terça-feira, 17 de novembro de 2015

Literatura e Ciência: elos de leitura

 
 
EXPOSIÇÃO 
 
 


 
"A conceção primitiva do papel do poeta e da poesia, originária de um tempo em que a prosa não tinha ainda sido inventada, está presente desde os alvores da civilização helénica. Esta perspectiva reflete-se nos primeiros textos, com particular incidência nos poemas de Homero e de Hesíodo. Julgava-se que os poetas possuíam inspiração divina e acesso privilegiado a qualquer área do saber. A conceção da autoridade dos poetas nunca desapareceu por completo, se bem que a crença na inspiração divina foi sendo gradualmente substituída pela noção do ingenium, do talento individual de cada poeta.

 A Literatura e a Ciência nascem, de facto, de mãos dadas. No século XVI, autores como Amato Lusitano ou Camões recuperam nas suas obras, cada um à sua maneira, esta ligação tão antiga como a arte de escrever, manuseando, com mão diurna e noturna, os autores greco-latinos de referência, inspirados pelos ideais do Renascimento e pela recém-descoberta de um mundo completamente desconhecido e grandioso.

Das plantas e dos perfumes do mundo antigo, tratados por Teofrasto, Plínio ou Dioscórides, até aos versos inspirados de Camões ou aos amplos comentários de Amato Lusitano à matéria médica há um longo caminho percorrido, feito de avanços e recuos, mas tendo sempre a matriz clássica como umareferência incontornável. Mais tarde, no século XIX, graças à pena de Júlio Verne, Literatura e Ciência entrecruzam-se sob novíssimas perspectivas, ou nem tanto, se pensarmos, por exemplo, na História Verdadeira de Luciano, dando forma a uma sedutora criação literária em que, tantas vezes, a ficção antecipa a realidade."
 
Helena Damião, De Rerum Natura, 21-03-12 [Em linha] [Consult. em 16-11-2015]. Disponível na Internet URL: http://dererummundi.blogspot.pt/2012/03/literatura-e-ciencia.HTML
 
 
A ilustrar este diálogo permanente que se estabelece entre a literatura e a ciência, está patente no espaço polivalente da Biblioteca da Escola a exposição Literatura e Ciência: Elos de Leitura.
 
Textos poéticos de António Gedeão, Miguel Torga e José Saramago dão a ver, do outro lado do bordado, os fios intertextuais (conceitos da Física e da Química) de que se tecem e as (re)leituras que deles emergem.
 
Esta exposição, inserida no conjunto de atividades do Mês da Ciência, foi concebida e organizada pelo professor António Fortuna, docente de Física e Química na nossa escola. 
 
 



















 

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