quarta-feira, 31 de março de 2021

Concurso Nacional de Leitura - Fase Intermunicipal

 





A prova escrita da fase intermunicipal do Concurso Nacional de Leitura é já no dia 13 de abril. Alexandra Rodrigues, do 11º B, vai representar a escola no seu Ciclo de estudo (Secundário). 

Normas da fase intermunicipal, organizada pela Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães.



Crónica | Qualquer coisa de diferente, de José Tolentino Mendonça

 






O QUE RESSOA NA NATUREZA, COMO NA VIDA, É AINDA ESTA ESPÉCIE DE ECO VAZIO, ESTE ZUMBIDO DESPIDO QUE NOS ACOMPANHA INVERNO FORA

P

enso na lição que podemos colher num poema de Louise Glück. O poema chama-se “Março”. O arranque é a falar disto que, exatamente nestas semanas de transição entre estações, experimentamos: sentimos os dias um pouco maiores e com mais luminosidade, mas a luz ainda é fria, ainda não nos resgata do peso do inverno. Apesar da impetuosidade do nosso desejo, da nossa pressa em acelerar o degelo e mudar de fôlego, é cedo. O que ressoa na natureza, como na vida, é ainda esta espécie de eco vazio, este zumbido despido que nos acompanha inverno fora. Mas Louise Glück não deixa, com isso, de observar: “mesmo assim, há hoje qualquer coisa de diferente do dia de ontem”. É um clarão de sabedoria, de cuja luz precisamos.

Muitas vezes, o que nos desencoraja é o pensamento de que os bloqueios em que encalhamos se tornaram inamovíveis e que, por mais que façamos, continuamos e continuaremos aprisionados ao mesmo doloroso lugar. Muitas vezes, o que nos aleija é essa repetida sensação de que acabamos estirados no ringue, que soçobramos sempre aos mesmos golpes, que o conhecimento, a experiência ou a vontade redundam num esbracejar atabalhoado e inútil. Não raro, o que nos faz desabar é ter de conviver com o sentimento de que falhámos, sem saber o que fazer com isso. E, até mais do que a mágoa dos resultados irrisórios, são essas escuríssimas e desamparadas investidas dentro de nós que nos levam a temer que, afinal, tudo seja vão. Nesses momentos, que em algum ponto da nossa viagem partilhamos, é importante ancorar o coração naquilo que nos ensina humildemente o verso: “mesmo assim, há hoje qualquer coisa de diferente do dia de ontem”.

Três operações interiores nos podem ser úteis. A primeira é desembaraçar-se do equívoco escondido na palavra “ideal”. Por muito que nos pareça um propulsor benéfico para nos projetar mais longe, para tonificar as nossas ambições, a verdade é que se não aprendemos a relativizar o que determinamos por “ideal”, ele rapidamente se torna a invisível armadilha que nos tortura. A realidade sobrepõe-se sempre às nossas idealizações e o que é que nos pede com isso? Desafia-nos, creio, mais do que à pragmática acomodação ou ao cinismo do faz de conta. Pede-nos uma capacidade de abraçar a vida como ela é, uma disponibilidade para uma reconciliação com o que somos, com o que conseguimos e não conseguimos, mantendo aquela resiliência dos que arriscam transformar as crises em oportunidades.

Na mesma linha, o escritor Octavio Paz defendia que outras palavras a repensar no nosso vocabulário seriam “sempre” e “nunca”. Essa é a segunda operação. Paz propunha a introdução de modulações: em vez de “sempre” e “nunca”, dizer “quase sempre” e “quase nunca”, já que o que nos parece fixo é ainda uma etapa da transformação em curso. O mais saudável é, efetivamente, fugir dos juízos absolutos que nos seduzem, porque, no seu simplismo, eles nos distanciam da verdade de nós próprios e dos outros, verdade que é sempre mais complexa, com mais detalhes e cores do que aquelas que cabem no dialético branco ou preto.

