial para a nossa saúde física e mental. A busca incessante por uma satisfação plena que nunca atingimos condena-nos à compensação temporária da aprovação social, provocando distúrbios e obsessões graves com a gestão de expectativas sempre na corda bamba.

As indústrias do cinema – onde Hollywood é expoente máximo, da música pop, da moda e da publicidade têm nos seus principais protagonistas ícones de beleza, que divulgam para o mundo, alastrando a ideia consumista do corpo e da vida ideal (na sua linguagem: lifestyle). A publicidade que nos consome no dia a dia, seja na rua – nos enormes outdoors – ou em nossas casas – nos intervalos da telenovela – apresentam-nos a imagem daquilo que nós poderíamos ser se adquiríssemos aquele determinado produto: seja aquele creme que nos fará rejuvenescer ou o iogurte que nos fará emagrecer . É um negócio baseado na ideia de querermos sempre aquilo que não temos e invejarmos o outro enquanto símbolo maior.

A “peer pressure” advém dos modelos exibidos pelas grandes marcas, que na adolescência provocam cada vez mais distúrbios físico-psicológicos a estas crianças que vivem com a ideia de que para ser bonitas têm que ser iguais aos famosos da televisão e das redes sociais ou necessitam de determinado telemóvel ou peça de roupa para ter o seu espaço conquistado na sociedade. Os distúrbios alimentares têm aumentado. No início do milénio até 2014, um estudo publicado na revista académica International Journal of Eating Disorders, dizia que os casos de anorexia nervosa e bulimia, tinham duplicado em Portugal.

A busca intensiva por um corpo tonificado leva a obsessões e depressões. A vigorexia e a ortorexia, por exemplo, são perturbações, consequência da pressão da imagem sobre a sociedade, que transforma as pessoas em marionetas obcecadas pela forma física e alimentação aparentemente saudável. A falsa ideia de que um corpo definido representa bem-estar, é um mito que sobrepõe a estética à saúde.

O sistema que cria suplementos para emagrecer, tonificar e publicita a imagem de um corpo ideal, é o mesmo que criou as indústrias do “fast food”. A obesidade, doenças cardiovasculares e o sedentarismo, também são doenças provenientes de obsessões e extremos, que prejudicam o universo psicológico e o físico, provocando em muitos casos depressões graves e inseguranças. A publicidade das grandes cadeias de fast food, exibem sempre imagens apetitosas dos hambúrgueres e pessoas – famílias ou grupos de amigos – felizes a comer. A sensação que transmitem é de que quando estamos a comer naquele local estamos felizes. Nestes casos, o que a publicidade realmente nos está a vender é felicidade pelo preço do produto. 

Posto isto, o suporte destas obsessões é a publicidade, que está implícita em tudo o que vemos. Quando estamos mais insatisfeitos, seja com o nosso corpo, seja com a nossa vida, procuramos sempre aquilo que cubra a nossa insatisfação. A publicidade não é mais do que esse jogo de sombras e, muita das vezes, perfura ainda mais as inseguranças do espectador. Quando vemos um produto a ser publicitado, nunca nos está a ser vendido o produto em si, mas a sensação que aquele produto nos transmite.

A publicidade converteu a nossa participação na polis num passeio pelas montras do consumismo, aliciando-nos com a falsa sensação de liberdade quando escolhemos aquilo que comemos ou aquilo que vestimos, tendo em conta que o capitalismo nos oferece muitas opções. Todavia, estas opções são uma distração em detrimento de significativas decisões políticas. 

A publicidade é parte do sistema e está diretamente relacionada com a indústria do grande capital, que encobre e “age como compensação por tudo o que não é democrático na sociedade”, como escreveu John Berger na sua obra “Modos de Ver”. EU não quero ser o cartaz da paragem de autocarro.

António Soares*. EU não sou o cartaz da paragem de autocarro. Comunidade Cultura e Arte, 19 de setembro de 2020.

*O António é ativista estudantil e estudante universitário.

A vida é mais do que ser feliz




A nossa cultura é obcecada pela felicidade, mas e se houver um caminho mais gratificante? 


A felicidade vem e vai, diz a escritora Emily Esfahani Smith, mas ter uma vida com sentido - servir algo além de nós mesmos e desenvolver o que há de melhor em nós - dá-nos algo a que nos agarrarmos. 

Saiba mais sobre a diferença entre ser feliz e ter sentido, pois Smith oferece quatro pilares para uma vida com sentido.

