Palavra de Autor #Lídia Jorge
Antes de boa parte do Algarve, terra natal de Lídia Jorge, ficar reduzido a cinzas, a escritora falou do seu último romance, um livro sobre a contradição em que vivemos, divididos entre dois movimentos: "um é sujar, estragar a terra, e aproveitar-se dela, o outro é o de devolver a terra ao futuro com sustentabilidade". Estúario é reflexo do rumo deste mundo sem rumo, cenário ainda daqueles que perante a adversidade insistem numa "honradez antiga".
Estuário, o último romance de Lídia Jorge, é a história de um homem, Edmundo Galiano, que depois de ter feito trabalho humanitário nas zonas mais desfavorecidas do mundo, regressa a casa, em Lisboa. Está diminuído fisicamente, quer escrever um livro, e enfrenta uma grave crise dentro da sua própria família. Todos em seu redor, e à sua maneira, lutam para sobreviver à hecatombe que a evolução económica do mundo obriga a sua família a enfrentar.
Estuário surge quatro anos depois de Os Memoráveis, uma obra de ficção literária sobre o 25 de Abril de 1974, e também é um livro sobre as alterações climáticas, o rumo sem rumo que o mundo leva, a literatura, como poder fátuo, ainda que a literatura possa influenciar o mundo: "A literatura é a acender um fósforo na escuridão da contemporaneidade".
Em Palavra de Autor, onde está à conversa com Cristina Margato, são lidos excertos de Estuário.
Em Palavra de Autor, onde está à conversa com Cristina Margato, são lidos excertos de Estuário.
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