A terceira operação indica-nos a necessidade de uma conversão do olhar. Vivemos condicionados pela nossa forma de ver, bem mais do que supomos. Um excelente mestre para os trabalhos do olhar é, certamente, Alberto Caeiro. Ele explica: “O essencial é saber ver/ [...] Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),/ Isso exige um estudo profundo,/ Uma aprendizagem de desaprender”. A visão justa não é, portanto, aquela imediata, mas a que brota da aceitação, da maturação e do discernimento. Precisamos de realizar este paciente caminho interno para apreciarmos aquele pouco que hoje é diferente do dia de ontem. Esse, porém, é o mapa para reencontrarmos a esperança.

José Tolentino de Mendonça. Que coisa são as nuvens, E-Revista Expresso, Semanário 2523, 5 de março de 2021

sábado, 27 de março de 2021

Vamos ao teatro!

 



Teatro D. Maria II

 






Ilustração do Teatro Nacional D. Maria II por W. C. Wrankmore. A histórica sala, situada em Lisboa, foi inaugurada a 13 de abril de 1846, durante as comemorações do 27.º aniversário da Rainha Maria II.


Mensagem do Dia Mundial do Teatro

 


O Dia Mundial do Teatro foi iniciado em 1961 pelo Instituto Internacional de Teatro (ITI). É celebrado anualmente no dia 27 de março pelos Centros ITI e pela comunidade internacional de teatro. Vários eventos teatrais nacionais e internacionais são organizados para marcar esta ocasião. Uma das mais importantes é a circulação da Mensagem do Dia Mundial do Teatro, através da qual, a convite do ITI, uma figura de estatura mundial partilha as suas reflexões sobre o tema do Teatro e da Cultura de Paz. A primeira Mensagem do Dia Mundial do Teatro foi escrita por Jean Cocteau em 1962.

Helen Mirren, atriz de teatro, cinema e televisão é a autora da mensagem do Dia Mundial do Teatro 2021







“Este tem sido um momento muito difícil para o espetáculo ao vivo e muitos artistas, técnicos, artesãos e artesãs têm lutado, numa profissão já de si plena de insegurança. 

Talvez essa omnipresente insegurança os tenha tornado mais aptos a sobreviver a esta pandemia com sagacidade e coragem. 

Nestas novas circunstâncias, a sua imaginação já se traduziu em inventivas, divertidas e comoventes formas de comunicar, graças, claro, em larga medida, à internet. 

Os seres humanos contam histórias uns aos outros desde que estão no planeta. A bela cultura do teatro viverá enquanto nós ficarmos aqui. 

O impulso criativo de escritores, desenhadores, bailarinos, cantores, atores, músicos, encenadores, nunca será sufocado e no futuro muito próximo ele florescerá com uma nova energia e um novo entendimento sobre o mundo que todos partilhamos. 

Mal posso esperar!"

Tradução: Ricardo Simões / Teatro do Noroeste - Centro Dramático de Viana - Portugal


Dia Mundial do Teatro 2021

 





Representação de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, pelo grupo ETCetera, no auditório da Camilo.

Imagem de arquivo: Semana da Leitura - Programa da Rede de Bibliotecas de Vila Real 


sexta-feira, 19 de março de 2021

Dia Mundial da Poesia

 








A poesia reafirma a nossa humanidade comum, revelando-nos que os indivíduos, em todas as partes do mundo, compartilham as mesmas questões e sentimentos. A poesia é o esteio da tradição oral e, ao longo dos séculos, pode comunicar os valores mais íntimos de diversas culturas.

Ao comemorar o Dia Mundial da Poesia, 21 de março, a UNESCO reconhece a capacidade única da poesia de capturar o espírito criativo da mente humana.

A decisão de proclamar 21 de março como o Dia Mundial da Poesia foi adotada durante a 30ª sessão da UNESCO realizada em Paris, em 1999.

Um dos principais objetivos do Dia é apoiar a diversidade linguística por meio da expressão poética e oferecer às línguas em perigo a oportunidade de serem ouvidas nas suas comunidades.

