Imagem: George Couros sob CC |
O que é a fluência digital?
"Fluência" deriva da palavra "fluxo". Quando pensamos em "ser fluente" em qualquer contexto, referimo-nos a ser flexível, preciso, eficiente, adequado. Por outras palavras, a forma como usamos as habilidades /capacidades, a linguagem e o discurso flui natural e facilmente. No contexto digital de aprendizagem, a fluência envolve o uso de tecnologias de forma rápida e estratégica para aprender, trabalhar, jogar, e a utilização da tecnologia no ensino/aprendizagem tendo em vista a melhoria dos resultados de todos os alunos.
De um modo geral, a fluência digital é uma combinação de:
• proficiência digital ou técnica: ser capaz de entender, selecionar e utilizar as tecnologias e sistemas tecnológicos;
• literacia digital: competências cognitivas ou intelectuais, que incluem ser capaz de ler, criar, avaliar, fazer juízos de valor e aplicar habilidades técnicas em simultâneo;
• competência social, ou conhecimento disposicional: a capacidade de se relacionar com os outros e se comunicar com eles de forma eficaz.
É útil pensar na fluência associando-a a atitudes como "mostrar sabedoria e confiança na aplicação e utilização das tecnologias digitais", tal como se mostra no seguinte esquema:
Wenmoth, D. (2015). Information fluency |
A proficiência digital está associada com o conhecimento fundacional; a literacia digital com a compreensão concetual; e a fluência digital com a fluência processual.
Internacionalmente, não existe nenhuma definição geral partilhada do conceito de fluência digital. Por vezes, usam-se termos equivalentes como: fluência em TIC; literacias digitais; competência digital; cidadania digital. Além disso, a fluência digital surge frequentemente dividida em listas e competências e, em alguns contextos, é definida como um conjunto separado de competências ou como currículo.
Literacia digital e fluência digital
Ser "literato digital" implica adquirir as habilidades / capacidades para fazer e criar sentido e selecionar as tecnologias para o fazer.
Ser "digitalmente fluente" requer competências e capacidades que vão além do nível da habilidade / capacidade. Alguém que é digitalmente fluente não só seleciona ferramentas e sabe o que fazer com elas, como também pode explicar por que razão elas funcionam da maneira como funcionam e como elas poderiam adaptar o que fazem se o contexto mudasse.
Por exemplo, um literato digital é capaz de seguir as instruções para configurar um documento compartilhado on-line e usá-lo com um propósito claro. Por sua vez, uma pessoa com fluência digital é capaz de selecionar a partir de uma variedade de ferramentas para atingir o mesmo resultado, e de navegar espaços colaborativos de forma eficaz e com confiança com outras pessoas. A fluência representa o mais alto nível - o de "competência inconsciente" - na "hierarquia de competências" que vemos em modelos como o de Noel Burch:
Hierarquia de competências: Competence Hierarchy adapted from Noel Burch by Igor Kokcharov CC BY-SA 4.0 |
Fluência digital também pode ser considerada como parte de um conjunto mais amplo de competências relacionadas com a aprendizagem do 'século 21'. Sermos capazes de usar as tecnologias para que possamos criar e navegar na informação com sucesso com base na nossa capacidade de trabalhar de forma colaborativa, de resolver problemas do mundo real de forma criativa e de buscar as nossas próprias metas de aprendizagem.
Por que precisamos de ser digitalmente fluentes?
Fundamentalmente, o resultado de ser digitalmente fluente relaciona-se com questões de responsabilidade, equidade e acesso. Todos nós temos o direito de participar plenamente num sistema de educação digital habilitado e numa sociedade cada vez mais digitalizada. Se trabalharmos com fluência na forma como usamos tecnologias, somos capazes de nos manter seguros online e tirar pleno partido das oportunidades que a vida nos oferece, tais como ser capaz de concorrer para um trabalho, gerir as nossas finanças, ou fazer parte de nossa comunidade local.
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