quinta-feira, 22 de junho de 2023

Fazer exames assim até custa menos


 

 
















 

    Psicóloga e especialista em Ciências da Saúde          
                                                                                                                                                 
 
 
 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

Há estratégias que os alunos em época de exames podem usar para melhorar a concentração e evitar brancas. Em quatro respostas, a psicóloga e especialista em Ciências da Saúde Joana Rato explica como podemos concentrar-nos, organizar o estudo e garantir melhores resultados.



1.Que estratégias podem os alunos adotar para se concentrarem melhor durante os exames?

Durante a realização dos exames uma das formas de gerir a atenção será começar por ler todo o exame. Isto permite também fazer, desde logo, um planeamento das respostas que vai requerer mais tempo e esforço cognitivo e o que vai ser mais simples de responder (não só pelo grau de dificuldade da questão, mas também pelo domínio da matéria).

Uma das estratégias é criar metas, por exemplo, vou dedicar X tempo a este grupo de questões, vou precisar de outro X tempo para as questões de desenvolvimento, etc. Esta distribuição de tempo permite ir controlando o foco atencional para cada parte do exame, dando também a perceção de cumprimento de etapas.

2.Estudar na véspera e por vezes no próprio dia dos exames é um método habitual de muitos alunos. Cientificamente há alguma vantagem nesta memorização ‘de última hora’?

Não há vantagens no estudo em bloco e de véspera. Há até um maior risco de gerar ansiedade e de surgirem bloqueios (chamadas brancas) por cansaço cognitivo. As noitadas devem ser evitadas por completo porque está documentado que basta perder uma boa noite de sono para no dia seguinte haver um impacto negativo na atenção matinal e na recuperação de memória. É importante estabelecer compromissos na prática de estudo. Combinar etapas de estudo com os pares ou os pais pode ajudar o aluno a sentir-se acompanhado.


No estudo de véspera, as noitadas devem ser evitadas por completo. Está documentado que basta perder uma boa noite de sono para no dia seguinte haver um impacto negativo na atenção matinal e na recuperação de memória.



3.Há alguns métodos de estudo específicos que ajudem a maximizar o desempenho dos estudantes nos exames?

Testar os conhecimentos enquanto se aprende e distribuir o estudo no tempo são duas estratégias apoiadas pela investigação e que podem melhorar a aprendizagem fortalecendo a memória a longo prazo.

Praticar é determinante para aprender porque também é preciso repetição (sim, é mesmo importante para o cérebro porque é o que permite fortalecer conexões e economizar energia) e é com essa repetição que, posteriormente, se fazem ligações entre os conteúdos com maior facilidade.

Ou seja, parte-se de um processo de memorização para a compreensão. A ciência põe no topo das estratégias de aprendizagem a prática de recuperação que não é mais do que auto-testar com frequência. Isto, serve, sobretudo, para monitorizar o que já se sabe e o que ainda tem de ser revisto. Os formatos podem ser vários, desde fazer exercícios até à evocação escrita.



4.Quais são os erros mais comuns que os alunos cometem na preparação para os exames?

Claramente que deixar todo o estudo para uma altura próxima da data do exame, dormir pouco e não seguir um bom plano alimentar são os erros mais típicos dos estudantes. Alguns chegam a consumir em demasia alimentos açucarados e a cafeína em período noturno.

Cuidar da saúde física é também cuidar da saúde cognitiva e para conseguir manter a atenção ao máximo e a capacidade de memória cooperante é mesmo preciso ter cuidados com o sono, alimentação e bem-estar apostando num estudo regrado no tempo e atempado. Os dias de véspera já só devem servir para breves revisões e para descanso. Fazer exames assim até custa menos, é de testar!
 
 


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