quinta-feira, 20 de março de 2025

Ler imagens em movimento

 

  

Ver imagens com olhos de ver implica questionar essas imagens.

 





A nossa visão do mundo é influenciada pela realidade criada pelos media, pois todas as mensagens dos media são representações ou aproximações do real, cuja fronteira não é muitas vezes percetível.

Em 1964, estreou nos Estados Unidos da América o Gilligan’s Island, um programa de entretenimento televisivo no qual sete concorrentes viviam numa ilha deserta do Pacífico, à qual teriam chegado, de acordo com o enredo do programa, na sequência de um naufrágio.

Após a emissão de seis episódios, a Guarda Costeira contactou a produção do programa, garantindo ter recebido dezenas de telegramas de pessoas que pediam aos militares que enviassem um barco à ilha para salvar os concorrentes. As pessoas confundiram a realidade com a realidade criada pelos media (ficção), não tendo em conta, por exemplo, quem estava lá a filmar os concorrentes, toda a equipa de produção e a logística. Cartaz de apresentação do reality show Gilligan’s Island (1964-1967).

O americano James Potter considera que a realidade criada pelos media tem várias dimensões, pelo que deve ser questionada de diferentes ângulos. Porém, as pessoas questionam os conteúdos sobretudo através de um ângulo: Será que isto podia acontecer, ou não?. Essa análise básica e limitada leva-as a sobrestimar a realidade criada pelos media, a dos programas de televisão, dos filmes e até das notícias. Sabendo disso, os produtores estruturam os conteúdos media de forma a manterem uma elevada ligação com a realidade, embora estejam sempre um passo, maior ou menor, além da realidade. E é esse passo para fora da realidade que a transforma e que a torna mais atrativa para as audiências.

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