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Nascido
em Lisboa, Camilo Castelo Branco vem viver para Vila Real aos nove anos, na companhia
da irmã Carolina, após a perda precoce dos pais. Aqui passa a
adolescência e inicia os seus primeiros escritos, sob a influência do
ambiente cultural e familiar que o rodeava. Em Vilarinho da Samardã,
convive com o Padre Azevedo, que lhe desperta o gosto pelas
humanidades e pela leitura dos clássicos:
"Eu sou aquele a quem padre António de Azevedo ensinou princípios de solfa, e as declinações da arte francesa. Sou aquele que leu em sua casa as ‘Viagens de Ciro’, o ‘Teatro dos Deuses’, 'Os Lusíadas’, ‘As peregrinações de Fernão Mendes Pinto’ e outros livros que foram os primeiros." (Na dedicatória, ao Padre Azevedo, de O Bem e o Mal, 1863).
A sua experiência em Vila Real e arredores virá a refletir-se
amplamente na sua escrita (literária e não literária). Efetivamente, os espaços, as gentes e as
vivências que marcaram os seus anos de formação são evocados em diversos textos, nomeadamente nas narrativas ficcionais O Santo da Montanha, Amor de Perdição, Anátema,
Vinte Horas de Liteira e O Degredado. Nestas ficções, Vila Real surge
como um cenário vivo e autêntico, onde se desenrolam paixões intensas,
dramas humanos e narrativas envolventes que fazem parte do imaginário
camiliano.
A
exposição "Vila Real na Ficção Camiliana" apresenta uma seleção de
excertos das obras de Camilo Castelo Branco onde a cidade (e seus arredores) é referida,
bem como as imagens das capas dos livros que contêm essas passagens.
Com esta iniciativa, pretendemos homenagear o Patrono da nossa escola no ano do seu bicentenário e sublinhar o papel de Vila Real na geografia afetiva e literária daquele que é considerado o primeiro romancista português, sublinhando o modo como este território influenciou o seu percurso pessoal e a sua produção literária:
"[Camilo é ] um romancista que, praticamente sozinho, impôs o romance como género dominante no espaço literário português e caracterizou a especificidade da figura do romancista: no romanesco de Camilo, romancista e personagens habitam o mesmo mundo, porque esse mundo é definido como um mundo em que coexistem os romances e o romancista, cujo ofício é escrevê-los. Desse ofício, Camilo ressalta a competência de escrita e imaginação, mas também a ideia crucial de que o romance não é um género entre outros, mas o género caracterizado pela liberdade e pela dimensão pública democrática." (Abel Barros Batista, Camilo Castelo Branco: 200 anos - O primeiro romancista português, 2025)
Convidamos, pois, toda a Comunidade a visitar esta exposição e a (re)descobrir Vila Real como elemento essencial na obra de um dos mais importantes escritores da literatura portuguesa.
Que esta exposição possa constituir uma motivação acrescida para se ler mais e melhor a obra de Camilo, é o desejo de todos quantos estiveram envolvidos na realização desta atividade.
Afinal, a melhor homenagem que se pode prestar a um escritor é lê-lo.
Felizes encontros de Leitura!
Ficha Técnica:
Exposição composta por 17 imagens+ 17 excertos textuais
Seleção de textos: Coordenadora da Biblioteca Escolar e docentes do Grupo Disciplinar de Português
Seleção de imagens: Coordenadora da Biblioteca Escolar
Grafismo: Coordenadora da Biblioteca Escolar e Coordenadora do Laboratório de Ideias
Edição dos cartazes: Coordenadora da Biblioteca Escolar
Esta exposição teve o apoio do Município de Vila Real, no âmbito da Rede de Bibliotecas de Vila Real
Camilo 200
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