Ouvir poesia é sempre uma experiência transformadora. Quando dita em voz alta, os versos ganham vida, revelam sons, ritmos e emoções que, muitas vezes, ficam escondidos no silêncio da leitura. Na voz do ator Pedro Lamares, essa experiência torna-se ainda mais intensa: a sua interpretação envolve o público, transmite sensibilidade e faz com que cada palavra seja sentida de forma única. Ao ouvi-lo, percebemos que a poesia não é apenas para ser lida, mas também para ser partilhada, escutada e vivida como um encontro profundo com a linguagem e com o humano.
As escolhas de Pedro Lamares foram ecléticas: Alberto Caeiro, José Régio, Lobo Antunes, Filipa Leal, Francisca Camelo, Valter Hugo Mãe, Camões e Gil Vicente.
O encontro, memorável, decorreu na passada quarta-feira, no Auditório 1, às 11:30.
Estiveram presentes alunos do Ensino Secundário (10º A, 11º E, 12ºA, B e G) e respetivos professores acompanhantes.
O evento foi realizado no âmbito do Encontro "Entre quem lê", promovido pelo Pelouro da Cultura do Município de Vila Real e coordenado, a nível de escola, pela Biblioteca e pelo Departamento de Línguas Românicas e Clássicas.
Serranilha, de Gil Vicente
Serranilha, de Gil Vicente
A serra é alta, fria e nevosa;
vi venir serrana gentil, graciosa.
Vi venir serrana, gentil, graciosa,
cheguei-me per'ela com grã cortesia.
Cheguei-me per'ela de grã cortesia,
disse-lhe: senhora, quereis companhia?
Disse-lhe: senhora, quereis companhia?
Disse-me: escudeiro, segui vossa via.
A serra é alta, fria e nevosa;
vi venir serrana gentil, graciosa.
Vi venir serrana, gentil, graciosa,
cheguei-me per'ela com grã cortesia.
Cheguei-me per'ela de grã cortesia,
disse-lhe: senhora, quereis companhia?
Disse-lhe: senhora, quereis companhia?
Disse-me: escudeiro, segui vossa via.
🔊Ouça aqui "Coisinhas preciosas para meter no cu", poema de Valter Hugo Mãe, dedicado a Pedro Lamares.



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