segunda-feira, 16 de março de 2020

Media móveis - Novos desafios




Selfies, sexting, autoimagem física








Título: Selfies, Sexting, Autoimagem Física (Recurso adaptado da série: Media móveis – Novos desafios), 
Autores: Stefanie Rack e Fabian Sauer  
Tradução: Sónia Costa 
Revisão: CIS|FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. 
Ilustrações: Katrin Mack
1.ª edição, agosto de 2019 (versão portuguesa)







Viver com e no contexto das redes sociais 

Os serviços de mensagens instantâneas e as redes sociais são os serviços para smartphones mais populares entre os adolescentes. De acordo com o estudo alemão JIM-Studie 2016, no Top 4 das aplicações está o WhatsApp, o Instagram, o Snapchat e o Facebook. A plataforma de vídeo YouTube é a única que goza de um nível de sucesso comparável. O foco de todos estes serviços incide na comunicação via Internet. É natural que os adolescentes dos nossos dias queiram partilhar imagens otimizadas na expectativa de receberem um feedback positivo. As estrelas da Internet, também conhecidas como “influenciadores”, partilham do mesmo sucesso das estrelas da televisão. Além de serem modelos de referência para os jovens, proporcionam ainda uma grande diversão e entretenimento. Os adolescentes utilizam os serviços de mensagens instantâneas como o WhatsApp não só para conversar sobre os seus trabalhos de casa, mas também para organizar uma grande parte da sua vida social. Geralmente, a criação de um “ego digital” pode ser considerada como uma tarefa adicional no desenvolvimento dos jovens do século XXI. O jornalista Michalis Pantelouris descreve este fenómeno da seguinte forma: “No Instagram, todos são o seu próprio porta-voz” (SZ-Magazine, Edição 37/16). No entanto, estas redes também têm o seu lado negro: desde problemas relacionados com a privacidade, cyberbullying e violação de direitos de autor decorrente do reencaminhamento não autorizado de fotografias, à exposição online sob forma sexualizada e ao incitamento à compra através da apresentação subliminar de produtos por YouTubers famosos.

Compreender a forma como estes serviços populares funcionam – o seu enquadramento, bem como as motivações dos jovens para os adotar – é essencial para fazer face aos desafios que a utilização de diferentes plataformas cria nas escolas e no quotidiano. Todavia, nem sempre é fácil estar atualizado: à semelhança da maioria dos serviços Web, as redes sociais podem evoluir e mudar a uma velocidade extraordinária. Assistimos, repetidas vezes, ao surgimento de novas aplicações e serviços e à perda da importância de outros, que até então eram líderes de mercado. 

Muitas destas mudanças estão relacionadas com os avanços nas tecnologias subjacentes – smartphones mais potentes, melhores câmaras, maior largura de banda no acesso à Internet móvel. À medida que a tecnologia evolui, os serviços mudam para novos dispositivos e novas formas de utilização: desde sites em computadores pessoais a aplicações em smartphones, até à partilha de texto e imagens a vídeos em direto filmados com os telemóveis. Os filtros e os programas de edição integrados permitem-nos agora otimizar as imagens em segundos. O acesso às redes de dados móveis permite aos utilizadores publicar e publicitar conteúdos pessoais de forma mais rápida – muitas vezes sem pensarem nas eventuais consequências. Uma das expressões mais comuns nos nossos dias, “sempre ligado” – ou seja, sempre online – ganhou uma nova dimensão. 

As expectativas dos utilizadores também aumentaram: os serviços têm de ser ainda mais rápidos, fáceis de usar e gratuitos. Devem também ser utilizáveis em qualquer local. Atualmente, os serviços mais populares entre os jovens, e sobre os quais incidem estes materiais, cumprem todos estes requisitos. E embora os meios digitais aparentem ser bastante diversificados, na verdade, estão muito concentrados nas mãos de algumas grandes empresas. Tal poderá ser um problema, sobretudo em termos de privacidade. 

O que é que torna, então, estes serviços tão fascinantes e porque é que os jovens estão tão entusiasmados com a sua utilização? Que questões se lhes deparam, em termos de privacidade e autoimagem física, relacionadas com a sua utilização? Esperamos que as páginas seguintes ofereçam algumas ideias inspiradoras para debater estes temas.


Stefanie Rack e Fabian Sauer (2019). Introdução, in Selfies, Sexting, Autoimagem Física.



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