quinta-feira, 31 de dezembro de 2015
Leitura dos clássicos
Edições italianas na transição do séc. XV para o séc. XVI
EXPOSIÇÃO | 6 nov. '15 - 30 jan. '16 | BNP | Museu do Livro
«Epistolae Heroides», de Ovídio,
comentadas por Antonius Volscus e Hubertinus Clericus, impressa em Veneza,
por
Boneto Locatello para Ottaviano Scoto, em 1492 (BNP INC. 832, f. 7 v.). Contém traduções para português. Do
uso da aula de letrados das Cortes de D. João II e D. Manuel I.
Apresenta-se uma seleção de edições humanísticas, sobretudo incunábulos, de autores gregos e latinos, impressas maioritariamente em prelos italianos, existentes no acervo da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP).
Este conjunto de obras constituem peças-chave para compreender a introdução do Humanismo em Portugal e estão na génese das principais inovações intelectuais e estéticas da cultura portuguesa ocorridas durante os reinados de D. João II e de D. Manuel I.
As marcas de posse, assim como os comentários interlineares e marginais, de diversas mãos, em latim e em português, situados num período próximo à sua produção, permitem-nos compreender a circulação de livros italianos em Portugal nas Cortes de D. João II e D. Manuel I e a adoção da cultura humanística em Portugal, bem como a própria compreensão do fenómeno de disseminação do Humanismo na Europa.
As marcas de posse, assim como os comentários interlineares e marginais, de diversas mãos, em latim e em português, situados num período próximo à sua produção, permitem-nos compreender a circulação de livros italianos em Portugal nas Cortes de D. João II e D. Manuel I e a adoção da cultura humanística em Portugal, bem como a própria compreensão do fenómeno de disseminação do Humanismo na Europa.
«Naturalis Historia», de Plínio, editada por Filippo Beroaldo, em 1480 (BNP INC. 462, f. 258 v.).
Pertenceu a Tristão Teixeira, um dos bolseiros do rei D. João II em Itália.
Entre os exemplares expostos merecem particular destaque uma edição das Heroides de Ovídio (Venezia: Boneto Locatello para Ottaviano Scoto, 1492, INC. 832), obra que contém glosas com traduções para português da obra latina e que poderá ter servido para a aprendizagem do latim do príncipe D. João (futuro D. João III), e uma edição da História natural de Plínio (Parma: Andrea Portilia, 1480, INC 462), que pertenceu a Tristão Teixeira, um dos três filhos de João Teixeira, chanceler-mor de D. João II, que, tal como os irmãos, recebeu uma bolsa de estudo para estudar em Itália, tendo sido aluno de Poliziano. Constitui um exemplar raro só comparável ao exemplar que contém a edição da História natural preparada por Perotto, hoje na Bodleian Library de Oxford (Bodleian Library Auct. Q.1.2).
Estas edições constituem, à margem da produção tipográfica portuguesa, o pulmão da educação palaciana na passagem do século XV para o século XVI. Incidindo sobre a leitura palaciana das edições humanísticas e no seu uso didático, no período que compreende os reinados de D. João II e D. Manuel I, esta exposição permite caracterizar e definir os momentos de introdução do Humanismo em Portugal.
A exposição, comissariada por Ana Maria S. Tarrió, é uma iniciativa conjunta do Centro de Estudos Clássicos (CEC) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Biblioteca Nacional de Portugal.
Texto produzido e difundido pela BNP.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
Encontro nacional de educação para os media 2015
Numa iniciativa da Direção-Geral da Educação, coordenada pela Equipa de Recursos e Tecnologias Educativas em parceria com o Centro de Competência TIC da Universidade de Aveiro, teve lugar no dia 21 de novembro de 2015, na Biblioteca Municipal de Albergaria-a-Velha, o Encontro Nacional de Educação para os Media (IV Encontro Nacional de Rádios e TV’s Escolares e II Encontro Nacional de Jornais Escolares).
O Encontro incluiu uma conferência plenária sobre o Referencial de Educação para os Media, uma mesa redonda sobre as competências a desenvolver neste domínio, um painel sobre boas práticas das instituições parceiras, oficinas sobre aspetos diversos do trabalho nesta área, além de partilha de boas práticas.
Podem ser consultadas aqui as Apresentações realizadas durante o evento e as Reportagens multimédia.