A observância do Dia Mundial da Poesia também visa encorajar um retorno à tradição oral dos recitais de poesia, para promover o ensino da poesia, para restaurar o diálogo entre a poesia e as outras artes, como teatro, dança, música e pintura, e para apoiar pequenas editoras e criar uma imagem atrativa da poesia nos meios de comunicação, para que a arte da poesia não seja mais considerada uma arte ultrapassada, mas que permite à sociedade como um todo recuperar e afirmar a sua identidade.

UNESCO



Como está a água no nosso país?

 

Descubra a percentagem de água potável, a qualidade água, a população com acesso a serviços de saneamento ou a proporção de águas residuais que são tratadas com segurança no Portal de dados ODS 6 DA ONU-Água.



Clique para aceder ao mapa




Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 sobre água e saneamento (ODS 6)

O ODS 6 busca garantir água potável segura e saneamento para todos, com foco na gestão sustentável dos recursos hídricos, águas residuais e ecossistemas, e reconhecendo a importância de um ambiente propício. Na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, os países se comprometeram a realizar um acompanhamento sistemático e uma revisão do progresso em direção aos Objetivos e metas, usando um conjunto de indicadores globais.




Dia mundial da água

 

22 de março





"O Dia Mundial da Água pretende ser um apelo à ação. A responsabilidade é de todos nós. Governos, associações, parceiros privados: todos devemos reconhecer o valor multifacetado da água e agir para conservar este recurso básico, o recurso que dá ao nosso planeta sua cor única.”

- Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO, por ocasião do Dia Mundial da Água de 2021

 







O Dia Mundial da Água é realizado anualmente em 22 de março como um meio de chamar a atenção para a importância da água doce e defender a gestão sustentável dos recursos de água doce. Este dia é uma oportunidade para aprender mais sobre questões relacionadas com a água, ser inspirado para contar a outras pessoas e agir para fazer a diferença. A água é um alicerce essencial da vida. É mais do que essencial matar a sede ou proteger a saúde; a água é vital para criar empregos e apoiar o desenvolvimento económico, social e humano.

UNESCO


Valorizar a água

 


Dia Mundial da água de adelaidejordao3




Pai

 






Ter um pai!











Ter um Pai! É ter na vida
Uma luz por entre escolhos;
É ter dois olhos no mundo
Que vêem plos nossos olhos!

Ter um Pai! Um coração
Que apenas amor encerra,
É ver Deus, no mundo vil,
É ter os céus cá na terra!

Ter um Pai! Nunca se perde
Aquela santa afeição,
Sempre a mesma, quer o filho
Seja um santo ou um ladrão;

Talvez maior, sendo infame
O filho que é desprezado
Pelo mundo; pois um Pai
Perdoa ao mais desgraçado!

Ter um Pai! Um santo orgulho
Prò coração que lhe quer
Um orgulho que não cabe
Num coração de mulher!

Embora ele seja imenso
Vogando pelo ideal,
O coração que me deste
Ó Pai bondoso é leal!

Ter um Pai! Doce poema
Dum sonho bendito e santo
Nestas letras pequeninas,
Astros dum céu todo encanto!

Ter um Pai! Os órfãozinhos
Não conhecem este amor!
Por mo fazer conhecer,
Bendito seja o Senhor!


Florbela Espanca


domingo, 14 de março de 2021

Um miminho para o pai

 

Dia do Pai


Tutorial 5 do atelier "Feito à mão na Biblioteca"




Posters digitais | Desenvolvimento sustentável - o ambiente

 




Faça duplo clic para aceder aos fastásticos posters elaborados 
pelos alunos do 11º A, B, C, I e L





O ambiente, inserido no âmbito do estudo do desenvolvimento sustentável, constituiu o mote para a criação colaborativa de posters digitais pelos alunos do 11º ano, turmas A, B, C, I e L.

A atividade, desenvolvida na disciplina de Inglês, foi coordenada pelas professoras Ana Paula Martins, Maria Emília Correia e Maria Teresa Oliveira.