Conheça melhor o estudo de Emily Esfahani Aqui.


sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Dia Internacional da Paz

 

21 de setembro

Tema 2020: Moldando a Paz, juntos












Neste tempo de distanciamento social, talvez não possamos ficar ao lado uns dos outros. Mas ainda devemos ficar juntos pela paz. E, juntos, eu sei que podemos - e vamos - construir um mundo mais justo, sustentável e igualitário.
- António Guterres, Secretário Geral da ONU

“Os ideais de paz e direitos universais são desafiados e violados diariamente. Existem inúmeros obstáculos para sua realização. Todos os tipos de desafios testam a nossa capacidade de construir um mundo de harmonia, compreensão e coexistência pacífica: desigualdades sociais e económicas, que conduzem à angústia e à pobreza, às alterações climáticas, que dão origem a novos conflitos, e à explosão demográfica que cria novas tensões. Formas de populismo e extremismo também se espalham por todo o mundo.
Para superar esses desafios, devemos agir coletivamente e construir o edifício da paz, tijolo por tijolo. Esse é o objetivo da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que apela a uma ação concertada para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os quais contribuem para um mundo mais justo e pacífico, nomeadamente, combatendo a pobreza, a fome e a desigualdade de género, promovendo a educação, defendendo a justiça e comprometendo-se com um meio ambiente saudável.”
- Audrey Azoulay, Diretora Geral da UNESCO



O Dia Internacional da Paz celebra o poder da solidariedade global para a construção de um mundo pacífico e sustentável.

Isso nunca foi tão importante como nesta época de desafios sem precedentes. Novas forças de divisão surgiram, espalhando ódio e intolerância. O terrorismo está a alimentar a violência, enquanto o extremismo violento busca envenenar as mentes dos jovens e vulneráveis. Nas partes mais pobres e menos desenvolvidas do mundo, os desastres naturais relacionados com o clima estão a aumentar a fragilidade existente, incrementando a migração forçada e o risco de violência.

As barreiras para a paz são complexas e íngremes - nenhum país pode resolvê-las sozinho. Isso requer novas formas de solidariedade e ação conjunta, começando o mais cedo possível.

Estabelecer uma cultura de paz e desenvolvimento sustentável está no cerne do mandato da UNESCO. Treino e pesquisa em desenvolvimento sustentável estão entre as prioridades, assim como educação em direitos humanos, habilidades para relações pacíficas, boa governança, lembrança do Holocausto, prevenção de conflitos e construção da paz.

Ebook | Media, infância e socialização




 

 

Cadernos IHU ideias
Ano XVIII, Nº 302, V. 18, 2020
ISSN 1679-0316 (impresso)
ISSN 2448-0304 (online)



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Introdução 

O filme O capitão fantástico, de 2016, conta a história de uma família que decidiu criar os seis filhos numa floresta, na região montanhosa de Washington, costa oeste dos Estados Unidos, sem depender dos mecanismos políticos, económicos, sociais e culturais vigentes. Eles comem o que plantam e caçam, têm uma rotina dura de exercícios físicos, sabem lutar e usar armas forjadas por eles mesmos, tocam instrumentos e cantam, cuidam uns dos outros e recebem conhecimentos de filosofia, sociologia, história e antropologia por meio de uma literatura clássica. Não celebram o Natal, mas festejam o aniversário de Noam Chomsky, o famoso linguista, filósofo e sociólogo norte americano. 

A ideia inicial de crianças e adolescentes que vivem – muito bem por sinal – sem computadores, videojogos, aparelhos de TV, telemóveis, fast food, bullying, consumismo, obesidade ou déficit de atenção soa inicialmente como algo idílico, maravilhoso, fantástico. O roteiro dirigido por Matt Ross, todavia, não apresenta um elogio ao isolamento social. Pelo contrário, revela os conflitos que envolvem as escolhas feitas pelo casal Ben e Leslie, interpretados por Viggo Mortensen e Trin Miller, respetivamente. Mais do que isso, a obra tem o mérito de nos levar a pelo menos um questionamento: que processos de socialização estão a operar nas sociedades contemporâneas? O filme não se propõe responder a tal pergunta, mas interpela-nos sobre os modos mediante os quais crianças e adolescentes estão a ingressar no mundo social. 

Neste texto, proponho uma reflexão sobre como os processos comunicacionais, especificamente os mediáticos, participam da socialização dos mais jovens, no contexto brasileiro contemporâneo. Questiono em que medida os usos que os meninos e meninas fazem dos media permitem que eles se constituam como sujeitos. Ou seja, por que dinâmicas o seu consumo mediático engendra processos contemporâneos de socialização? O objetivo é oferecer pelo menos duas perspetivas que possibilitem a compreensão das formas de articulação que emergem da complexa relação entre as crianças e os meios de comunicação, no âmbito da inserção social. Para tal, colocarei em diálogo os resultados de duas pesquisas que realizei com base em objetos teóricos e empíricos distintos, mas que convergem para a compreensão de um meio de comunicação extremamente ativo no reconhecimento das crianças como interlocutores da cultura e, portanto, alvo dos seus discursos e ações.