Apresentação das iniciativas de Educação para os Media dinamizadas pela Direção-Geral da Educação de forma ou autónoma ou em parceria:
O Portugal futuro, de Ruy Belo
O Portugal Futuro
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro
Ruy Belo (1933-1978), Homem de Palavra(s) (1970)
Não são as palavras...
José Luís Peixoto por José Luís Peixoto
Leitura de uma passagem de Em Teu Ventre, incluída em excerto do documentário "Nossa Língua".
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
História do feio | Umberto Eco
Autor: Umberto Eco
Título: História do Feio
Edição/reimpressão: 2007
Editor: Difel
Nº Páginas: 456
ISBN: 9789722908542
Para Eco, a fealdade é mais divertida e interessante do que a beleza. A beleza é, frequentemente, entediante porque toda a gente sabe o que ela é.
Filosófica e esteticamente, o conceito de Belo sempre se contrapôs ao conceito do Feio. Daí que a História do Feio surja como a sequência natural e mundialmente aguardada do best-seller internacional, História da Beleza.
Aparentemente, beleza e fealdade são conceitos que mutuamente se exigem: habitualmente entende-se a fealdade como o oposto da beleza, de modo que bastaria definir a primeira para se saber o que é a outra. Mas as diversas manifestações do feio através dos séculos são mais ricas e imprevisíveis do que comummente se julga. Por isso, os textos antológicos e as ilustrações extraordinárias deste livro levam-nos a percorrer um itinerário surpreendente entre pesadelos, terrores e amores de quase trinta mil anos, onde os atos de repulsa caminham de mãos dadas com comoventes movimentos de paixão, e a rejeição da deformidade é acompanhada de êxtases decadentes que, as mais das vezes, são violações sedutoras de todos os cânones clássicos. Entre demónios, loucos, inimigos horríveis e presenças perturbantes, entre abismos revoltantes e deformidades que atingem o sublime, freaks e mortos-vivos, descobre-se uma veia iconográfica vastíssima e, muitas vezes, inimaginável.
Aparentemente, beleza e fealdade são conceitos que mutuamente se exigem: habitualmente entende-se a fealdade como o oposto da beleza, de modo que bastaria definir a primeira para se saber o que é a outra. Mas as diversas manifestações do feio através dos séculos são mais ricas e imprevisíveis do que comummente se julga. Por isso, os textos antológicos e as ilustrações extraordinárias deste livro levam-nos a percorrer um itinerário surpreendente entre pesadelos, terrores e amores de quase trinta mil anos, onde os atos de repulsa caminham de mãos dadas com comoventes movimentos de paixão, e a rejeição da deformidade é acompanhada de êxtases decadentes que, as mais das vezes, são violações sedutoras de todos os cânones clássicos. Entre demónios, loucos, inimigos horríveis e presenças perturbantes, entre abismos revoltantes e deformidades que atingem o sublime, freaks e mortos-vivos, descobre-se uma veia iconográfica vastíssima e, muitas vezes, inimaginável.
Percorrendo os períodos da História da Arte, até à atualidade, o livro aborda as várias representações do feio, diferentes estilos, num estudo muito completo, com imagens elucidativas. Ao lermos o livro vamos encontrando o feio na natureza, o feio aliado ao espiritual, o feio associado com a assimetria, a desarmonia, a debilidade e a desfiguração; vamos vendo o feio pintado de mesquinho, vil, banal, casual, arbitrário, grosseiro, repugnante, desajeitado, horrendo, sensaborão, nauseabundo, criminoso, espectral, bruxo, satânico, repelente, desagradável, grotesco, abominável, odioso, indecente, imundo, porco, obsceno, pavoroso, abjeto, monstruoso, horripilante, medonho, terrível, terrificante, tremendo, repulsivo, nojento, nauseabundo, fétido, ignóbil, desgraçado, algo / alguém sem graça nenhuma nem decência.
A narrativa de Umberto Eco é uma espécie de cartografia de emoções que alinha excertos picarescos de Rabelais (a invenção dos "limpa-cus" no tomo I de Gargântua e Pantagruel, 1532), o Manifesto Surrealista, de André Breton (1924), e a descrição de um inimigo de James Bond a ser devorado por tubarões no filme Vive e Deixa Morrer (1954).
