"Como a pandemia do COVID-19 demonstrou com muita clareza, o acesso a informações confiáveis e baseadas em factos é crucial para a tomada de decisões que pode salvar vidas e para a participação em todas as áreas da sociedade. É um pilar crítico da democracia e central para a nossa capacidade de abordar todos os grandes problemas que enfrentamos, seja mudança climática, migração, conflito ou pobreza.
Como tal, deve ser tratado como um bem público, da mesma forma que a água que bebemos e o ar que respiramos.
A pandemia foi marcada pela desinformação generalizada e rumores, especialmente através das redes sociais, que muitos, incluindo o secretário-geral das Nações Unidas, chamaram de “infodemia”. No entanto, esses desafios não deveriam ter sido inesperados.
Eles são o resultado das enormes mudanças tecnológicas nas últimas décadas que mudaram completamente as maneiras pelas quais nos comunicamos, interagimos e nos informamos. Quase setenta por cento dos jovens do mundo agora estão online. Todos os dias, as pessoas assistem a mais de um bilhão de horas de vídeo no YouTube, e quase dois bilhões de estão conectados ao Facebook, com muitos a usar essas plataformas como sua principal fonte de notícias e informações sobre o mundo.
Não é coincidência estarmos a ver a confiança nas informações a cair para níveis recordes globalmente, mais dramaticamente para informações encontradas on-line, mesmo para aquelas fornecidas pelos media tradicionais e governos.
Essas mudanças trouxeram imensas novas oportunidades para educar, debater e para nos expressarmos, mas exigem uma compreensão inteiramente nova da informação e das formas como se divulga - quer online, quer offline -, de onde vem, uma compreensão dos media e da pesquisa científica, da ética, da provacidade de dados, do impacto dos alegorítmos e da inteligência artificial.
Isso, em suma, é a literacia mediática e informacional, o tema deste novo currículo da UNESCO que foi desenvolvido após dezoito meses de consultas globais que tive o prazer de lançar na República da Sérvia em setembro de 2019."
Audrey Azoulay, Diretora-Geral da UNESCO, Introdução (tradução da nossa responsabilidade)
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