Renata Tomaz. Mídia, infância e socialização: perspetivas contemporâneas. Cadernos IHU ideias, Instituto Humanitas Unisinos, 2020. 


quinta-feira, 17 de setembro de 2020

EU | Selfie



Apoiar as escolas no processo de aprendizagem na era digital






Descubra o potencial digital da sua escola.

A sua escola está a tirar o máximo partido das tecnologias digitais no ensino e na aprendizagem?

O SELFIE é uma ferramenta personalizável, fácil de utilizar e gratuita, para ajudar as escolas a avaliar a sua situação em termos da aprendizagem na era digital.














































Crónica | Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina

 













Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina



A cápsula do tempo contém segredos, e um deles é o que nos permite saber até onde chegámos: até onde a nossa filosofia da felicidade fez justiça a princípios antitéticos.

Construímo-nos através do pensamento e do agir e, tanto mais, quanto tivermos sido certeiramente ecléticos, mutáveis, nessa construção do crescer, sendo certo que neste domínio, tudo afinal pode ser inventado se não nos sujeitarmos a um modelo assegurado.

Não é tarefa fácil, a de encontrar o caminho de transferir o que aprendemos e de aprendermos com o que ensinamos, se formos conscientes de que percorremos um horizonte que se vai evaporando a cada vez que o julgamos mais próximo.

Se soubermos que por aqui também o ecletismo da felicidade, a procura da terra prometida, sem que se chegue a possuir as chaves que abrem a sua porta, mas, para nós, um valor de luta e referência, e que tanto baste!

Afinal, é do nosso conhecimento que sempre que o homem se reduz, o mundo mirra, e o farol que guia a navegação das ideias, amarelece.

Então, retificar trajetórias, refletir nas dúvidas, convocar o paradigma de um dia sermos um pouco de nós, num noutro, é igualmente crer que esse outro vença mais medos por sempre próximo de David Hockney!, na capacidade de fazer face à institucionalização arbitral dos valores.


Teresa Bracinha Vieira. Crónica da Cultura, Centro Nacional de Cultura, 17 de setembro 2020


quarta-feira, 16 de setembro de 2020

MIBE2020 | Mês Internacional das Bibliotecas Escolares

 







Outubro é o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares (MIBE), uma oportunidade para as bibliotecas escolares de todo o mundo darem a conhecer o trabalho que desenvolvem e mostrarem que não são apenas um serviço, mas um centro nevrálgico vital nas escolas. 

O tema do MIBE 2020, Descobrir caminhos para a saúde e o bem-estar com a biblioteca escolar, baseia-se no Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 3 da Agenda 2030 da ONU: Saúde de qualidade. Questão central na atualidade, o tema leva-nos a refletir sobre a relação entre o conhecimento e a construção de uma visão holística do ser humano no mundo. A biblioteca escolar, assumindo a missão de servir a comunidade, é convidada a celebrar neste mês os caminhos que vai descobrindo para ajudar a promover a saúde e o bem-estar ocupacional, emocional, físico, espiritual, intelectual e social das crianças e jovens.

No âmbito do MIBE, a International Association of School Libraries (IASL) lança os habituais projetos de troca de marcadores de livros entre escolas de diferentes países - com a opção de realizar estas trocas por correio ou virtualmente - e propõe algumas atividades a desenvolver.

Fonte


terça-feira, 15 de setembro de 2020

Concurso | Miúdos a votos



Miúdos a votos


A Rede de Bibliotecas Escolares e a VISÃO Júnior organizam, pelo quinto ano consecutivo, a eleição dos livros preferidos das crianças e jovens portugueses, através desta iniciativa que promove a leitura, realizada entre pares,  e o desenvolvimento de competências de cidadania ativa, valorizando a responsabilidade do ato de votar. 

Como já é do conhecimento geral, nesta iniciativa será dada a possibilidade às crianças e jovens, através de uma eleição realizada em todas as escolas, de votarem no livro de que mais gostam, replicando os procedimentos e as normas de uma eleição real.

A iniciativa dirige-se a todas as escolas públicas ou privadas, abrangendo alunos do 1.º ao 12.º ano de escolaridade e também a estabelecimentos de ensino no estrangeiro que lecionem os mesmos anos de escolaridade e que tenham o Português como primeira língua.

Consulte o Regulamento e a calendarização