Parabéns pelos excelentes trabalhos apresentados! 


quinta-feira, 11 de março de 2021

Recordações do Futuro, de Siri Hustvedt




Uma extraordinária autora para conhecer na Semana da Leitura






Trabalho realizado pelos alunos do 11º H, na disciplina de Filosofia.


terça-feira, 9 de março de 2021

CLE | Encontro em linha com escritores

 




Onte, dia 8 de março, os alunos do Clube de Leitura de Escola(CLE) - 3º Ciclo da Camilo (duas turmas de oitavo ano, coordenadas pelas professoras Isabel Pires e Rosa Mendes) participaram no encontro online com  as escritoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, promovido pelo Plano Nacional de Leitura.


Partilhamos o registo vídeo do Encontro:




segunda-feira, 8 de março de 2021

Ler na palma da mão | Semana da Leitura

 


Tutorial nº 4 do Atelier "Feito à mão na Biblioteca"






Depois de elaborares o teu livro, passa à escrita. Podes escolher versos de que gostes, títulos de livros, os teus autores favoritos, ..... 

Mãos à obra! Põe a tua criatividade a funcionar!

No dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro, queremos fazer uma exposição com todos os mini-livros produzidos na Semana da Leitura.



Concurso Nacional de Leitura - Apuramento final a nível de escola

 













Parabéns a todos os alunos que participaram no Concurso de Leitura, a nível de Escola!

Parabéns aos vencedores!

Continuação de Boas Leituras!





Semana da leitura 2021

 




Acompanhe aqui o plano de atividades da Semana da Leitura na Camilo.



Mulher

 



Recursos digitais sobre o tema "Mulher"



sábado, 6 de março de 2021

Dia internacional da mulher

 







Mulheres na liderança:
Alcançando um futuro igual num mundo COVID-19


As mulheres estão na linha da frente da crise do COVID-19, como profissionais de saúde, cuidadoras, inovadoras, organizadoras comunitárias e como alguns dos líderes nacionais mais exemplares e eficazes no combate à pandemia. A crise destacou a centralidade das suas contribuições e os fardos desproporcionais que as mulheres carregam.

O tema deste ano para o Dia Internacional, "Mulheres na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo COVID-19", celebra os enormes esforços de mulheres e meninas em todo o mundo para moldar um futuro mais igualitário e recuperação da pandemia COVID-19.







Mensagem do Secretário-Geral da ONU 2021, António Guterres


A pandemia COVID-19 apagou décadas de progresso em direção à igualdade de género.

De grandes perdas de empregos a cargas explosivas de cuidados não remunerados, de escolaridade interrompida a uma crise crescente de violência e exploração doméstica, as vidas das mulheres foram destruídas e os seus direitos corroídos.

As mães - especialmente as mães solteiras - enfrentaram ansiedade e adversidades agudas.

As consequências vão durar muito mais que a pandemia.

Mas as mulheres também estão na linha de frente da resposta à pandemia.

Elas são os trabalhadores essenciais para manter as pessoas vivas e manter as economias, comunidades e famílias unidas.

Elas estão entre os líderes que mantiveram as taxas de prevalência mais baixas e os países no caminho da recuperação.

O Dia Internacional da Mulher deste ano destaca o poder transformador da participação igualitária das mulheres.

Vemos isso nas Nações Unidas, onde estou orgulhoso por termos alcançado a paridade de género em cargos de liderança da ONU pela primeira vez na história.

A evidência é clara.

Quando as mulheres lideram no governo, vemos maiores investimentos na proteção social e maiores avanços contra a pobreza.

Quando as mulheres estão no parlamento, os países adotam políticas de mudança climática mais rígidas.

Quando as mulheres estão na mesa da paz, os acordos são mais duradouros.

E com as mulheres a servir agora em número igual nos cargos de liderança nas Nações Unidas, vemos uma ação ainda mais concertada para garantir a paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos.

Num mundo dominado por homens com uma cultura dominada por homens, a igualdade de género é essencialmente uma questão de poder.

