Um programa apresentado por Pedro Lamares
O programa de literatura apresentado por Pedro Lamares está de volta com nome novo: Literatura Aqui. A palavra escrita continua em primeiro lugar, com diferentes momentos de elogio à obra literária, sendo esta segunda série mais ambiciosa na premissa de tocar em todos os géneros e estilos - poesia, ensaio, teatro, conto, crónica, fábula, novela, policial, romance, etc.
Aos textos literários escolhidos e ditos por Filipa Leal e Pedro Lamares, juntam-se reportagens com a não menos ambiciosa missão de abarcar o vasto universo da literatura, dedicando uma especial abordagem às muitas presenças da literatura noutras artes, como a música, o cinema ou a dança, mas também no quotidiano não artístico.
Ao longo de cada emissão, tempo ainda para abordar alguns dos grandes temas e figuras da história da literatura, bem como as estórias de livrarias, bibliotecas e outros tantos espaços com livros dentro.
Estão já disponíveis 7 episódios dos 42 previstos:
1- Poetas pré-rafaelistas
Episódio 1 de 42 |Duração: 30 min
Este primeiro episódio da segunda série do programa de Literatura da RTP 2 começa com uma incursão pelo universo dos poetas Pré-Rafaelitas. Surgida em pleno século XIX na Inglaterra, a Irmandade Pré-Rafaelita é abundante em histórias e figuras de natureza "possuidora". O mote está lançado para fruir dos excertos literários escolhidos e lidos por Pedro Lamares e Filipa Leal: em poesia, a Necrophilia de Jaime Rocha; em prosa, o Adoecer de Hélia Correia. Nesta emissão, são revelados outros dois portugueses, poetas, que também se deixaram contagiar pela obra Pré-Rafaelita, os imperdíveis Fernando Pessoa e Mário Cesariny. Imperdíveis também são as partilhas a viva voz da escritora Maria Teresa Horta e do editor Carlos Araújo sobre uma das figuras mais importantes na história da edição portuguesa: Snu Abecassis. E se, na primeira série, se deu voz às partilhas de experiências positivas na rubrica "O Livro da minha vida", desta vez são desafiadas outras vozes a falar sobre: "O livro que não volto a ler". O resultado está a ser honesto e... surpreendente!
Episódio 2 de 42 | Duração: 30 min
Este episódio começa com o francês Albert Camus e o seu romance filosófico A Queda (1956). Tempo para descobrir, assim, as palavras daquele que é considerado por Jean-Paul Sartre como "talvez o mais belo e menos compreendido" de todos os livros de Camus. Mas, sobre O Estrangeiro, o romance mais lido e traduzido do autor francês, que é proposto um novo olhar: Jacques Ferrandez, autor gaulês, transpõe a história para BD e torna a obra ainda mais atual. Passa-se, de seguida, à Rússia, ao Congo e ao Vietname do repórter belga nascido pela mão de Hergé em 1929. Fala-se de Tintim, que tem uma casa muito especial no Porto. Ainda com o sol a mostrar os seus raios neste final de verão, faz-se uma visita à Figueira da Foz onde os livros viveram com um pé na areia e outro no jardim. Da poesia, há palavras e versos, "cada um de alturas diferentes", do nova-iorquino Stephen Dunn. O programa termina com o bailarino de Herberto Hélder.
3- Chico Buarque
Episódio 3 de 42 | Duração: 30 min
Chico Buarque, que é intérprete, compositor, poeta, escritor de canções e romances, é também o protagonista deste episódio. Aqui se conta que começou por se acercar do mundo das palavras só para estar mais perto do pai, que era historiador e jornalista. Depois, é tempo de conhecer os poemas e as músicas que criaram as personagens de Buarque que se tornaram míticas. É disso exemplo Geni, a travesti do musical "Ópera do Malandro", e o comandante que desceu de um "zepelim gigante" desejoso de se "servir" da "formosa dama". O universo lírico de Chico Buarque, povoado de figuras femininas, leva-nos ainda a desvelar o projeto "Palavra de Mulher", o primeiro álbum entre Sofia Vitória e Luís Figueiredo. E porque a relação entre a poesia e a música é íntima, viajamos no tempo para conhecer de que matéria se faz esta partilha, que, em tempos, também uniu o compositor Beethoven ao escritor Goethe. A prosa do brasileiro Chico Buarque também não é esquecida e com ela descobrimos o seu "O Irmão Alemão".
