segunda-feira, 22 de abril de 2019

A Grécia de Sophia



Exposição de trabalhos de alunos de Grego do 12º G









«Não tento descrever-lhe a Grécia nem tento dizer-lhe o que foi ali a minha total felicidade. Foi como se eu me despedisse de todos os meus desencontros, todas as minhas feridas e acordasse no primeiro dia da criação num lugar desde sempre pressentido. Sobre a Grécia só o Homero me tinha dito a verdade: mas não toda.

O primeiro prodígio do mundo grego está na Natureza: no ar, na luz, no som, na água. É uma natureza mitológica onde as montanhas e as ilhas têm um halo azul que não é imaginado (...). Sob o sol a pique, numa claridade azul indescritível, o ar é tão leve que nos torna alados e o menor som se recorta com uma inteira nitidez. As enormes e constantes montanhas povoam tudo de solenidade. Cheira a resina e a mel e há uma embriaguez austera e lúcida.» 

Andresen, Sophia de Mello Breyner e Sena, Jorge de (2006). Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena. Correspondência 1959-1978. Lisboa: Guerra e Paz.



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