quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Dia mundial da leitura em voz alta

 

 












 

A ES Camilo Castelo Branco está a participar no desafio lançado pelo PNL 2027 "Faz ouvir a tua Voz - Dia Mundial da Leitura em Voz Alta 2024", com o registo áudio de excertos de textos que, por algum motivo, em algum lugar e ocasião, foram proibidos ou censurados, institucional ou informalmente.
 
Agora, a Biblioteca vem lançar o desafio "A tua voz, a tua leitura" a toda a Comunidade, solicitando o registo da leitura em voz alta do excerto de um livro (que foi censurado ou não) e o respetivo envio para a Biblioteca (biblioteca@esccbvr.pt) para ser divulgado nos seus canais digitais. Boas Leituras!

 

Lista de livros censurados existentes na Biblioteca

 

Maratona de Cartas | 8º D

 

 


 


 

Os alunos do 8ºD estiveram ontem na Biblioteca, na aula de Cidadania, acompanhados pelo professor Álvaro Pinto, para participarem na Maratona de Cartas.

 

 

Lembrar o Holocausto | Mostra Bibliográfica

 

de 30 de janeiro a 5 de fevereiro | Átrio da Escola 

 


 

 

Para lembrar as vítimas do Holocausto, a Biblioteca organizou uma mostra bibliográfica com títulos da coleção, classes 8 e 9.

 


 

 Ler para que não nos falte a memória!


 

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Lembrar o Holocausto | Exposição

 

 De 30 de janeiro a 5 de fevereiro | Átrio da Biblioteca

 

 





Batom do Holocausto

 




Batom do Holocausto



A obra de Banksy "Batom do Holocausto" foi inspirada num excerto do diário do tenente - Coronel Mervin Willett Gonin Dso, que estava entre os soldados britânicos aquando da libertação de Bergen-Belsen, um campo de concentração alemão, em 1945.


Transcrevemos esse extrato:

“Eu não posso fazer uma descrição adequada do campo de horrores em que os meus homens e eu passaríamos o mês seguinte das nossas vidas. Era apenas um local ermo e seco, tão despido como um galinheiro, cadáveres jaziam em toda a parte, alguns em enormes pilhas, outras vezes isoladamente ou aos pares, no lugar onde tinham caído. Demorou um pouco a habituarmo-nos a ver homens, mulheres e crianças a sucumbir quando passávamos por eles, e a deixarmos de ir em seu auxílio. Tínhamos de nos habituar depressa à ideia de que o indivíduo não contava. Sabíamos que estavam a morrer quinhentos por dia e que iam continuar a morrer quinhentos por dia, durante semanas, até que qualquer coisa que fizéssemos tivesse o menor efeito. No entanto, não era fácil ver uma criança asfixiar até a morte por difteria, sabendo que uma traqueotomia e cuidados de enfermagem a salvariam. Vimos mulheres afogadas no seu próprio vómito, porque estavam demasiado fracas para se virarem, e homens a comer vermes enquanto seguravam um pedaço de pão, só porque tiveram que comer vermes para sobreviver e agora mal conseguiam ver a diferença. Pilhas de cadáveres, nus e obscenos, com uma mulher demasiado fraca para se aguentar em pé apoiando-se neles, enquanto cozinhava os alimentos que lhe tínhamos dados numa fogueira; homens e mulheres a agachar-se em qualquer lado ao ar livre, aliviando-se da disenteria que descascava as suas entranhas, uma mulher de pé, nua, lavando-se com um pouco de sabão na água de um tanque onde os restos de uma criança flutuavam. Foi pouco depois da chegada da Cruz Vermelha Britânica, embora possa não ter relação, que chegou uma quantidade muito grande de batom. Não era nada do que os homens queriam, nós gritávamos por centenas e milhares de outras coisas e não sei quem pediu o batom. Mas desejava tanto descobrir quem foi, porque foi uma ação de génio, de uma genialidade pura e completa. Acho que nada fez mais por esses reclusos do que o batom, as mulheres deitadas na cama sem lençóis nem camisa de dormir, mas com os lábios de um vermelho escarlate; víamo-las a vaguear apenas com um cobertor sobre os ombros, mas com os lábios de um vermelho escarlate. Vi uma mulher morta na mesa da autópsia que apertava nas suas mãos um pedaço de batom. Por fim, alguém tinha feito alguma coisa para torná-las de novo indivíduos, elas eram alguém, e não mais apenas o número que tinham tatuado no braço. Por fim, podiam interessar-se pela sua aparência. Aquele batom começou a devolver-lhes a sua humanidade”