O primeiro editor estrangeiro que viu esta obra exclamou: «Como é bela a fealdade!»
Entrevistado sobre a História do feio, Umberto Eco fala sobre o conceito central do livro: a fealdade.
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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Blimunda #43
dezembro 2015
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Laboratórios de Aprendizagem/Future Classroom Lab
WEBINAR DGE - «A iniciativa Laboratórios de Aprendizagem/Future Classroom Lab»
Sílvia Zuzarte | Ana Medeiros
A iniciativa “Laboratórios de Aprendizagem/Future Classroom Lab” é desenvolvida pela Direção-Geral da Educação, em parceria com a European Schoolnet (EUN), e consiste na disseminação de metodologias para a integração curricular das TIC que foram validadas em ações piloto de âmbito europeu.
Duas embaixadoras (Sílvia Zuzarte e Ana Medeiros) respondem a algumas questões que permitirão conhecer melhor esta iniciativa, os seus objetivos e quem a dinamiza. Irão também apresentar algumas das atividades já desenvolvidas e quais as que se encontram em perspetiva, sendo que já foram abraçadas várias ações envolvendo a participação de vários professores de todos os níveis de ensino não superior, diretores de centros de formação, diretores de escolas e outros parceiros.
"A Christmas Childhood", de Patrick Kavanagh
O poema de Natal mais citado na Irlanda
Brian O'Donovan lê o poema de Patrick Kavanagh, "A Christmas Childhood", enquanto Christy O'Leary canta "The Wexford Carol."
One side of the potato-pits was white with frost –
How wonderful that was, how wonderful!
And when we put our ears to the paling-post
The music that came out was magical.
The light between the ricks of hay and straw
Was a hole in Heaven’s gable. An apple tree
With its December-glinting fruit we saw –
O you, Eve, were the world that tempted me.
To eat the knowledge that grew in clay
And death the germ within it! Now and then
I can remember something of the gay
Garden that was childhood’s. Again.
The tracks of cattle to a drinking-place,
A green stone lying sideways in a ditch,
Or any common sight, the transfigured face
Of a beauty that the world did not touch.
My father played the melodion
Outside at our gate;
There were stars in the morning east
And they danced to his music.
Across the wild bogs his melodion called
To Lennons and Callans.
As I pulled on my trousers in a hurry
I knew some strange thing had happened.
Outside in the cow-house my mother
Made the music of milking;
The light of her stable-lamp was a star
And the frost of Bethlehem made it twinkle.
A water-hen screeched in the bog,
Mass-going feet
Crunched the wafer-ice on the pot-holes,
Somebody wistfully twisted the bellows wheel.
My child poet picked out the letters
On the grey stone,
In silver the wonder of a Christmas townland,
The winking glitter of a frosty dawn.
Cassiopeia was over
Cassidy’s hanging hill,
I looked and three whin bushes rode across
The horizon — the Three Wise Kings.
And old man passing said:
Can’t he make it talk –
The melodion.’ I hid in the doorway
And tightened the belt of my box-pleated coat.
I nicked six nicks on the door-post
With my penknife’s big blade –
there was a little one for cutting tobacco.
And I was six Christmases of age.
My father played the melodion,
My mother milked the cows,
And I had a prayer like a white rose pinned
On the Virgin Mary’s blouse.
Patrick kavanagh
Uma pequena luz, Jorge de Sena
Uma pequenina luz
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla... em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
entre o bafo quente da multidão
a ventania dos cerros e a brisa dos mares
e o sopro azedo dos que a não veem
só a adivinham e raivosamente assopram.
Uma pequena luz
que vacila exata
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exatidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indeflectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro.
Não aquece também os que de frio se juntam.
Não ilumina também os rostos que se curvam.
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exatidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha
Jorge de Sena, Fidelidade (1958)
Aldo Manuzio: o inventor do itálico
Mostra | 22 set. - 31 dez. 2015 | BNP | Sala de Referência | Entrada livre
"Em Setembro de 1500, em Veneza, é impresso na Casa de Aldo Manuzio (ca 1450-1515) um livro com a correspondência de Catarina de Siena, a freira dominicana canonizada e nos dias de hoje aceite como Doutora da Igreja. O livro inclui uma gravura da Santa, idealizando uma das muitas experiências de êxtase do seu casamento místico com Jesus, trocando com ele o seu coração.
