CANÇÃO
Tinha um cravo no meu balcão;
veio um rapaz e pediu-mo
-mãe, dou-lho ou não?
Sentada, bordava um lenço de mão;
veio um rapaz e pediu-mo
-mãe, dou-lho ou não?
Dei um cravo e dei um lenço,
só não dei o coração;
mas se o rapaz mo pedir
-mãe, dou-lho ou não?
UM NOME
Di-lo-ei pela cor dos teu olhos,
pela luz
onde me deito;
di-lo-ei pelo ódio, pelo amor
com que toquei as pedras nuas,
por uns passos verdes de ternura,
pelas adelfas,
quando as adelfas nestas ruas
podem saber a morte;
pelo mar
azul, azul-cantábrico, azul-bilbau,
quando amanhece;
di-lo-eu pelo sangue
violado
e limpo e inocente;
por uma árvore,
uma só árvore, di-lo-ei:
Guernica!
Dois poemas de Eugénio de Andrade partilhados com os alunos do 3º Ciclo por alunas do 11º H.
Sem comentários:
Enviar um comentário