Extraído da exposição de Banksy. Banksy. Genius or Vandal? Cordoaria Nacional. Lisboa 14/06 a 27/10/2019.Texto e imagem em exposição no átrio da Escola.


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

JL

 

 

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JL- 24 de janeiro a 6 de fevereiro de 2024 

 

Neste número:

José Pacheco Pereira, Ephemera - para ficar… 
João de Melo, o regresso (ao fim de 44 anos) à poesia. 
Entrevista e pré-publicação Maria Lamas, a revelação, como fotógrafa, de uma grande mulher

 

Aquele ponto no mapa

 






Aquele ponto no mapa 

 Aquela mancha negra no centro da Europa
aquela mancha vermelha aquela mancha de fogo aquela mancha de fuligem aquela mancha de sangue aquela mancha de cinzas
para milhões um lugar sem nome.
De todos os países da Europa de todos os pontos do horizonte os comboios convergiam
para o i-nominado carregados de milhões de seres
que eram ali despejados sem saberem onde era
despejados com as suas vidas
as suas recordações com as suas pequenas doenças e o seu grande espanto
com os seus olhos que interrogavam e que não viram senão fogo,
que arderam ali sem saber onde estavam.
Hoje sabe-se Sabe-se há uns anos
Sabe-se que aquele ponto no mapa
é Auschwitz Sabe-se isto
E o resto pensa-se que se sabe.

Charlotte Delbo

DELBO, Charlotte. Auschwitz e Depois. Tradução Joana Morais Varela. Lisboa, novembro 2018, p. 184-85. 

 

Vamos ouvir falar dele

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Havemos de chegar à Madeira, mas antes vamos dar prioridade ao ambiente e partir rumo a uma ilha bem maior, no Oceano Pacífico, criada pela acumulação de lixo arrastado pelas correntes para aquele ponto preciso, entre o Havai e a Califórnia. Tem três vezes o tamanho da França e é maioritariamente composta por microplásticos, o que nos traz de volta à costa atlântica, às nossas casas e a um alerta do biólogo espanhol Ricardo Beiras: “A nossa almofada emite quantidades enormes de microplásticos”.


Numa entrevista recente ao jornal espanhol El País sobre a maré de pellets de plástico que assola as praias da Galiza há mais de um mês, o investigador da equipa de Ecotoxicologia e Contaminação Marinha da Universidade de Vigo, obriga-nos a olhar para lá dos oceanos e dos peixes o que neste caso significa focar o olhar na proximidade: a grande exposição dos seres humanos aos microplásticos está na casa de cada um, nos alimentos na roupa, nas embalagens, nos produtos de higiene, numa infinidade de objetos que emitem micropartículas (partículas com uma dimensão inferior a cinco milímetros, mais pequenas do que um grão de arroz), como provavelmente a nossa almofada.

A Galiza já apanhou desde dezembro mais de 3 toneladas de pellets, pequenas bolas de plástico de 5 milímetros que vieram dar às suas praias, atingiram, também, a costa portuguesa, e obrigaram a um debate de urgência no Parlamento Europeu, marcado por pedidos de leis mais ambiciosas.

