Foto: Miguel Pereira
Livraria Lello apela em carta aberta que livros passem a ser objeto de prescrição médica
Passado o período eleitoral autárquico e entrando-se agora nos momentos finais da primeira definição, ainda na generalidade, do Orçamento do Estado para 2022 vimos trazer ao Vosso conhecimento um apelo a que o Partido que tão bem representam assuma, na discussão orçamental que se iniciará na especialidade, o seguinte lema como seu: Um Livro, pela sua Saúde!
Para bem da nossa sanidade (também mental), apelamos para que o bem de primeiríssima necessidade chamado “Livro” possa ser objeto de prescrição médica e tratado fiscalmente como despesa de saúde que também é.
Atravessámos juntos o período mais difícil que alguma vez pensámos ser possível. Dele saímos agora, juntos, ainda com cautelas, mas confiantes no bem-estar comum.
Se, para o bem-estar sanitário, contamos com a resposta do notável Serviço Nacional de Saúde a que tanto devemos; se, para o bem-estar social e económico, contamos com um ambicioso Plano de Recuperação e Resiliência a que certamente muito ficaremos a dever; já para o bem-estar mental, intelectual e anímico, precisamos do que sempre a humanidade precisou para estar bem consigo e, logo a seguir, querer ir além do que é: o Livro.
Por o ser, a UNESCO, a Presidente da Comissão Europeia e vários Governos (incluindo o Governo português na pessoa da Senhora Ministra da Cultura), sublinharam precisamente esta condição fundamental do Livro: ser um bem de primeiríssima necessidade.
A Livraria Lello concorda, aplaude e, sobretudo, pratica-o, desde logo em plena pandemia, tendo desenvolvido várias ações nesse sentido, como o primeiro Drive-Thru Livreiro do mundo em que ofereceu (não vendeu, ofereceu) livros e concurso Contos da Quarentena dirigido a autores de todo o mundo não publicados.
Não podemos deixar que o fim anunciado (e sentido) da pandemia signifique também o fim desse olhar para o Livro como bem de primeira necessidade. Nunca como agora se discutiu tanto a saúde mental, nunca como agora ela foi tão importante, talvez nunca como agora ela tenha estado tanto em causa.
Em Bruxelas, a Cidade está a ultimar a implementação de uma medida que vai permitir aos médicos receitarem visitas guiadas a museus. A medida tem o duplo mérito de considerar a arte como parte importante do processo de cura de doenças mentais, e de ajudar a revitalizar os museus, que a pandemia da Covid19 afetou, igualmente, em grande medida.
Também em Portugal toda a área cultural foi fortemente afetada. As Livrarias, em particular, foram um dos sectores mais dizimados.
Porque os Livros são um alicerce insubstituível de sanidade mental, a Livraria Lello, enquanto casa do Livro, dos Autores e dos Leitores, apela publicamente aos nossos políticos e à Assembleia da República que se inspirem em Bruxelas e que permitam que os médicos portugueses receitem, sempre que o entendam útil à saúde mental dos seus pacientes, o singelo Livro. Não um Livro com autor e título, mas “um” Livro que possa ser livremente escolhido pelo paciente que é leitor e aconselhado pelo verdadeiro farmacêutico que é o Livreiro nessa farmácia que também são as Livrarias.
Defendemos consequentemente que essa receita possa ser fiscalmente tratada como despesa de saúde que efetivamente é, considerando-a também como dedutível nas despesas de saúde em sede de IRS e comparticipando a aquisição do Livro como medicamento para a alma que é e sempre foi.
Não podemos deixar que o fim anunciado (e sentido) da pandemia signifique também o fim desse olhar para o Livro como bem de primeira necessidade. Nunca como agora se discutiu tanto a saúde mental, nunca como agora ela foi tão importante, talvez nunca como agora ela tenha estado tanto em causa.
Em Bruxelas, a Cidade está a ultimar a implementação de uma medida que vai permitir aos médicos receitarem visitas guiadas a museus. A medida tem o duplo mérito de considerar a arte como parte importante do processo de cura de doenças mentais, e de ajudar a revitalizar os museus, que a pandemia da Covid19 afetou, igualmente, em grande medida.
Também em Portugal toda a área cultural foi fortemente afetada. As Livrarias, em particular, foram um dos sectores mais dizimados.
Porque os Livros são um alicerce insubstituível de sanidade mental, a Livraria Lello, enquanto casa do Livro, dos Autores e dos Leitores, apela publicamente aos nossos políticos e à Assembleia da República que se inspirem em Bruxelas e que permitam que os médicos portugueses receitem, sempre que o entendam útil à saúde mental dos seus pacientes, o singelo Livro. Não um Livro com autor e título, mas “um” Livro que possa ser livremente escolhido pelo paciente que é leitor e aconselhado pelo verdadeiro farmacêutico que é o Livreiro nessa farmácia que também são as Livrarias.
Defendemos consequentemente que essa receita possa ser fiscalmente tratada como despesa de saúde que efetivamente é, considerando-a também como dedutível nas despesas de saúde em sede de IRS e comparticipando a aquisição do Livro como medicamento para a alma que é e sempre foi.
Estando o país em período prévio de negociação e votação orçamentais, a Livraria Lello acredita que esta é uma oportunidade imperdível para os deputados que nos representam dizerem aos cidadãos como efetivamente se preocupam com a sua saúde mental, e que o Livro, além de um bem de primeiríssima necessidade, é também um bem de primeiríssima sanidade.
Porque a melhor receita passa sempre por um livro; Um Livro, pela sua Saúde!
A Administração da Livraria Lello
(Aurora Pedro Pinto)
A Administração da Livraria Lello
(Aurora Pedro Pinto)
Leia a carta aqui.
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