Gravura de Santa Catarina de Siena, [Epistole. Orazioni scelte], Bartolommeo de Alzano, Veneza, Aldo Manuzio, setembro 1500 (BNP INC. 1123) |
Poderia ser um livro, um simples livro ilustrado, como muitos dos outros que eram impressos na cidade italiana. Porém a gravura apresenta três frases escritas - «iesu dolce; iesu amore; iesu» - numa letra diferente de todas as outras que a tipografia experimentara e conhecera até então: uma letra levemente inclinada à direita, um ductus que Aldo Manuzio desenhara e fizera abrir pelo gravador Francesco Grifo e que ajudava a expressar e a destacar o êxtase sentido pela santa. Um tipo novo que depressa começou a correr mundo e que hoje é conhecido como itálico. Uma forma de letra que no meio de um texto extenso se destaca e chama a atenção do leitor.
Marca de impressão [Epistole.
Orazioni scelte], Bartolommeo de Alzano, Veneza, Aldo Manuzio, setembro 1500
(BNP INC. 1123)
|
Ao passar o quinto centenário da morte de Aldo Manuzio (c. 1450-1515), o homem que ajudou a transformar a tipografia em arte, a Biblioteca Nacional de Portugal e a Universidade Nova de Lisboa – através do Centro de Estudos Históricos (CEH) e do Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (CHAM) – associaram-se em torno dessa mesma efeméride, organizando uma mostra da obra dos prelos venezianos aldinos – escolhida entre o acervo que se encontra à guarda da BNP – e de um seminário, evocando não só o tipógrafo e humanista, mas também o itálico como um dos seus grandes legados à humanidade."
Comissário: João Alves Dias
Comissário: João Alves Dias
História da Beleza | Umberto Eco
Na capa: Leonor de Toledo pintada por Bronzino
Autor: Umberto Eco
Título: História da Beleza
Editor: Difel
Data de publicação /reimpressão: 2009
Nº Páginas: 438
ISBN: 9789722907163
“Perguntai a um sapo o que é a beleza, o verdadeiro belo. Responder-vos-á que consiste na sua mulher, com os seus belos olhos redondos que se projetam para fora da pequena cabeça, o pescoço grosso e achatado, o ventre verde e as costas castanhas. Interrogai o diabo: dir-vos-á que o belo é um par de cornos, quatro patas com garras e um rabo."
"Nesta resenha das ideias sobre a Beleza através dos séculos procurar-se-á, antes de mais, identificar os casos em que uma dada cultura ou uma determinada época histórica reconheceram que há coisas que são agradáveis quando as contemplamos, independentemente do desejo que sentimos em relação a elas. Por isso, não partiremos de uma ideia preconcebida de Beleza; antes, passaremos em revista as coisas que os seres humanos (ao longo dos milénios) consideraram belas."
"Este livro parte do princípio de que a Beleza nunca foi algo de absoluto e imutável, mas assumiu rostos diferentes segundo o período histórico e a região; não só no que diz respeito à beleza física (do homem, da mulher, da paisagem), mas também em relação à Beleza de Deus ou dos Santos ou das Ideias... Nesse sentido, respeitaremos muito o leitor. Acontecer-nos-á mostrar que, enquanto num mesmo período histórico, as imagens dos pintores e dos escultores pareciam celebrar um certo modelo de Beleza (dos seres humanos, da natureza ou das ideias), a literatura celebrava outro."
Umberto Eco, extratos da "Introdução" de História da Beleza
Tanto no estilo como no aspeto gráfico, História da Beleza foi concebido para um público vasto e diversificado, constituindo uma síntese inédita e multidisciplinar que inclui não só as artes visuais, a arquitetura e o design, mas também a música, a literatura, a dança, entre muitas outras manifestações artísticas.
Em 17 capítulos profusamente ilustrados, Umberto Eco reflete sobre as diversas transformações do conceito de Beleza e os mecanismos que elegeram as diversas tendências do gosto ao longo dos tempos.
Competirá aos leitores, ao percorrer as páginas deste livro, decidir se a ideia de Beleza, através de uma tão grande diversidade de representações, terá mantido algumas características constantes. De qualquer modo, constituirá uma aventura intelectual apaixonante e emotiva.
