O nascimento de Vénus, de Sandro Botticelli (pormenor)
Um mover de olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;
Um despejo quieto e vergonhoso;
Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indício da alma, limpo e gracioso;
Um encolhido ousar; uma brandura;
Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento:
Esta foi a celeste formosura
Da minha Circe, e o mágico veneno
Que pôde transformar meu pensamento.
Luís de Camões
📎A leitura áudio do poema camoniano, por Diana Leite, foi realizada no âmbito da pilotagem, na nossa escola, do referencial Aprender com a Biblioteca Escolar - Ensino Secundário.
Trabalho inserido no projeto "Retratos de Mulheres do Renacimento", desenvolvido pelos alunos do 10º F e 10º G, do Curso de Línguas e Humanidades, no ano letivo de 2018-2019.
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