sábado, 11 de março de 2023

4 níveis de colaboração entre professores e professores bibliotecários


PorKelly Hincks 



Como professores bibliotecários sabemos que a colaboração é muito importante no trabalho que realizamos. De acordo com o documento National School Library Standards, da Associação Americana de Bibliotecas Escolares, colaborar significa “trabalhar eficazmente com os outros para alargar perspetivas e alcançar objetivos comuns”. Também entendemos que a colaboração pode assumir muitas formas.

Este ano tenho analisado as minhas aulas procurando perceber qual o seu objetivo e relevância. O meu foco tem sido fazer estas perguntas a mim mesma: “Será esta a melhor forma de ensinar este assunto?” ou “Será que este projeto, de facto, atinge os objetivos?” Ao fazer isto, reflito sobre a forma como trabalho com os outros professores na minha escola. O que descobri é que a colaboração realmente eficaz ainda necessita de tempo para se desenvolver.


Modelo PIC-RAT


Recentemente, juntei-me ao grupo de trabalho responsável pela Educação Tecnológica na minha escola. Trata-se de um grupo educadores do pré-escolar até ao 12.º ano que estão a trabalhar com o Coordenador de Educação Tecnológica no sentido de perceberem como podem integrar a tecnologia nos diferentes níveis de ensino. Este comité começou por analisar o modelo PIC-RAT, o qual permite perceber a relação entre as práticas de ensino dos educadores e o uso da tecnologia por parte dos alunos. O modelo também deixa perceber como as aulas ou os projetos podem mostrar diferentes níveis do uso da tecnologia.


Um modelo

Este modelo fez-me pensar que a colaboração também poderia ser inserida nestas caixas; por isso, comecei a procurar modelos como este, relacionados com a colaboração na educação. Na minha pesquisa simples, o que descobri é que existem muitos exemplos diferentes, contudo, a maioria deles está relacionada com outras áreas. Os que encontrei relacionados com a educação referiam-se mais ao desenvolvimento de competências entre alunos e professores ou entre os próprios alunos. Foi um pouco mais difícil encontrar modelos sobre a colaboração entre os professores. Para mim foi um sinal de que a colaboração, por vezes, pode ser um desafio. O que parece ser colaboração para uma pessoa pode não ser o que a outra tem em mente.

Na maioria dos modelos, havia elementos que podiam ser utilizados na educação e naquilo que eu estava a pensar criar para a minha própria prática. Embora o modelo PIC-RAT fosse a minha inspiração original para mergulhar neste assunto, decidi que um continuum parecia fazer mais sentido ao pensar em colaboração de uma forma linear. Utilizando os modelos que encontrei como orientação, especifiquei que níveis integram o meu continuum de colaboração.



4 níveis de colaboração








Partilha

A partilha é o nível em que começa a colaboração. Implica a partilha de recursos com os meus colegas e também inclui situações em que os professores solicitam livros ou materiais de pesquisa para aulas ou projetos. A partilha é o nível de colaboração que os professores bibliotecários conseguem controlar. Não se pode obrigar ninguém a trabalhar connosco, mas podemos estar recetivos e dispostos a partilhar sempre que a oportunidade surgir.

Cooperação

Neste nível, eu e o professor não planificamos em conjunto, mas falamos do que cada um de nós ensina para que as aulas possam estar em sincronia. Também partilhamos métodos e estratégias de ensino para que os alunos possam ter uma formação coerente.

Coordenação

Esta forma de colaboração inclui aulas ou projetos que programamos e discutimos em conjunto, mas que são ensinados por um professor ou pelo outro. Por vezes, tanto o professor como o professor bibliotecário estão presentes, mas as aulas não são verdadeiros momentos de coensino, uma vez que um dos professores é o líder e prepara a maior parte da aula.

Integração

A integração acontece quando os nossos objetivos curriculares estão verdadeiramente alinhados. Planeamos e desenvolvemos em conjunto uma aula ou projeto que vai ao encontro dos objetivos da área temática, bem como das necessidades de informação dos alunos. Coensinamos na mesma aula ou no mesmo projeto. Este nível requer confiança de ambas as pessoas e inclui a partilha de ideias e a tomada de decisões.

Penso que esta ideia foi bem explicada no Centro de Recursos de Minnesota “nenhum tipo de colaboração é "melhor" do que outro. O melhor tipo de colaboração é aquele que melhor se adapta àquilo que o professor e o seu colega esperam alcançar". Tenciono continuar a olhar para as aulas e para os projetos através desta lente durante o resto do ano letivo.


Referências

Hincks, K. (2022, 31 de março). 4 Levels of Collaboration for Teachers and Librarians. Knowledge Quest. https://knowledgequest.aasl.org/4-levels-of-collaboration-for-teachers-and-librarians/
American Association of School Librarians. AASL framework for learners. https://standards.aasl.org/wp-content/uploads/2018/08/180206-AASL-framework-for-learners-2.pdf
Minnesota Prevention Resource Center. (2018, 27 de dezembro). Levels of collaboration. https://mnprc.org/2018/12/27/levels-of-collaboration/
Broadleaf Consulting.(s.d.) Tools for measuring collaboration. https://broadleafconsulting.ca/uploads/3/4/0/8/3408103/tools_for_measuring_collaboration.pdf
Mississippi State University Extension Service. (s.d.). A collaboration framework for use in extension. http://extension.msstate.edu/publications/collaboration-framework-for-use-extension
Kimmons, R., Graham, C. R., & West, R. E. (2020). The PICRAT model for technology integration in teacher preparation. Contemporary Issues in Technology and Teacher Education. https://citejournal.org/volume-20/issue-1-20/general/the-picrat-model-for-technology-integration-in-teacher-preparation

Fonte: Blogue RBE


Sem comentários: