[...] quando Obra Aberta saiu, vi‑me envolvido num trabalho de ataque e de defesa que se arrastou por alguns anos. De um lado os amigos do Verri, o núcleo do futuro «Grupo 63», que se reconheceu em muitas das minhas posições teóricas, do outro lado os outros. Nunca vi tanta gente assim tão ofendida. Parecia que tinha insultado as suas mãezinhas. Diziam que não era assim que se falava de arte. Cobriram‑me de insultos. Foram anos de grande diversão."
Eco, Umberto, "Da parte do autor", Obra Aberta. Lisboa:Relógio D'Água, 2016, p.10.
"Nesta obra, Eco aborda a música serial, Joyce, a literatura experimental, a pintura informal, as estruturas temporais dos diretos televisivos, o novo romance, o cinema de Antonioni a Godard e a aplicação da teoria da informação à estética. A partir de uma série de pontos de vista diversos, elabora uma nova visão da arte contemporânea e dos modelos cognitivos que ela propõe, oferecendo uma espécie de metáfora epistemológica, que de modo autónomo apresenta uma definição do mundo próxima das novas metodologias científicas.
Surgida no início dos anos 60, a obra alimentou sucessivas polémicas ao propor uma abordagem estética não tradicional. Obra Aberta, entretanto prolongada em Os Limites da Interpretação, permanece ainda hoje uma referência para as discussões sobre a linguística, a interpretação literária e o papel das vanguardas artísticas."
Relógio D'Água
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