28 de setembro
O acesso à informação é um direito universal
28 de setembro
O acesso à informação é um direito universal
Exercícios de apoio à discussão de temas de prevenção
da corrupção e da cidadania
Como sabemos, os processos educativos são fatores-chave para o desenvolvimento e aprofundamento da cidadania de qualquer sociedade, sendo através deles que se sedimenta a agregação e coesão social.
Consciente da importância destes processos e numa aposta de futuro, o Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), em cooperação com o Ministério da Educação, tem desenvolvido estratégias que contribuam para melhorar a prevenção da corrupção na sociedade. O concurso “Imagens contra a Corrupção” tem sido reconhecido como um bom exemplo, neste âmbito.
Facilitar a reflexão e estimular a abordagem do tema, pela escola e pela comunidade educativa, é o objetivo do conjunto de manuais “contra a corrupção sê cidadão” que o CPC agora publica online: um Glossário e 2 manuais (3º Ciclo e Secundário) e ainda um caderno de apoio ao professor.
Concurso Nacional Imagens Contra a Corrupção 9ª edição - 2020/2021 O Concurso desenvolve‐se no quadro dos objetivos gerais do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), no domínio da prevenção da corrupção e de infrações conexas e deve contribuir para: criar na comunidade escolar espaços de reflexão relacionados diretamente com a corrupção e a fraude, enquadradas em questões de ética e de cidadania; promover a exploração de textos muitos diversos, e outros conteúdos de interesse para os alunos, no âmbito das temáticas relacionadas com o concurso; estimular a leitura, a criatividade e o espírito critico das crianças e dos jovens; despertar os alunos para novas literacias através da abordagem de um conjunto articulado de saberes, da língua portuguesa às tecnologias, à ciência e às artes. | |
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Calma, para já o TikTok ainda tem salvação, ia ser proibido nos Estados Unidos mas um negócio gigante deve resolver a questão. Ou talvez não que o problema pode ser mais fundo.
Donald Trump ameaçou e fez a Ordem Executiva que proíbe na prática o uso da aplicação nos Estados Unidos e por cidadãos americanos em qualquer parte do mundo. Os funcionários de muitas agências governamentais já estavam proibidos de o fazer. A Ordem especifica que a TikTok recolhe enormes quantidades de informação quer das redes, quer da navegação e histórico de navegação dos seus utilizadores.
Ao mesmo tempo, noutra Ordem Executiva, e isto é importante, é proibido o uso, aos americanos e pessoas com presença legal no EUA da aplicação WeChat. Curiosamente esta Ordem segue claramente a da TikTok, parece que alguém se lembrou de dizer que se argumentam desta forma com a da TikTok, por maioria de razão, será necessário proibir a WeChat.
A WeChat tem “apenas” 19 milhões de utilizadores nos Estados Unidos, a TikTok tem à volta de 100 milhões, a Ordem Executiva refere mesmo 175 milhões de downloads no país. Mas a WeChat tem um potencial de espionagem e manipulação muito superior. É uma espécie de navegador/motor de busca/rede social/sistema de mensagens privadas/sistema de comércio eletrónico e ainda sistema de pagamentos. Com o WeChat instalado, o governo chinês consegue multar um cidadão que passa a estrada fora da passadeira e aceder directamente à sua conta bancária para levantar a quantia devida ao Estado. A WeChat tem sido um instrumento importante na repressão de opositores e sobretudo da minoria Uigur, Trump afirma que a TikTok também.
A argumentação de Trump refere a espionagem, a censura e manipulação de informação e até as violações de direitos humanos, mas há aqui muito de guerra comercial como no caso da Huawei.
Por um lado um país democrático adoptar o mesmo tipo de medidas de uma ditadura como a chinesa, é no mínimo bizarro. Também é verdade que proibir estas duas aplicações quando a China proibiu programas da Google, o Twitter e até o Facebook, parece ser simples prática corrente em diplomacia de países com posições conflituosas, é a chamada reciprocidade.
A WeChat poderá vir a continuar a ser usada porque um juiz federal, Laurel Beeler, suspendeu temporariamente a ordem do Presidente. Aceitou o pedido de suspensão de um conjunto de cidadãos que argumenta que é a única forma que têm de comunicar com a China, até porque as aplicações americanas estão proibidas, e que é também a única forma de comunicação para os que não falam inglês. Os cidadãos consideram assim que a ordem presidencial viola os seus direitos garantidos pela Primeira Emenda da Constituição Americana e o juiz afirma mesmo que não é banindo o WeChat que a administração vai resolver as questões de segurança que tanto preocupam Trump. A Ordem a ser efectivada impede mesmo o funcionamento da WeChat no país, não haverá mais conversas, nem transações, nem navegação. A verdade é que os dados em grande parte já podem estar do lado de lá, e no mundo tem mil milhões de utilizadores.
