Lawrence Ferlinghetti no Caffe Trieste, 2012. Foto: Christopher Michel
(cc by-sa 4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0)). Via Wikimedia Commons.
Sempre amei novembro. Não sei se é porque nasci em novembro ou porque é quando o outono se torna a versão mais cruel de si mesmo. O ar morde; as folhas finais caem no chão. De qualquer maneira, o mês é feito sob medida para a nostalgia. Em momentos como esse, muitas vezes recorro ao primeiro poeta que sempre amei, Lawrence Ferlinghetti. No ensino básico, memorizei “ O Pennycandystore além do El ” e recitei diariamente para mim mesmo, um tipo estranho de mantra. Nessa altura, eu considerava-me a menina do poema, uma forma pesada, cheia de tragédia e potencial. Mas agora vejo que sou o gato, passeando entre os doces, sem pressa e sem preocupações. Não sei se serei o homem. Ou talvez seja tudo o que eu sempre fui, sentada na "semi-melancolia", "apaixonada pela irrealidade".
Noor Qasim, This Week’s Reading, in The Paris Review, 22 de novembro de 2019
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