quinta-feira, 2 de março de 2023

Ponto final

 











Quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

 

Querido Teté,

Após tanto tempo a tentar entender se teria a culpa por algo, onde não tive voto na matéria, apercebi-me de que não deveria insistir numa situação que já não era a mesma de antes. Neste caso, refiro-me e ao tempo que gastei a amar a pessoa errada!

Conheci o rapaz por acaso! Achei que seria uma pessoa que entraria e sairia facilmente da minha vida. Estava muito errada! Mas, após uma semana, essa pessoa demonstrou ser muito diferente do que estava à espera.

Um dia de outubro, numa tarde, sinais não me faltaram para perceber o que iria acontecer. Porém, como sou um pouco “ tapada”, achei que não seria nada de mais.

No dia seguinte, de manhã, aconteceu o que todos já esperavam, um beijo! Nada de mais, mas significou muito! Nesse momento, comecei a cair em mentiras atrás de mentiras e mais mentiras.

Nesta história, houve várias vírgulas, no entanto, um novo parágrafo foi escrito em novembro. Fui pedida em namoro! O que já era quase oficial… passou a ser oficial. Sentia-me a miúda mais sortuda do mundo! Acreditei que o amor, aos 13 anos, existia…porém, não funcionou!

O namoro foi esfriando aos poucos e, no final de novembro, acabou numa discussão. A tristeza tomou conta de mim e as lágrimas vinham aos olhos, mas tive que ser forte e seguir em frente. Contudo, depois de algum tempo, voltou para mim! Oficializou com um beijo e palavras carregadas de saudade. Ansiava tanto pelo seu toque novamente! Os braços dele eram a minha casa, o meu abrigo nos piores momentos, mas nada era igual à primeira vez. Então a história encerrou, com um ponto final, no final de janeiro. Desabei quando me apercebi de que o tinha perdido de novo.

Ele foi a primeira pessoa que amei! Ele era o meu porto seguro e acabou por desencadear uma grande dependência emocional. Tudo dependia dele. A minha vida rodava em torno dele e, depois de o perder, ganhei um bloqueio emocional! Uau! Que bela conquista! Não consigo relacionar-me, afetivamente, com mais ninguém. Ninguém será como ele foi…especial, único e sei que nunca irei amar alguém como o amei.

Não quero pessoas novas. Não quero novos amores para me magoarem. Sei que, se me relacionar com alguém agora, irei usar essa pessoa para a minha carência e solidão!

Preciso, no entanto, de esquecer tudo o que ele fez, o que me causou, no que me transformei. Não sinto que envolver-me com alguém me poderá melhorar.

Ele foi e será a pessoa que mais amei, contudo, preciso de ultrapassar isso, já que ele “beijou as minhas cicatrizes, mas fê-las sangrar”!

A lição que aprendi, depois de tanto, foi que não devo depositar e entregar o meu ser a alguém porque as pessoas são temporárias, mas os traumas que elas deixam duram para sempre!

 

              Tua,



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