José Tolentino Mendonça
“Diz-se que o nosso corpo tem a forma de um abraço. Talvez por isso a tarefa de abraçar seja tão simples, mesmo quando temos de percorrer um longo caminho. O abraço tem uma incrível força expressiva. Comunica a disponibilidade de entrar em relação com os outros, superando o dualismo, fazendo cair armaduras e motivos, cedendo, nem que seja por instantes, na defesa do espaço individual. Há uma tipologia vastíssima de abraços, e cada uma delas ensina alguma coisa sobre aquilo que um abraço pode ser: acolhimento e despedida, congratulação e luto, reconciliação e embalo, afeto ou paixão. Os abraços são a arquitectura íntima da vida, o seu desenho invisível, mas absolutamente presente, são a plenitude consentida ao desejo e memória que revitaliza.”
Este excerto faz parte da coluna semanal "Que coisa são as nuvens", que Tolentino Mendonça assina na E – A revista do Expresso.
Foi publicada no dia 22 de Janeiro de 2016, p. 90.
Vale a pena lê-la na íntegra!
Almada Negreiros, Família
Almada Negreiros, Maternidade
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