quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Cultivar a resiliência



Photo credit: Ilustração Filipa Viana/Who




Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, resiliência (em sentido figurado) significa «capacidade de defesa e recuperação perante fatores ou condições adversos». Ou seja, a capacidade de uma pessoa lidar eficazmente com os problemas, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas, transformando as experiências negativas em aprendizagens e oportunidades de mudança e crescimento pessoal.

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A palavra «resiliência» tem sonoridade estranha e significado pouco conhecido, mas pode fazer a diferença na nossa vida e na forma como enfrentamos situações difíceis. No seu significado original, o termo, que foi emprestado da física, refere-se à propriedade que certos materiais têm de voltar à sua forma original seja qual for o impacto ou tensão que sofram. Como um elástico que, à medida que é esticado, se deforma até um certo limite, sem rebentar, retornando à forma inicial quando deixamos de esticá-lo. Atualmente, é frequentemente utilizado para descrever a forma como as pessoas respondem às frustrações e aos problemas que ocorrem na sua vida, e como recuperam desses embates de modo a saírem mais fortalecidas perante as adversidades.

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Durante séculos fomos um povo resiliente, mas com o passar do tempo deixámos de exercitar esta competência. «Tem-nos faltado desenvolver a capacidade de resistência, de perseverança, desistimos cedo demais, ficamos rapidamente cansados, e a nossa capacidade de reação é muito lenta. E por isso preferimos resultados a curto prazo. O “não posso” tornou-se um (mau) hábito nacional», diz o sociólogo [Lúcio Lampreia].

A boa notícia é que a resiliência é o nosso músculo psicológico – algo que todos temos, em alguma medida –, e que pode e precisa ser desenvolvido ao longo da vida. E como qualquer músculo, deixa-nos mais fortes, mais aptos para suportar maiores esforços e torna-nos progressivamente mais eficientes.

Como podemos, então, aprender ou cultivar a resiliência? O segredo, segundo os especialistas, passa por ajustarmos a forma como vemos e encaramos as adversidades. As pessoas que conseguem controlar as suas emoções e acreditam que podem fazer algo para minimizar os efeitos nefastos das circunstâncias resistem melhor do que aquelas que se sentem indefesas e pensam não ter controlo sobre a sua vida. «Muitas vezes são os momentos de controlo e não os sentimentos de impotência que nos motivam e apontam respostas», revela o psicólogo. «Em situações adversas podemos descobrir caminhos que nos possam trazer felicidade e sucesso não “em vez de” mas “por causa” dos desafios que se nos deparam.»

O texto de Carla Mateus, Resiliência, para que serve?, publicado no Notícias Magazine, pode ser lido na íntegra AQUI.


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