4 - Susan Sontag e Ana de castro Osório
Episódio 4 de 42 | Duração: 30 min
Esta semana, o Literatura Aqui começa em tom de reflexão sobre o que é a beleza com as palavras de Susan Sontag. A escritora e filósofa, que publicou romances, contos, ensaios, artigos de jornal, era também uma ativista na defesa dos direitos humanos. Servia a literatura com liberdade e uma profunda seriedade. A próxima protagonista deste episódio é a mulher a quem Camilo Pessanha declarou ainda jovem o seu amor. Falamos de Ana de Castro Osório, considerada a mãe da literatura infantil portuguesa. Já a norte, apanhamos boleia com a biblioteca ambulante que, todos os dias, sai para a estrada em Proença-a-Nova. No total, são já cerca de dez anos a percorrer aldeias e a abrir livros nos corações de gente quase esquecida. Tempo ainda para conhecer a partilha do diretor da companhia de Teatro de Almada, Rodrigo Francisco, no espaço "O Livro que não volto a Ler". A fechar, o tom cai em Pessoa e no mundo visto pela janela da sua Maria José, com um excerto d´"A Carta da Corcunda para o Serralheiro".
Rever este episódio na RTP Play
5- Alice e o País das Maravilhas
Episódio 5 de 42 | Duração: 30 min
Pedro Lamares está esta semana na Boca do Inferno, em Cascais, e começa a viagem literária por um episódio que envolve Fernando Pessoa e marca até hoje a memória deste lugar: o suicídio encenado dum escritor inglês. Mas é a pequena Alice de Lewis Carroll que toma para si e para o seu País das Maravilhas o papel principal neste programa. A celebrar 150 anos desde a primeira publicação, Alice continua a merecer novos olhares, cores e formas. O próprio Salvador Dali não resistiu à menina que vive no país das maravilhas e do outro lado do espelho. As crianças e a importância pelas pequenas coisas inspiraram Filipa Leal e Pedro Lamares nas escolhas de textos poéticos desta emissão. Não é de estranhar portanto o deleite que os versos de Manoel de Barros e Manuel António Pina nos provocam. Tempo ainda para ouvir um contador português que recria como poucos a partilha de outros tempos e histórias: António Fontinha. E de regresso ao desafio da rubrica "O Livro que não volto a ler", desta vez, é a apresentadora Sílvia Alberto que nos revela por que é não quer voltar às palavras de uma das obras maiores de Raul Brandão.
6 - O género policial
Episódio 6 de 42 |Duração: 30 min
O género policial é protagonista do LITERATURA AQUI desta semana. Pedro Lamares assume o comando de uma "investigação sem crime", tendo como ponto de partida uma casa centenária em Ponte de Lima, impregnada de memórias e documentos históricos. Da sala de jantar, que recebeu inúmeros escritores, artistas e jornalistas, à biblioteca com cerca de três mil livros, o lugar está à altura do detetive mais famoso do mundo: Sherlock Holmes, a personagem que suplantou o criador, o médico e escritor Arthur Conan Doyle. O poeta anglo-americano Wystan Hugh Auden dizia que a novela policial é tão viciante como o tabaco. Que o diga o escritor português de policiais António Andrade Albuquerque, mais conhecido (dentro e fora de portas) como Dick Haskins. Fora das lides policiais, recordamos uma viagem singular do jornalista português José de Freitas à China de Mao Tsé-Tung, a partir das reportagens reunidas em livro publicado no Verão de 1964. A campanha comunista de coletivização agrícola tinha acabado de levar à fome generalizada, mais de 40 milhões de mortes. O enviado do vespertino Diário Popular de Lisboa não deu por nada. Nesta emissão, recuamos ainda mais para conhecer o lado feminino da História, através de algumas das mulheres que contribuíram para a construção de Roma e o seu Império. A fechar, Filipa Leal e Pedro Lamares dão voz a Édipo e Creonte numa conversa carregada de tensão... e luta.
7 - Cartas, tragédias gregas, livros bordados e histórias com crianças peculiares
Episódio 7 de 42 | Duração: 30 min
Este episódio traz cartas, tragédias gregas, livros bordados e histórias com crianças peculiares. A começar, Sophia de Mello Breyner e Jorge de Sena, duas das maiores figuras da literatura portuguesa do século XX, eram também dois grandes amigos. É com eles e com algumas das palavras que trocaram por carta que a voz de Filipa Leal se faz ouvir, tendo como cenário areia, mar e rochas. Seguimos para a Grécia Antiga dos três trágicos Eurípedes, Ésquilo e Sófocles. São deles as palavras que ditam um recomeço para Tiago Rodrigues. O criador lançou-se na reescrita de três obras-primas com 2500 anos: Ifigénia, Agamémnon e Electra. Neste programa, revelamos todo o caminho percorrido por Tiago Rodrigues e o seu elenco desde a primeira leitura até ao espetáculo em palco com linguagens contemporâneas. Já com a página da tragédia virada, chegamos à Pé-Coxinho, uma editora portuguesa que conta histórias através das artes tradicionais. O resultado são livros únicos com ilustrações e textos bordados à mão e ainda outras surpresas em folhas de madeira. Com o outro pé já fora de Portugal, conhecemos de que forma é que um colecionador fascinado por fotografias antigas se transforma em autor de palavras, enredos e imaginários repletos de suspense. A fechar, é a voz de Pedro Lamares que nos reclama os sentidos todos com a Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya, do poeta Jorge de Sena.
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