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Na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, a Grécia é metáfora da beleza imortal, da plenitude e presença do sagrado. O mar, os mitos, a melancolia estão entretecidos na paisagem que a poeta contempla.
Ressurgiremos
Ressurgiremos ainda sob os muros de Cnossos
E em Delphos centro do mundo
Ressurgiremos ainda na dura luz de Creta
Ressurgiremos ali onde as palavras
São o nome das coisas
E onde são claros e vivos os contornos
Na aguda luz de Creta
Ressurgiremos ali onde pedra estrela e tempo
São o reino do homem
Ressurgiremos para olhar para a terra de frente
Na luz limpa de Creta
Pois convém tornar claro o coração do homem
E erguer a negra exactidão da cruz
Na luz branca de Creta
Livro Sexto, 1962
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