Ficha Técnica
Título: Supervisão: Modelos e processos
Coordenação: Maria Ivone Gaspar
Autores: Ana Carlos, Fernanda Lamy, Filipa Seabra, Lúcia Massano, Maria Ivone Gaspar, Paula Silva, Rui Eira, Sandra Galante, Susana Henriques
Coordenação de edição: Francisco Martins
Imagem de capa: jma
Editor: Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa
Data de edição: janeiro de 2019
Local: Porto | Portugal
ISBN: 978-989-54364-0-8
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Traduzida, literalmente, por «um olhar sobre», a supervisão tem por objeto o trabalho a realizar por outra pessoa, entidade ou organização. Insere-se, portanto em respeito pela sua etimologia, numa estrutura vertical e o seu desempenho terá de ser marcado pelo exercício em autonomia, embora envolva processos colaborativos. Tem uma base epistemológica, sustentada na orientação de práticas profissionais o que pressupõe observação, exige acompanhamento, podendo mesmo enquadrar a avaliação. Os atributos dominantes da supervisão são, portanto, a orientação, a observação, o acompanhamento e a avaliação.
A supervisão tende a explicitar-se numa associação entre controlo (instrumento de regulação), formação, conseguida através duma relação entre agentes diversos, intervenientes em processos de observação, orientação, decisão e avaliação (com implicações na liderança). Ao encará-la na transversalidade funcional, alguma literatura desta área referencia-a numa estrutura horizontal, surgindo, então, identificada com a observação sobre o próprio (de si sobre si) o que alastra à reflexão sobre as suas práticas profissionais, ou seja, à reflexão sobre a ação, resultando na perspetiva da autovisão. Na mesma estrutura, insere-se a perspetiva da intervisão que mais não é do que a realização de um trabalho entre pares (na relação hétero) que contemple a observação, o acompanhamento e mesmo a avaliação, podendo-se assumir como uma supervisão colaborativa. Parece desenhar-se uma linha que bifurca marcando uma visão mais estrita, vertical, e associada ao controlo, dirigida à formação inicial e uma visão mais alargada, horizontal e associada ao desenvolvimento profissional, ligada naturalmente ao desenvolvimento da carreira.
São apontados como principais modos de supervisão a individual, a diádica, a de grupo e a de equipa; o supervisor terá, respetivamente, uma relação individual com o supervisionado, com dois supervisionados ou com um grupo ou uma equipa de supervisionados (Bernard & Goodyear, 1992). Importará destacar que a supervisão pode incidir sobre objetos distintos, sendo os mais comuns pessoas, processos e organizações e abarca domínios como a administração, a educação, a saúde e serviços diversos.
Mas, em qualquer dos domínios de atuação, impõe-se a presença de respostas a algumas questões, tais como: qual é o objeto da sua ação? quais são os seus referentes e os seus standards? que modelo persegue? que instrumentos utiliza? e, ainda,
qual a modalidade temporal a que se sujeita - periódica ou contínua?
(Pág. 21-22)
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