Capacitação Digital das Escolas, para quê?
A Capacitação Digital das Escolas pretende impulsionar o desenvolvimento de estratégias inovadoras e indutoras de mudança que terão impacto na melhoria da gestão escolar, na qualidade do ensino, nas aprendizagens e nos resultados escolares.
A transformação digital em curso exige o investimento nas pessoas e nas suas qualificações, de modo a dar resposta aos desafios atuais e futuros. Para que a Escola possa corresponder às exigências deste novo contexto digital, é essencial:
• criar as condições para a integração transversal das tecnologias nas diferentes áreas curriculares dos ensinos básico e secundário, visando a melhoria contínua da qualidade das aprendizagens e a inovação, bem como o desenvolvimento do sistema educativo;
• integrar o digital nas práticas profissionais e pedagógicas dos docentes, nas rotinas das escolas, de acordo com uma estratégia global de desenvolvimento digital;
• implementar o Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital de Escola (PADDE), enquanto instrumento estratégico de apoio à tomada de decisão e à monitorização do trabalho desenvolvido, na área do digital;
• proporcionar o acesso a recursos educativos digitais de qualidade;
• dar resposta aos desafios e mudanças inerentes a uma transição global, garantido maior igualdade e inclusão dos cidadãos.
Desenvolvimento digital das escolas
Cada Escola deve definir o respetivo Plano de Ação para o Desenvolvimento Digital (PADDE), um instrumento estratégico de apoio à tomada de decisão e à monitorização do trabalho desenvolvido, na área do digital, nas dimensões organizacional, pedagógica, tecnológica e digital.
As Equipas de Desenvolvimento Digital, responsáveis pela elaboração do PADDE, definirão a estratégia global de desenvolvimento digital ajustada a cada contexto, contando, para tal, com o acompanhamento e o apoio dos Embaixadores Digitais.
Etapas de desenvolvimento do PADDE
- Constituição das Equipas de Desenvolvimento Digital
- Frequência do Curso de Formação pelos elementos das Equipas
- Diagnóstico de Proficiência Digital das Escolas
- Construção do PADDE
- Implementação do PADDE
- Avaliação e Reformulação do PADDE
O PADDE, que deverá ser aplicado até ao final do ano letivo de 2022-2023, está organizado em 7 dimensões, tal como preconizado no referencial DigCompOrg (p. 17):
- Liderança
- Desenvolvimento profissional contínuo (DPC)
- Recursos digitais
- Ensino e aprendizagem
- Práticas de avaliação
- Promoção da competência digital dos alunos
- Infraestrutura e equipamento
Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2020 - aprova o Plano de Ação para a Transição Digital, e prevê um investimento nas competências digitais (CD) dos docentes e dos formadores.
Referenciais:
- Quadro Europeu de Competência Digital para Cidadãos - DigCom 2.1
- Quadro Europeu Competência Digital para Educadores - DigCompEdu 2018
E ainda:
Ferramenta de autorreflexão Check-In, desenvolvida pelo Joint Research Centre (JRC), validada em diversos países da União Europeia, incluindo Portugal, e disponibilizada pela Universidade de Aveiro. Apresenta 22 questões que representam as 22 competências do DigCompEdu.[1]
Ferramenta SELFIE utilizada para fazer o diagnóstico da competência digital da escola e, com base nos resultados obtidos, criar o plano de ação das escolas (PADDE).
Níveis de proficiência - aspetos a sublinhar:
Em relação aos seis níveis de proficiência apresentados no DiComEdu, importa sublinhar o seguinte:
"O modelo de progressão proposto pretende ajudar os
educadores a compreenderem os seus pontos fortes
e fracos, descrevendo diferentes etapas ou níveis de
desenvolvimento de competência digital. Para facilitar o
posicionamento, estes níveis de competência estão ligados
aos seis níveis de proficiência utilizados pelo Quadro
Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR): A1. A2. B1. B2. C1. o C2."
"O objetivo principal
do modelo de progressão proposto pelo DigCompEdu é
apoiar o desenvolvimento profissional contínuo. Não
pretende servir como um enquadramento normativo ou
como uma ferramenta de avaliação de desempenho. Pelo
contrário, as 22 competências são explicadas em seis
níveis para informar os educadores sobre o nível em que
se encontram, o que já alcançaram e quais poderão ser
os próximos passos caso queiram continuar a desenvolver
esta competência específica. As declarações de proficiência
destinam-se a celebrar as conquistas e incentivar os
educadores a desenvolverem as suas competências,
indicando pequenas etapas que irão eventualmente,
passo a passo, aumentar a sua confiança e competência.
A ideia principal da progressão da proficiência é tornar
explícitos os diferentes níveis através dos quais cada
competência normalmente se desenvolve, de modo a
ajudar os educadores a identificarem e decidirem que
medidas específicas podem tomar para impulsionar a sua
competência, a partir do nível em que se encontram." (p. 28).
De acordo com o DigComEdu (figura 4), as 22 competências distribuem-se por seis áreas, do seguinte modo:
1. Envolvimento Profissional
- Usar tecnologias digitais para comunicação, colaboração e
desenvolvimento profissional.
1. Comunicação institucional
2. Colaboração profissional
3. Prática reflexiva
4. Desenvolvimento Pessoal Contínuo (DPC) Digital
As competências
listadas nas áreas 2, 3 e 4 detalham como fazer uma utilização eficiente e inovadora
das tecnologias digitais durante a planificação (Área 2), implementação
(Área 3) e avaliação (Área 4) do ensino e aprendizagem:
2. Recusos Digitais (Planificação)
Selecionar, criar e partilhar recursos digitais
5. Seleção
6. Criação e modificação
7. Gestão, proteção e partilha
3. Ensino e Aprendizagem (implementação)
Gerir e orquestrar o uso de tecnologias digitais no ensino e
aprendizagem
8.Aprendizagem autorregulada
9. Aprendizagem colaborativa
10. Ensino
11. Orientação
4. Avaliação (do ensino-aprendizagem)
Usar tecnologias e estratégias digitais para melhorar a avaliação
12. Estratégias de avaliação
13. Análise de evidências
14. Feedback e planificação
"A Área 5
reconhece o potencial das tecnologias digitais para estratégias de ensino e
aprendizagem centradas no aprendente. Esta área é transversal às Áreas 2, 3
e 4, no sentido em que contém um conjunto de princípios orientadores,
relevantes para e complementares às competências especificadas nessas áreas.":
5. Capacitação dos aprendentes
Usar tecnologias digitais para melhorar a inclusão, a personalização e o
envolvimento ativo dos aprendentes
15. Diferenciação e personalização
16. Acessibilidade e inclusão
17. Envolvimento ativo
6. Promoção da competência digital dos aprendentes
Possibilitar aos aprendentes usar tecnologias digitais de forma criativa
e responsável para informação, comunicação, criação de conteúdos, bem-estar e
resolução de problemas.
18. Literacia da informação e dos media
19. resolução de problemas
20. Uso responsável
21. Comunicação e colaboração
22. Criação
Artigos de interesse:
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Impacto na notoriedade das organizações educativas e no ciclo de aprendizagem
Caixa de ferramentas para curadoria e criação de recursos educativos abertos | AASL
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