Crítica da imprensa
"Este livro conta o modo como os homens e as mulheres consideram o belo através dos tempos. [...] Repare-se como nos seus quadros sinópticos, por categorias (da Vénus Nua às Proporções), Eco nos transporta da Vénus de Willendorf, com 25 mil anos, a Diana de Gales, passando por figuras tão convencionais como as Madonnas de Rafael ou tão paradoxais como a Madonna dos nossos tempos, John Kennedy, John Weissmuller (como Tarzan) ou uma espantosa Cleópatra representada por Liz Taylor. [...] Um belo livro sobre a beleza, até porque através dele se percebe até que ponto é contingente o conceito e como esta contingência nos tocou e sempre continua a tocar a todos - sobretudo agora, nesta época de verdadeiro 'panteísmo do belo' (Eco)."
João Mário Grilo, Visão
«Da "Vénus de Willendorf" a Monicca Bellucci; de "S. João Baptista" de Caravaggio a Marlon Brando e David Beckham; da "Anunciação" de Da Vinci a "Marilyn" de Andy Warhol; de "Alexandre Magno" a J. F. Kennedy e aos Beatles; de Nefertiti a Grace Kelly e Lady Diana. Um panorama único das obras maiores da Arte Ocidental. "História da Beleza" vale bem o seu peso em ouro.»
Livres Hebdo
sábado, 26 de dezembro de 2015
Mostra na Biblioteca Naciona de Portugal | Ramalho Ortigão
Um publicista em fim de século
MOSTRA | 25 set. - 31 dez. | BNP | Sala de Referência | Entrada livre
Ramalho Ortigão in «A Hollanda», Ramalho Ortigäo, Lisboa, António Maria Pereira, 1894 (BNP L. 45612 P.)
"José Duarte Ramalho Ortigão (1836-1915) foi uma expressão da multifacetada figura do publicista finissecular, porém com uma atividade de sincero compromisso crítico com «o país e a sociedade portuguesa» de que As Farpas foram a obra de referência de quase uma vida.
Sobre Sampaio Bruno ou França Borges, por exemplo, figuras típicas que com ele partilharam uma posição de exceção ética – quando o estatuto simbólico do publicista declinara, no fim do século XIX, no oportunismo e na promiscuidade com os interesses das elites políticas e económicas −, Ramalho Ortigão prefigura, como poucos, o longo percurso do intelectual de oitocentos. A longevidade de vida o permitiu.
O ponto de partida romântico teve lugar logo na educação doméstica, passada numa quinta nortenha aos cuidados de uma avó, a que se seguiu a tentativa de cursar Direito em Coimbra, de que veio a desistir; regressou ao Porto para dar aulas de línguas no colégio de Nª Srª da Lapa, de que o pai era diretor, sendo professor de Eça de Queirós; enfim, a carreira de homem de letras, num estatuto que nunca perdeu por completo, misto de diletante viageiro, cronista do que vê, do que lê, por onde passa. Esta fase terminou com um alinhamento ao lado de Feliciano de Castilho, na querela literária com os jovens partidários do Bom Senso e Bom Gosto, chegando a bater-se com Antero de Quental de florete em riste.
Capa de «O mistério da estrada de Sintra. Cartas ao Diário de Noticias», Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz. Lisboa, Livr. de A. M. Pereira, 1870 [http://purl.pt/23925]
Do Porto onde nasceu, partiu para o meio intelectual de Lisboa e acabou por juntar-se aos jovens literatos que agora aqui se reuniam, em Cenáculo e em conferências de fervor republicano e socialista; com Eça, amigo de toda a vida, resolveu «acordar a berros» o torpor citadino da sociedade regeneradora, num ciclo de folhetins intitulado O Mistério da Estrada de Sintra e numa publicação de crónicas periódicas designadas por Farpas. Publicista compulsivo, não mais parou de escrever em jornais e revistas, provido, como dele disse o grande amigo, «dos elementos essenciais da filosofia, da economia, da moral, da política, da história, das belas artes, da ciência, da indústria.»
As Farpas, por si continuadas (já sem Eça, que partira para a vida diplomática), valeram-lhe reputação no Rio de Janeiro, tornando-se correspondente da Gazeta de Notícias local, durante mais de trinta anos, onde deixou publicados mais de 500 artigos. Os proventos da escrita não eram parcos (as crónicas para o Álbum das Glórias, de Bordalo Pinheiro, podiam render-lhe 30 mil reis num mês) e acumulou a atividade das letras com o cargo de secretário da Academia Real das Ciências, depois ainda o de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, de que foi demitido com o advento da República.
Este publicista em fim de século viu aliás, então, que uma época terminava. Monárquico convicto, mesmo áulico (como se tornaram quase todos os jovens a que, embora dez anos mais velho, Ortigão se juntara na década de 1870), e foi um Vencido da Vida em 1900, mas nunca viveu nem agiu no favor político ou do ambiente medíocre."
domingo, 20 de dezembro de 2015
Feliz Natal 2015
Árvore de Natal da Biblioteca
A Equipa de Coordenação da Biblioteca deseja a toda a Comunidade Educativa um Feliz Natal
e
Boas Leituras!
Oh_Christmas_Tree.ogg (áudio Ogg Vorbis, 3 min 56 s de duração, 105 kbps)
What_Child_is_This.ogg (áudio Ogg Vorbis, 2 min 20 s de duração, 142 kbps)
RETROSPETIVA
Em jeito de balanço...
Algumas das atividades desenvolvidas pela Biblioteca Escolar (ou em colaboração com a BE) ao longo do 1º Período.
Obrigada a todos quantos nelas participaram (alunos, professores, funcionários, pais /encarregados de educação), tornando possível a sua concretização.
Obrigada a todos quantos se envolveram, de forma direta ou indireta, na sua realização, contribuindo para que a Camilo esteja aLer+.
Exposição | Literatura Infantojuvenil
Caricaturas de autores portugueses
Área de exposições da biblioteca
de 11 de dez. de 2015 a 15 de jan. de 2016
Com o apoio de Recortar Palavras
sábado, 19 de dezembro de 2015
Dinâmicas de Literacia Digital de Adultos
Projeto LIDIA
Curso de formação e-learning
Terá lugar entre 18 janeiro 2016 e 22 de fevereiro de 2016, a primeira edição e-Learning do Curso Dinâmicas de Literacia Digital de Adultos (Curso LIDIA) promovida pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.
Esta iniciativa enquadra-se nas atividades do projeto LIDIA, recentemente distinguido pela FCT, através da Rede TIC e Sociedade e tem como principal objetivo ajudar os profissionais a promoverem a literacia digital dos adultos com quem trabalham.
Podem inscrever-se e participar, de forma gratuita, formadores, animadores, técnicos superiores de educação e técnicos da área social inseridos em contextos de formação formais e não formais que, em Portugal, intervêm na mediação e concretização de ações dirigidas a adultos com fraca literacia digital.
A formalização da inscrição pressupõe o preenchimento da Ficha de Pré-inscrição até ao dia 28 de dezembro de 2015.
Aceder à Ficha de inscrição aqui.
Para obter informações mais detalhadas sobre o curso, consulte o Guião do Curso LIDIA, disponível em http://goo.gl/AawiZa.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
A minha escola adota um museu, um palácio, um monumento...
CONCURSO
A Direção-Geral da Educação e a Direção-Geral do Património Cultural acordaram em lançar no ano letivo de 2015/2016 uma nova edição do Concurso Escolar A minha escola adota um museu, um palácio, um monumento…
Este concurso é dirigido aos alunos dos ensinos básico e secundário e tem por objetivo estimular o conhecimento da realidade museológica e patrimonial nacional, através do contacto das Escolas com os Museus, os Palácios e os Monumentos Nacionais e, consequente, promover a sensibilização para a conservação, proteção e valorização do património cultural.
Considerando que o conhecimento do património cultural constitui uma importante experiência educativa, facilitadora da integração das crianças e dos jovens na comunidade, o concurso escolar A minha escola adota um museu, um palácio, um monumento... consiste na elaboração de trabalhos originais a partir de testemunhos dos Museus e Palácios que integram a Rede Portuguesa de Museus ou dos Monumentos tutelados pela Direção Geral do Património Cultural (DGPC) ― lista disponível.
Apenas se podem candidatar grupos de cinco alunos, tendo um professor como responsável. Não se aceitam candidaturas individuais.
