quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A arte de saber esperar

 



ESPERA, MIYUKI
Roxane Marie Galliez (Autor) Seng Soun Ratanavanh (Ilustração) Maria Afonso (Tradução)
Orfeu Negro, 2020
Nº de Páginas: 32
ISBN: 9789898868916
PNL2027



Espera, Miyuki, nem todas as flores dançam ao mesmo tempo! Miyuki está impaciente: é o primeiro dia de primavera! Tem pressa de ir ao jardim, onde tudo floresce. Tudo menos uma pequena flor, ainda em botão. Miyuki, ansiosa por despertá-la, parte numa aventura em busca da água mais pura. O avô diz-lhe: “Espera!”, mas Miyuki só consegue pensar na sua flor que não desabrocha…

Veja o belíssimo booktrailer deste livro:



ESPERA, MIYUKI é um livro sobre a (im)paciência, que nos fala da arte de saber esperar. Delicado e sonhador, este álbum convida-nos a parar e a descobrir a lenta valsa de cada momento.



Para ler neste Inverno

 


Algumas sugestões ...






quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O fantástico: literatura e cinema







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Os textos reunidos nessa publicação foram apresentados por pesquisadores de diversas instituições universitárias no simpósio “O fantástico em Ibero-América: literatura e cinema”, que integrou o II Congresso Internacional Vertentes do Insólito Ficcional: (Re)Visões do Fantástico: do centro às margens, caminhos cruzados,realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no período de 28 a 30 de abril de 2014. [...] 

A proposta do presente Simpósio teve como suporte teórico inicial o conceito do fantástico como um macrogénero (REIS, 2001), ou seja, como uma categoria narrativa, cuja principal característica está na subversão à representação mimética, organizada segundo os conceitos de tempo, espaço, perspectiva visual e linguagem regidos pela razão, ou ainda, pela compreensão do mundo a partir de relações de causa e efeito. Nesse sentido, a utilização do termo fantástico no Simpósio supracitado buscou colocar em diálogo os seus vários subgéneros, tais como o maravilhoso, o grotesco, o estranho, entre outros. Estes, por sua vez, são aqui entendidos como diferentes manifestações que possuem como elemento comum o insólito, no sentido de “não habitual” (GARCÍA, 2013), que colocam em questão o senso comum de “real”, desestabilizando-o ou até mesmo contribuindo para a sua desintegração. [...]  

Por outro lado, apesar de a narrativa fantástica atual propor formas que se diferenciam da forma de seus antecessores mais canónicos, tais como Gabriel García Márquez, Julio Cortázar ou Carlos Fuentes – muitos deles chegando mesmo a rejeitar a comparação com esses escritores – as comunicações apresentadas, bem como os debates que suscitaram, levaram-nos a concluir que, se há algo que une os novíssimos aos clássicos cultivadores do género, é a manifestação do insólito. Esse, segundo a hipótese construída pelo Simpósio e confirmada pelos trabalhos dos nossos expositores, é um dos elementos responsáveis pela diversidade que marca a produção dessa narrativa, na medida em que o vasto terreno por onde transita o insólito oferece ao escritor/cineasta infinitas possibilidades tanto de exploração do “real” como da linguagem, seja ela literária ou cinematográfica.

Nesse contexto, a partir de enfoques originais, as reflexões apresentadas abordaram a especificidade do insólito e suas vertentes em diferentes literaturas, tais como as análises dedicadas às narrativas dos autores portugueses José Saramago e Maria Juditede Carvalho e da brasileira Lygia Fagundes Telles. Representando o fantástico originário da região do Caribe, alguns estudos dialogaram com o insólito produzido em Cuba, através dos microrrelatos de Esther Díaz Llanillo, passando pelas abordagens em torno do real-maravilhoso de Alejo Carpentier, e por último, pelas manifestações deste género no Haiti, a partir da obra de Dany Laferrière. No continente sul-americano, os nossos pesquisadores privilegiaram o estudo do insólito produzido pelos escritores argentinos, como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Robert Arlt e Tomás Eloy Martínez. [...]

Os 15 artigos aqui reunidos refletem os estudos e as leituras sobre as manifestações da narrativa fantástica contemporânea na literatura e no cinema ibero-americanos. No entanto, o predomínio de artigos dedicados à literatura em comparação com o cinema, ou mesmo à perspectiva comparativista entre ambas as linguagens, parece ter demonstrado o quanto a crítica literária, apesar dos inúmeros diálogos que o cinema já empreendeu – e empreende – com a literatura, e da já consagrada área de Literatura Comparada, continua a resistir aos desafios que a interlocução com a indústria cultural representa para um universo académico ainda eminentemente canónico. [...].


Ana Cristina dos Santos (UERJ)
Rita Diogo (UERJ)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021