Os homens são uma parte essencial da solução.

Exorto os países, empresas e instituições a adotar medidas e cotas especiais para promover a participação igualitária das mulheres e alcançar mudanças rápidas.

À medida que recuperamos da pandemia, os pacotes de apoio e estímulo devem ser direcionados especificamente às mulheres e meninas, inclusive por meio de investimentos em empresas pertencentes a mulheres e na economia de cuidados.

A recuperação da pandemia é a nossa oportunidade de deixar para trás gerações de exclusão e desigualdades.

Seja dirigindo um país, uma empresa ou um movimento popular, as mulheres estão a fazer contribuições que atendem a todos e impulsionam o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

É hora de construir um futuro igual. Este é um trabalho para todos - e para o benefício de todos.

Obrigada.



Os direitos das mulheres são direitos humanos

 




Folheto informativo



Evolução em várias das áreas críticas de intervenção da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, desde a participação das mulheres na educação, mercado de trabalho e tomada de decisão, às persistentes desigualdades ao nível dos rendimentos e trabalho de cuidado.






sexta-feira, 5 de março de 2021

Upcycling CDs

 


Tutorial nº 3 do atelier "Feito à mão na Biblioteca"





Os teus direitos no ambiente digital

 










A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, em parceria com o Conselho da Europa, procedeu à tradução, para língua portuguesa, de uma brochura produzida em linguagem amiga da criança por aquela organização internacional, veiculando orientações para respeitar, proteger e concretizar os direitos da criança no ambiente digital, apresentadas a crianças e jovens até aos 18 anos.

A brochura foi originalmente publicada em língua inglesa, em 2020. A elaboração da versão portuguesa, intitulada “Os teus direitos no ambiente digital”, contou com a participação de vários membros do Conselho Nacional de Crianças e Jovens, que foram consultados para a finalização do documento, tendo em vista assegurar que a comunicação da mensagem ocorre de forma eficaz e adequada a crianças e jovens.


Brochura - “Os teus direitos no ambiente digital” | Internet Segura. (2021). Retrieved 5 March 2021, from https://www.internetsegura.pt/brochura-os-teus-direitos-no-ambiente-digital




quinta-feira, 4 de março de 2021

Filosofia da Arte | Apreciação crítica



 

Apreciação crítica sobre a aplicação virtual "Ao som de Kandinsky", centrada na célebre frase de Kandinsky "ver a música e entender a cor".



CNL | Escolas que participaram na fase 1

 



quarta-feira, 3 de março de 2021

Concurso Nacional de Leitura | Prova de expressão oral - Secundário

 




Prova de expressão oral: leitura expressiva de um poema e exposição/ argumentação sobre um tema.

Poemas e temas a sortear.


Na plataforma Meet.


Concurso Nacional de Leitura | Prova de Expressão Oral - 3º Ciclo

 





Prova de expressão oral: leitura expressiva de um poema e exposição/ argumentação sobre um tema.

Poemas e temas a sortear.


Dia 4 de março, às 9:00, na plataforma Meet.




Dia mundial da vida selvagem

 







Cartoon:Maria Zins 8Estados Unidos)






Cartoon: Jean Dobritz (França)




Como parar a desinformação em tempo de coronavirus

 

Saiba como identificar conteúdo não verificado que recebe no seu telemóvel e evite espalhar informações nas redes sociais que não foram verificadas por fontes confiáveis. 

É responsabilidade de todos evitar a disseminação de informações não confiáveis. 





A pandemia COVID 19 possui uma particularidade que a diferencia das crises de saúde anteriores que assolaram o mundo: o papel das redes sociais e o seu impacto nas populações em todo o mundo.

Poderosas plataformas digitais têm o poder de circular informações valiosas e atualizações de notícias em questão de segundos, em todo o mundo. Dentro da mesma capacidade, essas ferramentas também são capazes de fazer circular conteúdo falso ou enganoso que pode ameaçar o bem-estar das populações. É importante verificar as informações o mais rápido possível.

