domingo, 9 de março de 2025

Exposição | Vila Real na ficção camiliana

 

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Nascido em Lisboa, Camilo Castelo Branco vem viver para Vila Real aos nove anos, na companhia da irmã Carolina, após a perda precoce dos pais. Aqui passa a adolescência e inicia os seus primeiros escritos, sob a influência do ambiente cultural e familiar que o rodeava. Em Vilarinho da Samardã, convive com o Padre Azevedo, que lhe desperta o gosto pelas humanidades e pela leitura dos clássicos:

 

"Eu sou aquele a quem padre António de Azevedo ensinou princípios de solfa, e as declinações da arte francesa. Sou aquele que leu em sua casa as ‘Viagens de Ciro’, o ‘Teatro dos Deuses’, 'Os Lusíadas’, ‘As peregrinações de Fernão Mendes Pinto’ e outros livros que foram os primeiros." (Na dedicatória, ao Padre Azevedo, de O Bem e o Mal, 1863).

A sua experiência em Vila Real e arredores virá a refletir-se amplamente na sua escrita (literária e não literária). Efetivamente, os espaços, as gentes e as vivências que marcaram os seus anos de formação são evocados em diversos textos, nomeadamente nas narrativas ficcionais O Santo da Montanha, Amor de Perdição, Anátema, Vinte Horas de Liteira e O Degredado. Nestas ficções, Vila Real surge como um cenário vivo e autêntico, onde se desenrolam paixões intensas, dramas humanos e narrativas envolventes que fazem parte do imaginário camiliano.

A exposição "Vila Real na Ficção Camiliana" apresenta uma seleção de excertos das obras de Camilo Castelo Branco onde a cidade (e seus arredores) é referida, bem como as imagens das capas dos livros que contêm essas passagens. 

Com esta iniciativa, pretendemos  homenagear o Patrono da nossa escola no ano do seu bicentenário e sublinhar o papel de Vila Real na geografia afetiva e literária daquele que é considerado o primeiro romancista português, sublinhando o modo como este território influenciou o seu percurso pessoal e a sua produção literária:


"[Camilo é ] um romancista que, praticamente sozinho, impôs o romance como género dominante no espaço literário português e caracterizou a especificidade da figura do romancista: no romanesco de Camilo, romancista e personagens habitam o mesmo mundo, porque esse mundo é definido como um mundo em que coexistem os romances e o romancista, cujo ofício é escrevê-los. Desse ofício, Camilo ressalta a competência de escrita e imaginação, mas também a ideia crucial de que o romance não é um género entre outros, mas o género caracterizado pela liberdade e pela dimensão pública democrática." (Abel Barros Batista, Camilo Castelo Branco: 200 anos - O primeiro romancista português, 2025)

 

Convidamos, pois, toda a Comunidade a visitar esta exposição e a (re)descobrir Vila Real como elemento essencial na obra de um dos mais importantes escritores da literatura portuguesa.

Que esta exposição possa constituir uma motivação acrescida para se ler mais e melhor a obra de Camilo, é o desejo de todos quantos estiveram envolvidos na realização desta atividade.

Afinal, a melhor homenagem que se pode prestar a um escritor é lê-lo.

Felizes encontros de Leitura!

 

Ficha Técnica:  

Exposição composta por 17 imagens+ 17 excertos textuais

Seleção de textos: Coordenadora da Biblioteca Escolar e docentes do Grupo Disciplinar de Português

Seleção de imagens: Coordenadora da Biblioteca Escolar

Grafismo: Coordenadora da Biblioteca Escolar e Coordenadora do Laboratório de Ideias 

Edição dos cartazes: Coordenadora da Biblioteca Escolar

Esta exposição teve o apoio do Município de Vila Real, no âmbito da Rede de Bibliotecas de Vila Real

 

Camilo 200


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