Os trabalhos (nos domínios da produção escrita, das artes visuais, das artes performativas, da fotografia, do vídeo e do multimédia) deverão ser enviados até 31 de março de 2016.
Consultar o Regulamento específico aqui.
Contacto: aminhaescolaadota2015@dge.mec.PT
Conectando Mundos
Educação para a cidadania global
Tema de 2015/16: Género e desigualdade
Conectando Mundos é uma proposta educativa na qual participam estudantes, dos 6 aos 17 anos de idade, de escolas de vários países do mundo. Todos os anos é trabalhada uma temática ligada à Educação para a Cidadania Global com propostas didáticas apropriadas às diferentes idades. O trabalho é desenvolvido através de uma plataforma digital, que propicia o desenvolvimento de um trabalho colaborativo entre alunos/as.
A edição de 2015/2016 oferece propostas para analisar e refletir sobre a construção cultural do género e como esta pode ser, em algumas ocasiões, motivo de desigualdade entre as pessoas.
A responsabilidade da proposta é da Intermón Oxfam (Espanha) e conta, desde 2006, com a colaboração do CIDAC (Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral), da Oxfam Itália e da Inizjamed (Malta).
As inscrições decorrem até 4 de janeiro de 2016 em:
http://www.conectandomundos.org/pt/registro.
Mais informações disponíveis em:
Mais informações disponíveis em:
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Laços de Leitura, laços de Ternura
17 de dezembro
Alguns dos padrões das folhas de papel de embrulho concebidos pelos alunos de 8º ano na disciplina de Educação Visual.
Bonitas e originais, estas folhas permitiram oferecer livros e partilhar leituras de forma muito pessoal.
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Lançamento: A Idade da Inocência
Isabel Sousa Costa, professora na Escola Secundária Camilo Castelo Branco, Vila Real, vai lançar o seu primeiro livro no dia 20 de dezembro, no Conservatório Regional de Vila Real.
A apresentação estará a cargo de Henrique Morgado, um outro professor da "casa".
domingo, 13 de dezembro de 2015
Celebrar o Natal | Presépios
A Diana partilhou connosco o seu presépio, elaborado a partir de fragmentos de xisto.
Em exposição na Biblioteca.
sábado, 12 de dezembro de 2015
Plataforma Digital "Cantar Mais"
"Cantar Mais – Mundos com voz” é um projeto da Associação Portuguesa de Educação Musical (APEM) que assenta na disponibilização de um repertório diversificado de canções (tradicionais portuguesas, de música antiga, de países de língua oficial portuguesa, de autor, do mundo, fado, cante e teatro musical/ciclo de canções), com arranjos e orquestrações originais apoiadas por recursos pedagógicos multimédia e tutoriais de formação.
Estas canções e recursos, acessíveis nesta plataforma digital de livre acesso, possibilitam o incremento, através da canção e do cantar, de práticas artístico-musicais nas escolas e nas comunidades. Deste modo, trata-se de um contributo para o desenvolvimento da cultura e aprendizagem musical das crianças e dos jovens, bem como uma ferramenta de trabalho e de formação de educadores, professores e outros agentes educativos.
Estas canções e recursos, acessíveis nesta plataforma digital de livre acesso, possibilitam o incremento, através da canção e do cantar, de práticas artístico-musicais nas escolas e nas comunidades. Deste modo, trata-se de um contributo para o desenvolvimento da cultura e aprendizagem musical das crianças e dos jovens, bem como uma ferramenta de trabalho e de formação de educadores, professores e outros agentes educativos.
A iniciativa Cantar Mais, que teve a sua apresentação pública em novembro de 2015, é apoiada pela Direção Geral de Educação e pela Fundação Calouste Gulbenkian.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
David, um herói entre chamas
Numa acolhedora vila portuguesa, um grupo de alunos do 10º ano da escola secundária criaram entre si fortes laços de amizade. David é um deles, e há também Benedita, a rapariga mais inteligente da turma, que o intriga por andar sempre sozinha e deixar transparecer uma grande tristeza. Neste ambiente tranquilo, já muito perto do final das aulas, uma situação inesperada vai criar circunstâncias extraordinárias que permitirão pôr em evidência valores que transcendem a rotina do quotidiano. Cabe-te a ti, jovem leitor, avaliar até que ponto esta empolgante história nos transmite esperança e nos faz acreditar num mundo melhor.
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