Com um simples clique, a partilha de informações não verificadas alimenta a rede enganosa e alimenta a desinformação, que é altamente perigosa para as populações de todo o mundo. Isso representa um risco para aqueles que decidem agir contra o coronavírus com base em mensagens falsas ou enganosas. Apoiar e cuidar de outras pessoas significa mais do que apenas cumprir os regulamentos sanitários sugeridos pelas diversas autoridades de cada país.

Para a UNESCO, responsabilidade cívica e garantia de acesso à informação significam cuidar de informações de qualidade. Promova hábitos que protejam o fluxo responsável de dados no mundo digital. Preste atenção ao conteúdo que cada pessoa recebe e replica dos seus telemóveis, na formas de áudios, texto ou notícias aparentemente jornalísticas. Mantenha a calma diante do bombardeamento de informações e seja cauteloso, partilhe apenas o conteúdo verificado por fontes confiáveis de informação. E, acima de tudo, promova essa consciencialização.

A UNESCO convida os media, jornalistas, agências governamentais, sociedades civis organizadas e influenciadores digitais a partilhar entre os seus contactos as práticas que promovem a gestão da verificação do conteúdo que circula nas redes sociais.


Desinformação: uma arma secreta em tempos de pandemia. (2020). Retrieved 3 March 2021, from https://pt.unesco.org/news/desinformacao-uma-arma-secreta-em-tempos-pandemia


terça-feira, 2 de março de 2021

Igualdade de oportunidades

 





Cartoon de Avene



Desafiar o patriarcado

Romper com os preconceitos

Lutar pela equidade

Celebrar a diversidade




segunda-feira, 1 de março de 2021

Sugestões de escrita para o mês de março

 




Sugestões de leitura para o mês de março

 




Reencaminhado do Whatsapp para o Signal











PODEM CONTROLAR AS REDES SOCIAIS À VONTADE. O NEGACIONISMO E AS FAKE NEWS JÁ ASSENTARAM NAS APPS ENCRIPTADAS

A

ideia inicial era contar uma história relativamente simples. E que rezava assim: há uns tempos, o Facebook comprou o WhatsApp por uma pipa de massa, alguns 22 mil milhões de dólares, e agora decidiu que estava na hora de rentabilizar a aplicação de mensagens. Nesta altura do campeonato já sabemos que o sr. Zuckerberg não é propriamente um santinho e que, na senda de fazer dinheiro, é capaz não de vender a sua alma — essa já foi há muito— mas as nossas, sob de forma de dados, ou então de colocar os tais algoritmos a manipular-nos e o que mais for possível que já vimos em documentários-choque. Mas a questão é que desta vez ficou a saber-se, oficialmente, que o Facebook ia absorver os dados pessoais dos utilizadores do WhatsApp, para ser feita uma superapp para que Zuck subisse mais uns degraus da sua escada de domínio planetário. E disse neste tom: ou aceitam ou podem ir-se. E aconteceu algo inesperado. Uma onda de indignação seguida de tsunami de abandono do WhatsApp para outras aplicações que também dizem garantir uma comunicação encriptada ponto a ponto, ou seja, supostamente impossível de ser captada por terceiros. Se isto acabasse assim, até era uma história gira. Aquilo tem 2 mil milhões de utilizadores pelo mundo. Foi considerada um perigo — basta ver o que os relatórios internacionais disseram sobre as eleições no Brasil e o seu papel determinante na disseminação de fake news na eleição de Bolsonaro. Mas isto tem mais que se lhe diga.