Mas enquanto o debate continua e a legislação tarda, vale a pena olhar para esta questão, tentar perceber a forma como o plástico nosso de cada dia invadiu as nossas vidas, a nossa casa, até o nosso sono. Não faltam estudos e dados assustadores sobre as doses que inalamos, ingerimos, absorvemos através da pele. Um dos mais recentes, publicado este mês por investigadores das universidades norte-americanas de Columbia e Rutgers, nos EUA, diz que um litro de água engarrafada contém, em média, quase 250 mil fragmentos de nanoplástico (fragmentos com dimensões inferiores a 1 mícron, ou um milésimo de milímetro). Isto, depois de em 2019, a revista científica Environmental Science & Technology e investigadores do departamento de Biologia da Universidade de Victoria concluirem que a ingestão varia em função da idade e sexo, mas cada pessoa come anualmente 74 mil a 121 mil partículas de microplásticos e quem bebe água engarrafada pode ingerir cerca de 9 mil partículas adicionais.

Já este ano, investigadores da Universidade de Toronto e da Ocean Conservancy expõem a carne num artigo publicado na Environmental Pollution: analisaram 16 fontes de proteínas, incluindo frango, vaca e porco e concluíram que cerca de 90% continha microplásticos.

Na verdade, não faltam alertas sobre o tema nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, a ativista Ellen MacArthur, em parceria com a McKinsey, estimou que o peso do plástico nos oceanos a meio do século será maior do que o dos peixes. Em 2017, a Organização das Nações Unidas veio dizer que há mais microplásticos no mar do que estrelas na nossa galáxia. Dois anos depois, uma investigação da Universidade de Newcastle avisou que uma pessoa ingere em média 5 gramas de plástico por semana, o suficiente para fazer um cartão multibanco. E, em 2022, investigadores do Vrije Universiteit Amsterdam e do Amsterdam University Medical Center encontraram, pela primeira vez, microplásticos no sangue humano.

Mas é mesmo assim? Respiramos microplásticos a dormir, temos microplásticos a circular nas nossas veias e ingerimos o equivalente a um cartão de crédito por semana? “A nossa exposição é permanente, por inalação, ingestão e contacto. E nas almofadas de microfibras temos plástico, sim”, responde Paula Sobral, professora da Universidade Nova de Lisboa. “Sabemos que os nanoplásticos podem atravessar as membranas biológicas, pele incluída, assim como estão nos alimentos e na água”, acrescenta a investigadora do Mare - Centro de Ciências do Mar e Ambiente. Quanto aos números que vão sendo usados como alerta, “há algumas contas feitas nas costas do envelope” e há, nota, “afirmações que carecem de realismo, embora sejam úteis para sensibilizar as pessoas para o problema”.

Os microplásticos, diz, “estão em todos os compartimentos do ecossistema, na agricultura, na água, na atmosfera, em todo o lado. Fala-se mais dos oceanos, dos peixes, da água, mas também ficam retidos nos solos agrícolas e estão nos hortícolas que comemos, por exemplo”.

Olhar para o futuro, neste caso, exige envolver a indústria para ser parte da solução. “Isso será mais fácil do que apostar numa mudança de comportamentos que pode levar décadas”, defende Paula Sobral antes de deixar um apelo para “consumirmos menos”. Num mundo que produz 430 milhões de toneladas de plástico por ano, apenas 9% do que consumismo é reciclado. “Há um trabalho longo para fazer neste campo”, como afirma a investigadora. E isso significa que ainda vamos ouvir falar muito do plástico. Temos de ouvir falar dele.

Margarida Cardoso. Expresso, 29 de janeiro de 2024

 

sábado, 27 de janeiro de 2024

Escola a ler em memória do Holocausto

 

 

 Livros selecionados da coleção da Biblioteca




 

 

DIA INTERNACIONAL DE COMEMORAÇÃO EM MEMÓRIA DAS VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO

 

 

27 de janeiro
















Contra a ignorância.
Contra o preconceito.
Contra os negacionistas.
Contra o ódio.

Vamos usar a melhor ferramenta que temos: #Educação.






Todos os anos, a 27 de janeiro, a UNESCO presta homenagem à memória das vítimas do Holocausto e reafirma o seu compromisso inabalável de combater o antissemitismo, o racismo e outras formas de intolerância que podem levar à violência dirigida a grupos. A data marca o aniversário da libertação do Campo de Concentração e Extermínio Nazista de Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas, em 27 de janeiro de 1945.


