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No passado dia 6 de junho, as turmas do 9º ano deslocaram-se a Coimbra numa viagem de estudo. Um dos lugares visitados foi a mítica Fonte dos Amores, local onde Inês de Castro terá sido assassinada.
Camões descreveu, no Canto III, ao longo de 17 estrofes (118 a 135) a trama que conduziu ao assassinato de Inês. A visão dos acontecimentos define-se como uma apreciação totalmente positiva do amor de Pedro e Inês: de um lado a mulher amada (sem o problema do casamento) e, do outro, a morte desejada no murmurar do povo ("Mas o pertinaz povo e seu destino” - estrofe 130). Numa visão comungada por um crítico francês, "Inês morre em nome da cidade".

E, quando surge o fim trágico da história de amor, todos os elementos da Natureza passam a refletir esta morte: o sol esconde-se; os vales encaram o último sopro de vida; as ninfas do Mondego choraram durante muito tempo; e, para memória eterna, as lágrimas transformaram-se numa Fonte. O episódio termina com a referência a essa fonte mágica, dando um aspeto ainda mais lendário a esta história de amor:
As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram,
E, por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas transformaram;
O nome lhe puseram, que inda dura,
Dos amores de Inês que ali passaram.
Vede que fresca fonte rega as flores,
Que lágrimas são a água, e o nome amores.
A lenda sugere que o sangue de Inês persiste, ainda hoje, gravado numa rocha. Sabemos, na verdade, que a cor avermelhada advém da presença da alga Hildenbranthiarosea.
Camões 500

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