terça-feira, 16 de agosto de 2022

Liceu Camilo Castelo Branco | Atlas da Arquitetura Escolar em Portugal

 



No final do século XIX, Portugal iniciou um debate sobre a melhor forma de arquitetura para as escolas secundárias. Previa-se a construção de vários liceus e escolas técnicas, mas esta obra decorreu a um ritmo muito lento ao longo das primeiras décadas do século XX. Embora estas escolas, projetadas por arquitetos de renome como Miguel Ventura Terra, Marques da Silva, Jorge Segurado, Cristino da Silva, Carlos Ramos e Cottinelli Telmo, tivessem uma dimensão bastante insignificante, são hoje reconhecidas como um importante legado em termos de do património arquitetónico português.


O ano de 1934 marcou uma viragem, com a criação da Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário (JCETS) sob a tutela do Ministério das Obras Públicas e Comunicações. Esta direcção centralizou a responsabilidade pela concepção e produção de quase todos os edifícios escolares do Estado, até ser dissolvida em 1969 com a criação da Direção-Geral das Construções Escolares (Direção-Geral dos Edifícios Escolares, 1969-1985).

As necessidades económicas, sociais e educacionais da época exigiram que o JCETS fornecesse uma nova abordagem ao projeto escolar e às questões técnicas que o acompanhavam. A crescente procura de vagas escolares exigiu a construção em grande escala de novas escolas, o que, por sua vez, levou à necessidade de novos procedimentos na conceção e construção de escolas, apoiados na sistematização das soluções arquitetónicas e na racionalização dos procedimentos construtivos. Isso abriu caminho para o desenvolvimento de uma série de projetos padrão no final da década de 1960 e sua ampla adoção nas décadas seguintes. Paralelamente, a responsabilidade pelo desenho de um pequeno número de escolas foi confiada a alguns conhecidos arquitetos portugueses de fora do JCETS, que desenvolveram soluções sob medida e bem distintas das escolas estaduais construídas pelo JCETS. Para além de serem uma parte importante do nosso património arquitetónico, a maioria destas escolas ainda hoje se encontra em funcionamento, pelo que carecem de um estudo mais aprofundado para melhor suportar futuras intervenções.

O Atlas da Arquitetura Escolar em Portugal – Educação, Património e Desafios é um projeto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia) e que envolve um grupo de investigadores de diferentes universidades e áreas de estudo: arquitetura, educação, história, urbanismo, design de interiores/mobiliário, construção, eficiência energética e documentação. A ASAP-EHC procura contribuir para um aprofundamento da arquitetura escolar em Portugal, apostando nos edifícios de ensino secundário (liceus e escolas técnicas) e ensino médio (institutos industriais, escolas agrícolas e escolas primárias), promovidos pelo Estado e construídos entre o final do século XIX e início da década de 1970, quando foi introduzida uma grande reforma, alterando o paradigma educativo em Portugal.




🔍 Sobre a Camilo

Designação atual
Escola Secundária Camilo Castelo Branco

Outras designações
Liceu Nacional de Vila Real;
Liceu Central de Vila Real;
Liceu Central de Camilo Castelo Branco;
Liceu Nacional de Camilo Castelo Branco;
Escola Secundária /3º Ciclo Camilo Castelo Branco.







Projetos associados à escola:







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