Tóssan. Cão Pêndio, Portugália Editora, 1959 | Cão Pêndio, publicidade, Diário de Lisboa, 26 de dezembro de 1959
Meu caro Tóssan: Recebi o teu cão pêndio. E cheguei à conclusão de que ainda és mais cão pleto e maca cão do que eu julgava. Orgulho-me de ti. Mostrarei a tuti quanti este bilhete postal do teu génio. O meu Gavroche fica menos triste. Continua.
E manda-me 20 ou trinta exemplares que eu vendo-tos num ápice. A nossa obra comum [Rã no Pântano] parece que estava fazendo carreira. Mas parou perto. Paciência. Seremos menos populares mas mais perigosos. Santo Deus: o que havia de mal no livrinho? Creio que já se atingiu o afinar de censurar a própria veleidade de pensar. Não importa o quê. Apetece-me vomitar o que há de Pátria dentro da minha alma.
Qualquer dia far-lhes-emos a pirraça de os obrigar a retirar outro. Vingança de chinês, única possível. Um grande abraço de parabéns pelo teu êxito. Continua. E vai-te lembrando de nós. Abraços de todos. Teu, dedicado,
Almeida Santos
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