Tem sido aceite que depois das tentativas falhadas com a Microsoft a questão da WeChat poderia ser resolvida com um acordo com a Oracle e a Walmart que o governo afirma que permitiria controlar as questões de segurança e ainda criar 20 mil empregos nos EUA. Trump aprovou o acordo que pode envolver 50 mil milhões de dólares. A verdade é que falta perceber se a China não prefere matar a TikTok na América do que dar o controlo.
Se tudo correr mal a proibição do Tik Tok só se torna efectiva depois de 12 de novembro ou seja depois das eleições. Não será fácil ao Trump candidato levar a infelicidade aos 100 mil adolescentes americanos (de todas as idades), que se divertem nesta rede de partilha de pequenos vídeos, que aceita todas as diversões, desde que não toquem assuntos sérios.
Tudo isto aponta cada vez mais para um mundo dividido como nos livros de ficção científica. Se medidas como estas proibições avançam, tal como já avançaram na China, caminhamos a passos largos para um mundo dividido com duas ou mais “Internetes” cada qual com os seus valores e os seus manipuladores.
Lourenço Medeiros, SIC Notícias, 21.09.2020
SIC Notícias | TikTok proibido, um mundo com muitas Internetes? (sicnoticias.pt)
Cartoon de Maarten Wolterink (Holanda). Cartoon Movement
Balada do Outono
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A nossa cultura é obcecada pela felicidade, mas e se houver um caminho mais gratificante?
21 de setembro
Tema 2020: Moldando a Paz, juntos
Neste tempo de distanciamento social, talvez não possamos ficar ao lado uns dos outros. Mas ainda devemos ficar juntos pela paz. E, juntos, eu sei que podemos - e vamos - construir um mundo mais justo, sustentável e igualitário.- António Guterres, Secretário Geral da ONU
“Os ideais de paz e direitos universais são desafiados e violados diariamente. Existem inúmeros obstáculos para sua realização. Todos os tipos de desafios testam a nossa capacidade de construir um mundo de harmonia, compreensão e coexistência pacífica: desigualdades sociais e económicas, que conduzem à angústia e à pobreza, às alterações climáticas, que dão origem a novos conflitos, e à explosão demográfica que cria novas tensões. Formas de populismo e extremismo também se espalham por todo o mundo.Para superar esses desafios, devemos agir coletivamente e construir o edifício da paz, tijolo por tijolo. Esse é o objetivo da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que apela a uma ação concertada para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os quais contribuem para um mundo mais justo e pacífico, nomeadamente, combatendo a pobreza, a fome e a desigualdade de género, promovendo a educação, defendendo a justiça e comprometendo-se com um meio ambiente saudável.”- Audrey Azoulay, Diretora Geral da UNESCO
Cadernos IHU ideias
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Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.
Cora Coralina
Construímo-nos através do pensamento e do agir e, tanto mais, quanto tivermos sido certeiramente ecléticos, mutáveis, nessa construção do crescer, sendo certo que neste domínio, tudo afinal pode ser inventado se não nos sujeitarmos a um modelo assegurado.
Não é tarefa fácil, a de encontrar o caminho de transferir o que aprendemos e de aprendermos com o que ensinamos, se formos conscientes de que percorremos um horizonte que se vai evaporando a cada vez que o julgamos mais próximo.
Se soubermos que por aqui também o ecletismo da felicidade, a procura da terra prometida, sem que se chegue a possuir as chaves que abrem a sua porta, mas, para nós, um valor de luta e referência, e que tanto baste!
Afinal, é do nosso conhecimento que sempre que o homem se reduz, o mundo mirra, e o farol que guia a navegação das ideias, amarelece.
Então, retificar trajetórias, refletir nas dúvidas, convocar o paradigma de um dia sermos um pouco de nós, num noutro, é igualmente crer que esse outro vença mais medos por sempre próximo de David Hockney!, na capacidade de fazer face à institucionalização arbitral dos valores.
Teresa Bracinha Vieira. Crónica da Cultura, Centro Nacional de Cultura, 17 de setembro 2020