sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Palestra | Desenvolvimento sustentável - Poluição por (micro)plásticos

 





Dia 31 de janeiro, às 16:20

Palestra com Filipa Bessa, investigadora da Universidade de Coimbra (Ex-aluna da Camilo)

Atividade promovida pela Biblioteca e o Departamento de Ciências Humanas e Sociais 







Microplásticos

Tem vasta aceitação entre a comunidade científica a definição de MACRO LIXO como o lixo de dimensão superior a 25 mm, sendo o termo MICRO LIXO baseado na definição de microplástico, como partículas de plástico com dimensão inferior a 5 mm. A gama de dimensões variáveis entre 5 mm e 25 mm são designadas como MESO LIXO.






A produção mundial de plásticos tem vindo a aumentar desde 1950 e em 2019 foram produzidas cerca de 370 milhões de toneladas a nível mundial e na Europa cerca de 58 M de toneladas (PlasticsEurope, 2020). Os plásticos agregam mais de 20 famílias de polímeros entre as quais polietileno (PE), polipropileno (PP), policloreto de vinilo (PVC), poliuretano (PUR), poliestireno (PS) e poliamida (PA) que representam cerca de 90% do total da produção mundial. Para além do polímero principal, os plásticos contém uma série de aditivos para melhorar as especificações do produto tais como: ductilidade, dureza, durabilidade ou resistência ao clima. Em relação a alguns destes aditivos especialmente certos plastificantes, existe forte suspeita de que sejam desreguladores endócrinos para animais e para os seres humanos. Todos os anos, uma parte muito significativa dos plásticos da indústria e dos consumidores são libertados no ambiente, estimando-se que cerca de 10% dos plásticos produzidos terminem nos oceanos e mares.

Em menos de um século de existência os resíduos de plástico já representam cerca de 60 a 90% do lixo marinho dependendo da localização. Uma vez no ambiente, macro detritos sofrem degradação mecânica (erosão, abrasão), química (foto-oxidação, temperatura, corrosão) e biológica (degradação por micro organismos). A fragmentação do plástico é considerado ser um processo infinito e que pode continuar até ao nível molecular podendo levar à formação contínua de microplásticos e até nano partículas de plástico (partículas com dimensão inferior a 1 µm), no ambiente.

A composição de micro e macro plástico difere devido a diferenças de eficiência da degradação e origens dos vários polímeros. Amostras de lixo flutuante (lixo à superfície dos oceanos) são maioritariamente constituídas por polipropileno, polietileno e esferovite (poliestireno expandido), policloreto de vinilo (PVC) e poliéster (PET).

A presença de plásticos e microplásticos no ambiente aquático é um assunto de preocupação. Há uma evidência crescente de que os organismos marinhos em todos os níveis da cadeia alimentar ingerem partículas de plástico que desta forma entram na cadeia alimentar. A prevenção na origem é um aspeto crucial para enfrentar o desafio da poluição por microplástico.

Agência Portuguesa do Ambiente


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