John William Waterhouse, Ofelia (1894)
Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.
É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, base e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.
Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.
António Gedeão, Poesias completas
SABER+
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.
É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, ácidos, base e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.
Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.
António Gedeão, Poesias completas
SABER+
Ofélia é um personagem trágica que inspirou muitos artistas ao longo dos séculos desde que foi criada por William Shakespeare. Personagem da peça de teatro Hmlet, Ofélia é uma jovem da alta nobreza da Dinamarca, filha de Polínio, irmã de Laertes, e noiva do Príncipe Hamlet. Depois deste a ter desprezado, ela enlouquece de tristeza, caindo num rio enquanto colhe flores na praia. Ela está na água, a delirar, cantando canções antigas, enquanto o peso do seu vestido a arrasta até à morte.
A pintura de John Everett Millais é vista como um símbolo do amor jovem corrompido, como um exemplo famoso do romantismo sombrio dos pintores pré-rafaelitas.
John Everett Millais, 1852, A morte de Ofélia, Tate Gallery, Londres
Sem comentários:
Enviar um comentário