O livro: Peregrinação, de Fernão Mendes Pinto
Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 9º Ano de escolaridade.
Leitura orientada na Sala de Aula
Peregrinaçam de Fernam Mendez Pinto em que da conta de muytas e muyto estranhas cousas que vio & ouuio... / escrita pelo mesmo Fernão Mendez Pinto. - Em Lisboa : por Pedro Crasbeeck : a custa de Belchior de Faria, 1614.
Fonte: Biblioteca Nacional Digital - http://purl.pt/82
No século XVI, Fernão Mendes Pinto (Montemor-o-Velho, 1509-11 - Pragal, 8 de julho de 1583) percorreu o Oriente, interdito aos ocidentais até aí. De regresso contou as suas aventuras, num relato que muitos consideraram fantasiosa. Hoje é consensual o valor histórico e literário do testemunho desta Peregrinação.
No livro, o autor narra a sua vida, de aventuras e desventuras, e as suas viagens pelo Oriente, ao longo de 21 anos, em relatos com descrições muito pormenorizadas dos povos, das línguas e das terras por onde passou e onde revela admiração e fascínio pela grandiosidade dessas civilizações.
No Ocidente da época ninguém acreditava que o Oriente fosse assim tão rico e tão diferente quanto a tradições culturais. O autor é acusado por muitos de exagero, tendo ficado célebre o dito popular «Fernão, Mentes? Minto!». Contudo, é hoje indiscutível o valor do seu testemunho, escrito com elementos verídicos e de ficção.
Peregrinação torna-se um sucesso, um pouco por toda a Europa da época, pelos conhecimentos amplos sobre o Oriente. Teve dezanove edições, em seis línguas.
Genologicamente, esta obra pertencente à chamada literatura de viagem, próxima do que se poderia chamar crónica de viagem ou diário.
É o livro de viagens da literatura portuguesa mais traduzido e famoso.
Clicar na imagem para aceder ao documentário sobre Peregrinação da RTP Ensina
Obra aptada a BD por José Ruy.
Julho de 2015
Obra adaptada por Aquilino Ribeiro
Ilustração de André Letria
O filme: Peregrinação, releitura da obra quinhentista por João Botelho
Peregrinação, um filme de João Botelho, chegou ao cinema hoje, dia 1 de novembro.
O que diz a crítica
Luís Miguel Oliveira, Público - Ípsilon
Quantas maneiras há de filmar a Peregrinação, quantos filmes (e quais filmes) se podem fazer com o texto de Fernão Mendes Pinto? Esta adaptação de João Botelho, que vem na sequência de outros filmes baseados em textos fundamentais da literatura portuguesa, como o Filme do Desassossego e Os Maias (para não falar das várias incursões de Botelho por este património em momentos diferentes da sua obra), parece a certa altura fazer estas perguntas, e funcionar como se estivesse a propor respostas práticas. E entre elas, é como se só uma hipótese estivesse liminarmente excluída, a do épico solenemente patriótico à la cinema do Estado Novo, com que a Peregrinação de Botelho em momento algum se parece. Para lá disso, a resposta que o filme dá é: muitas, há muitas maneiras de filmar a Peregrinação.
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