quinta-feira, 2 de maio de 2019

Cantiga de maio



Carlos Paredes



Nuno Guerreiro e Natália Casanova, nas vozes, Fernando Alvim,na viola, e Manuel Paulo, no órgão e acordeão, em 1992, no Teatro São Luiz, em Lisboa.






Eu fui ver a minha amada
Lá p'rós baixos dum jardim
Dei-lhe uma rosa encarnada
Eu fui ver o meu benzinho
Para se lembrar de mim
Lá p'rós lados dum passal
Que é do mais fino bragal
Dei-lhe o meu lenço de linho


Eu fui ver uma donzela
Numa salinha a fiar
Numa barquinha a dormir
Dei-lhe uma colcha de seda
Eu fui ver uma solteira
Para nela se cobrir
Para de mim se prender
Dei-lhe uma rosa vermelha
Para de mim se encantar
Eu fui ver a minha amada


Dei-lhe uma rosa encarnada
Lá nos campos eu fui ver


Minha mãe quando eu morrer
Verdes prados, verdes campos
Onde está minha paixão
Umas voltam outras não
As andorinhas não param


Refrão:
Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou
Ai chore por quem muito amargou
Para então dizer ao mundo


Zeca Afonso



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