O Holocausto afetou profundamente os países onde foram perpetrados crimes nazis, com implicações e consequências universais em muitas outras partes do mundo. Os Estados-Membros partilham a responsabilidade coletiva de abordar o trauma residual, de manter políticas de memória eficazes, de cuidar dos locais históricos e de promover a educação, a documentação e a investigação, mais de sete décadas após o genocídio. Esta responsabilidade implica educar sobre as causas, consequências e dinâmicas de tais crimes, de modo a fortalecer a resiliência dos jovens contra ideologias de ódio. À medida que os crimes de genocídio e atrocidades continuam a ocorrer em diversas regiões, e à medida que assistimos a um aumento global do antissemitismo e do discurso de ódio, isto nunca foi tão relevante.

UNESCOUnited Nations Department of Global Communications and Unesco (1970) International Day of Commemoration in Memory of the Victims of the Holocaust, UNESCO.org. Available at: https://www.unesco.org/en/days/holocaust-remembrance (Accessed: 27 January 2024).





 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Um oceanário para ensinar

 

 

Os professores são os mais fortes aliados para a criação de uma geração azul.

Para continuar a contribuir para uma comunidade escolar mais consciente da importância do oceano, o Oceanário de Lisboa lança a revista digital mensal «Um oceano para ensinar», com conteúdos preparados exclusivamente para os professores.

Nesta revista poderá encontrar atividades para realizar com os alunos e muitas curiosidades sobre o trabalho realizado no Oceanário e as espécies que fazem do aquário a sua casa.

A edição de janeiro destaca os ODS 16 e 17, que visam promover sociedades justas, pacíficas e inclusivas, além de fortalecer a revitalização de parcerias globais para o desenvolvimento sustentável.

 

 

Janeiro 2024

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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 Consulte os números anteriores aqui.

 

Inteligência artificial: uma ferramenta para criar

 

 É essencial capacitar professores e alunos para aproveitar as vantagens da IA

 

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A inteligência artificial (IA) na educação deve concentrar-se no aumento da criatividade e da aprendizagem. Apesar das suas raízes ligadas à educação, a sua implementação muitas vezes desvia o foco. É fundamental capacitar professores e alunos para tirar proveito da IA, promovendo métodos pedagógicos inovadores e enfatizando a construção do conhecimento. A IA oferece oportunidades para repensar a forma como aprendemos e aumentar a criatividade dos alunos.



Na educação, a inteligência artificial (IA) é uma ferramenta cognitiva. O foco deve estar em aprender a utilizá-lo para revitalizar a aprendizagem e contribuir para a conceção de espaços educativos onde os alunos possam aumentar as suas possibilidades criativas. Mas não é isso que está a acontecer. Pelo contrário: à medida que aumenta o debate sobre a IA na educação, mais se perde o foco original na relação entre a IA e o processo educativo.

Neste artigo vamos rever as raízes da IA ​​e sua relação original com a educação, exporemos as possibilidades de eficiência que ela oferece aos professores, bem como as alternativas para revitalizar os espaços educacionais e entendê-la como um instrumento que não substitui a experiência de aprendizagem, mas ajuda os alunos a expandir as suas habilidades criativas.

Desde o início, o desenvolvimento da inteligência artificial envolveu um debate técnico, ético e filosófico. A motivação inicial, em meados da década de 1950, foi descobrir como fazer com que as máquinas usassem a nossa linguagem, formassem abstrações, conceitos, aprendessem e resolvessem problemas que, por enquanto, estão reservados aos humanos. É evidente que muitas dessas perguntas foram respondidas. No entanto, houve também um interesse menos generalizado: os investigadores observaram que a diferença entre o pensamento criativo e o pensamento competente – mas sem imaginação – baseava-se numa certa dose de aleatoriedade, que tinha de ser guiada pelas pessoas. Especificamente, uma das linhas iniciais de trabalho da IA ​​foi a criatividade e a aleatoriedade. O que pode ou não acontecer nas escolas do mundo hoje tem a ver com esta conjetura: a IA na educação é uma ferramenta nas mãos dos professores para cultivar o pensamento criativo.

 

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