domingo, 6 de fevereiro de 2022

Um livro, um filme pela Tolerância Zero à Mutilação Feminina

 

6 de fevereiro

Dia Internacional da Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina



FLOR DO DESERTO
Waris Dirie
Edições ASA
2010
200 Páginas


Waris Dirie (nome que significa Flor do Deserto que suporta a seca e desabrocha na estação das chuvas) tem uma vida dupla - durante o dia, é top-model internacional e porta-voz das Nações Unidas para os direitos das mulheres em África; à noite, os seus sonhos levam-na de volta a casa, na Somália.

Waris nasceu numa família tradicional de nómadas do deserto africano. A sua infância foi feliz e despreocupada… até ao dia em que chegou a sua vez de se submeter ao costume imposto à maioria das raparigas somalis: a mutilação genital. Waris sofreu esta tortura quando tinha apenas cinco anos de idade. Quando, já com doze anos, descobre que o seu pai pretende negociá-la com um desconhecido em troca de cinco camelos, Waris toma a decisão que vai mudar irreversivelmente a sua vida. Após uma extraordinária fuga pelo deserto, consegue chegar a Londres. Waris tinha poucos conhecimentos da língua inglesa e nenhum dinheiro. Acabará por trabalhar no MacDonald’s, onde um fotógrafo de moda a descobre. As portas da fama abriram-se então para esta jovem mulher cuja história é uma fonte de inspiração e cuja personalidade é tão arrebatadora como a sua beleza.




Trailer do filme Flor do Deserto


Flor do Deserto (Desert Flower *)
Diretora: Sherry Horman
Roteiro: Sherry Horman, baseado no livro de Waris Dirie
Musica: Martin Todsharow
Fotografia: Ken Kelsch
Elenco: Liya Kebede, Sally Hawkins, Timothy Spall, Juliet Stevenson, Craig Parkinson, Meera Syal, Soraya Omar-Scego
Distribuidora: Imovision

120 min 


Flor do Deserto é um filme emocionante, bem feito e importante para ajudar no processo de consciencialização das pessoas contra um costume tão bárbaro. Não é razoável permitir que práticas cruéis se perpetuem por serem tradição. Só os hábitos que respeitam e valorizam a dignidade humana deveriam ser mantidos. Mas em alguns países, especialmente Sudão, Egito e Somália, as mulheres ainda são vistas como objeto e propriedade da família ou do marido.
O testemunho de Waris pode ser encontrado nessa página do Reader's Digest.


Curiosidades:
* Na verdade, Waris foi procurar a irmã que morava em Mogadishu, e não a avó como aparece na adaptação cinematográfica do livro.
Durante a travessia pelo deserto, Waris ficou frente a frente com um leão. Imóvel, ela esperou o ataque. Mas ele apenas virou as costas e foi-se embora.




Waris Dirie apela à tolerância zero contra a mutilação genital feminina



Kofi Anan nomeou a ex-modelo somali como embaixadora da ONU para fazer campanha pela erradicação da FGM (Mutilação Genital Feminina). Numa entrevista à Marie Claire, 'Waris disse que a circuncisão feminina continua a ser praticada em África, em alguns países árabes e em comunidades de imigrantes da Europa e dos Estados Unidos. Hoje, a OMS (Organização Mundial da Saúde) calcula que três milhões de meninas passem por isso todos os anos. “As coisas estão a melhorar, mas não é o suficiente. O que me deixa doente é que os políticos do mundo não levam a questão a sério porque, no fim das contas, é um ‘problema de mulher’, algo relacionado com a vagina. Muitos argumentam dizendo que ‘isso é religião’ ou ‘é a cultura dos outros’, quando na verdade é um crime. Especialmente quando ocorre com meninas pequenas que não se podem defender.'



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