A ordem que me tem chegado pelos utilizadores do WhatsApp é para abandonar o WhatsApp. Não é fácil. Está-se muito habituado. Os grupos de amigos, de trabalho, de política, de “verdade” — sim, é por ali que hoje já vem muita informação que “não há em mais lado nenhum”. Sem falar das anedotas, dos memes, filmes, bonequinhos cada vez mais pacholas que se reencaminham. Como largar as videochamadas, as mensagens áudio? É uma app total. Apagá-la? Hum... As duas aplicações concorrentes galgaram para os lugares cimeiros de downloads. Duplicaram, triplicaram, e as suas ações subiram a pique. Elon Musk e Edward Snowden aconselharam a Signal. Já a Telegram anda por aí há anos e teve uma explosão de seguidores. A Viber, a minha favorita, é de nicho, mas também cresceu. As massas clamam por aplicações, encriptadas, e querem privacidade. Que avanço. Faço notar que a Telegram é o que se chama uma “app de bandido”. Há um, dois anos, dava para desconfiar de quem a tivesse instalada. Era como ter uma soqueira de metal no bolso. Estranho. Para que é que alguém queria uma aplicação que sai do radar das autoridades? A favorita do ISIS, dos grandes barões da droga, das redes de prostituição? Para mais, não sei se é verdade, consta que a PJ de cá já tem um software israelita que permite cavar as mensagens do WhatsApp. Logo, nada como ter a Telegram, topas?

Nestas semanas tem-se assistido a uma guerra de marketing entre Signal, Telegram e WhatsApp. A primeira a gabar-se que é sempre encriptada por default e não tem de ir para salas secretas como a outra. A Telegram a alertar que já tem 500 milhões de utilizadores e que é treta que seja uma “app russa”, pelo contrário, o criador teve de fugir do regime de Putin. O WhatsApp a tentar parar a hemorragia e, já sem arrogância, a assegurar que não vai sacar dados pessoais (há quem diga que o Facebook já o fez há muito). O que sai daqui? Há uma apetência muito grande por aplicações encriptadas onde se criam grupos às vezes com muitos milhares de pessoas e que são fechados. E isto é mau? Tem os seus problemas, tem.

Por mais que se queira agora regular o Facebook ou o Twitter e todas as redes sociais convencionais, controlar as fake news ou a desinformação ou o alastrar de teorias de conspiração ou o modo como se transformam pacatos cidadãos em terroristas, isso é impossível nestas apps. O grosso da propaganda de desinformação vai passar a ser encriptada e ficará fora do alcance não só das autoridades como de quem estuda estes movimentos, as alterações comportamentais, as dinâmicas ideológicas. Após o ataque ao Capitólio, nos EUA, a ideia foi tirar as plataformas digitais aos movimentos radicais. Até a rede social Parler, que albergava extremistas, foi banida pela Google e pela Apple. E eles criaram grupos no Telegram com milhares de pessoas, controlam a mensagem e são inacessíveis a olhares exteriores. Não se sabe o que lá se passa, a não ser que haja um “infiltrado”. Nem lei nem Academia lá chega. Antes, qualquer pessoa podia ler os posts do FB. Também a família Bolsonaro já migrou parte da sua tropa para o Telegram. Um estudo que conseguiu analisar as mensagens deste janeiro reduziu-as a três termos: negacionismo, fake news e autopromoção. O mesmo que no WhatsApp? Sim, mas cada vez mais desbragado e fora do real.

E chego onde queria chegar. A disseminação de aplicações encriptadas vai ter um efeito que já se consegue antever. No momento em que tentarem regular de forma musculada os conteúdos dos Facebooks e dos Twitters no combate às fake news e desinformação ou mesmo desmembrar as empresas big tech, uma parte substancial dos alvos já estará noutro local, a receber essa “informação” via estas aplicações em grupos encriptados. Aliás, muitos até recebem jornais e revistas sérias, de borla, do mundo inteiro, no Telegram. Só para desenjoar, acho.

PS: Por não serem passíveis de controlo, parece que os ataques do “povo” a Wall Streat iniciados no reddit são agora organizados via grupos Telegram. Vai correr tudo bem...

