domingo, 15 de março de 2020

“Vê-se gente sem gente lá dentro”



Palavra de autor | #Filipa Leal 
Entrevista por Cristina Margato


Os poemas são feitos de bronze, ossos, barro, metal, plasticina, gelatina, nylon, espuma, espelho… Porque se ela puder um dia não escreverá um livro. Tal como uma mulher que há uns anos viu num quadro, sem nome, exposto no Museu do Prado, Filipa Leal não tira a máscara. Coloca-a para se esconder no lugar da arte. Quer sujar as mãos, “ainda que não suja as mãos quem suja o poema”. 


“Fósforos e Metal Sobre Imitação de ser Humano” (Assírio & Alvim, 2019) é um livro sedento de matéria, um livro que pode ser visto como uma exposição. Foi escrito por alguém que vê poesia em todos os materiais e se inquieta quando olha para gente sem gente lá dentro, “imitações de ser humano”. O seu livro anterior chama-se “Vem à Quinta-feira”. Fomos. Neste Palavra de Autor, Filipa Leal leu e conversou com Cristina Margato numa quinta-feira igual às outras; não fosse também o Dia Mundial da Poesia e o dia em que Filipa Leal lembrou a perda da mãe. 


 

O título dá o mote ao que se segue: uma vontade de alcançar o real. “Fósforos e Metal Sobre Imitação de Ser Humano” é o nome do último livro de poesia de Filipa Leal, mas também podia aparecer numa ficha de museu ao lado de uma obra de arte, como descrição dos materiais usados naquela peça. Filipa Leal lançou-se para este livro com vontade de sujar as mãos, de dominar outras artes que não sejam as de ler e as de escrever. Quis pensar no poema como escultura, ainda que veja a escultura como um lugar de silêncio.

Ler artigo completo Aqui.


Palavra de Autor - Podcast do Expresso sobre livros
27 de março de 2019



Sem comentários: