domingo, 15 de setembro de 2019

Fadiga informativa: atentos a tudo e a nada ... hora de desconectar



Por Felicidad Campal



Você acha que às vezes tanta informação o(a) domina? Você guarda tantos dados, figuras, nomes, textos e muito mais? É provável que sejamos vítimas de uma nova condição chamada Síndrome da Fadiga da Informação. Para não contribuir para isso, este post será curto ...








Alfons Cornella chamou a essa síndrome "infoxificação": situação de excesso informativo, intoxicação informacional, na qual você tem mais informações para processar do que pode humanamente e, como consequência, surge uma ansiedade. O psicólogo David Lewis criou, não há muitos anos, esse conceito no seu relatório Dying for information? (Morrendo de vontade de obter informações?), preparado para a agência de notícias Reuters.

A síndrome ocorre em pessoas que tendem a lidar com grandes quantidades de informações de livros, revistas, jornais, e-mails, telemóveis e, principalmente, nas redes sociais, causando paralisia da capacidade analítica, ansiedade e dúvidas, além de levar a más decisões e conclusões erradas. Os sintomas mais proeminentes são stresse, ansiedade, confusão, superficialidade e falta de atenção, além de danos nos relacionamentos pessoais.

O filósofo coreano, a residir na Alemanha, Byung-Chul Han, concretiza essas conclusões no seu ensaio In the Swarm: "O principal sintoma é a paralisia da capacidade analítica. O que constitui precisamente o pensamento. O excesso de informação atrofia o pensamento, a capacidade de distinguir o essencial do não essencial". E vai mais além: "O cansaço da informação também inclui sintomas característicos da depressão que, em primeiro lugar, são uma doença narcísica. O sujeito se afoga em si mesmo, exausto e cansado de si mesmo. A nossa sociedade torna-se cada vez mais narcisista. Redes sociais como o Twitter ou o Facebook acentuam essa evolução, porque são media narcísicos". A superinformação leva-nos, em sua opinião, a um novo protocolo geral de vida, e a enorme quantidade de informações que deixamos quando passamos pela rede, reunidas no chamado big data inatacável, leva a um novo conceito de Big brother: "Cada um observa e vigia o outro, e cada um é observado e vigiado pelo outro."

Luis Meyer, no seu artigo "Fadiga informacional ou a nova doença da era digital", sublinha que existe um derivado da fadiga informacional, que é outra nova patologia, definida pelos psicólogos como technostresse. E há déficit e excesso: por um lado, aqueles que são incapazes de aderir e aceitar os novos usos impostos pela era digital; por outro, aqueles que são incapazes de fazê-lo de maneira saudável e se identificam excessivamente com a tecnologia, perdendo a perspectiva de si mesmos.

Como gerir essa enorme quantidade de informações? Sergio Fanjul pensou essa questão há alguns anos. A sua resposta então, e agora com mais razão, é óbvia: vá com calma! 

[...]

E se entre tantas avalanches de publicações atuais (já em 1550, o teólogo Juan Calvino reclamava que havia tantos livros que ele nem teve tempo de ler tidos os títulos), você não sabe o que escolher, deixe-se ajudar, acessorar e levar pelas recomendações da sua biblioteca de cabeçalhos. [...] Vemo-nos nas bibliotecas!


Fonte:
CAMPAL Felicidad - Fatiga informativa: atentos a todo o a nada…momento de desconectar. Biblogtecários [Em linha] 24 junho 2019 [Consult. 14.09.2019]. Disponível em <URL: https://www.biblogtecarios.es/felicampal/fatiga-informativa/>
(Tradução da nossa responsabilidade. Texto com supressões. A.J.)


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