Luís Pedro Nunes. E-Revista Expresso. Semanário#2519, 05.02.1021



Saiba como fazer gomas caseiras

 




Atelier Feito à mão na Biblioteca




Incerta certeza

 








A AMIZADE, INDIVIDUALMENTE CONSIDERADA, É UM CONTRATO A TERMO, AINDA QUE ESSE TERMO, NOS MELHORES CASOS, POSSA SER VITALÍCIO

S



amuel Johnson escreveu que não há “nenhum prazer tão elevado e tão nobre” como a amizade. Mas nesse mesmo ensaio, “Uncertainty of Friendship”, avisa que não devemos confundir o indubitável valor da amizade com as condições que permitem ou impedem a sua durabilidade.

Esse equívoco é decisivo, uma vez que o elogio da amizade vem quase sempre acompanhado da garantia de que se trata de um afecto permanente, nisso se distinguindo do amor romântico. O que explica que aceitemos os discursos amargos de quem descobriu que o amor não é eterno, mas desconfiemos de generalizações acerca da amizade. Ninguém diz “a amizade acabou para mim” depois de se zangar com um amigo. Ou ninguém leva essa declaração a sério. É como se a amizade em abstracto fosse uma categoria imune à experiência concreta. E, no entanto, se “muita gente falou, em linguagem exaltada, da perpetuidade da amizade, da sua invencível constância”, lembrou o Dr. Johnson, esse atributo é memorável não por ser frequente, mas por ser raro.


A longevidade de uma amizade não é forçosamente maior do que a dos enamoramentos. Inúmeras causas a determinam, como a afinidade, a companhia, a compreensão, a cooperação, a benevolência. E inúmeras causas a prejudicam: divergências, competições, invejas, suspeitas, ofensas, querelas. Se a amizade é “sinalagmática”, quer dizer, se obriga reciprocamente os contraentes, basta que um amigo se mostre insatisfeito para que a amizade colapse, mesmo sem qualquer maldade ou malícia. É certo que a amizade não está sujeita às arbitrariedades da atracção física nem ao desgaste da coabitação, e que isso a torna menos volátil do que o amor; mas toda a amizade, individualmente considerada, é um contrato a termo, ainda que esse termo, nos melhores casos, possa ser vitalício.

O ensaio do Dr. Johnson, publicado em 1758 na gazeta londrina “Universal Chronicle”, e coligido três anos depois em “The Idler”, não é um panfleto contra a amizade, antes uma constatação a frio de que “nenhuma outra propriedade humana [tem] uma duração tão pouco certa” e de que “nenhuma expectativa é tão frequentemente frustrada”. Esta última asserção surge a propósito do retomar de uma amizade que se desfez, tentativa a que Johnson chama, memoravelmente, a “renovação de uma coligação”, e que lhe serve como um teste. Porque quando essa renovação falha, isso mostra que o tempo ou a fortuna alterou os amigos de vez. E não há alteração de circunstâncias sem modificações do sentimento: “Os que estão zangados podem reconciliar-se; os que foram ofendidos podem receber uma compensação: mas quando o desejo de agradar e a disponibilidade para aceitar esse desejo diminuíram sem se dar por isso, a renovação da amizade é impossível.”

Tive, como toda a gente, amizades que acabaram. Umas por minha culpa minha, por inépcia, sobranceria, ensimesmamento, descaso, outras por deslealdade alheia, por despeito, outras sem que tenha havido nenhuma atitude censurável. Umas terminaram em choque, outras em afastamento. Algumas, sobretudo a amizade com colegas de liceu e faculdade, esfumaram-se há décadas e nem me lembro bem delas, não tenho o sentimento vivo dessa experiência, tão importante na altura; outras, interrompidas a dado momento, recuperei mais tarde, quando estávamos mais velhos e mais pacificados. Umas quantas foram encurtadas por motivos externos, mas vou percebendo que ainda se manifestam em segredo; duas, malevolentes, nunca deviam ter existido; uma, lamentarei sempre o seu fim; e talvez me esteja a esquecer de alguém. Tudo teve o seu tempo, sofreu a acção do tempo que lhe coube. E o tempo é tudo menos elevado e nobre.

Pedro Mexia. E-Revista Expresso. Semanário #2519, 05.02.2021

Pedro Mexia escreve de acordo com a antiga ortografia