segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Aldo Manuzio: o inventor do itálico



Mostra | 22 set. - 31 dez. 2015 | BNP | Sala de Referência | Entrada livre

"Em Setembro de 1500, em Veneza, é impresso na Casa de Aldo Manuzio (ca 1450-1515) um livro com a correspondência de Catarina de Siena, a freira dominicana canonizada e nos dias de hoje aceite como Doutora da Igreja. O livro inclui uma gravura da Santa, idealizando uma das muitas experiências de êxtase do seu casamento místico com Jesus, trocando com ele o seu coração.
 
 
Gravura de Santa Catarina de Siena, [Epistole. Orazioni scelte], Bartolommeo de Alzano,
Veneza, Aldo Manuzio, setembro 1500 (BNP INC. 1123)


Poderia ser um livro, um simples livro ilustrado, como muitos dos outros que eram impressos na cidade italiana. Porém a gravura apresenta três frases escritas - «iesu dolce; iesu amore; iesu» - numa letra diferente de todas as outras que a tipografia experimentara e conhecera até então: uma letra levemente inclinada à direita, um ductus que Aldo Manuzio desenhara e fizera abrir pelo gravador Francesco Grifo e que ajudava a expressar e a destacar o êxtase sentido pela santa. Um tipo novo que depressa começou a correr mundo e que hoje é conhecido como itálico. Uma forma de letra que no meio de um texto extenso se destaca e chama a atenção do leitor.
 
 
Marca de impressão [Epistole. Orazioni scelte], Bartolommeo de Alzano, Veneza, Aldo Manuzio, setembro 1500 (BNP INC. 1123)
 
Ao passar o quinto centenário da morte de Aldo Manuzio (c. 1450-1515), o homem que ajudou a transformar a tipografia em arte, a Biblioteca Nacional de Portugal e a Universidade Nova de Lisboa – através do Centro de Estudos Históricos (CEH) e do Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (CHAM) – associaram-se em torno dessa mesma efeméride, organizando uma mostra da obra dos prelos venezianos aldinos – escolhida entre o acervo que se encontra à guarda da BNP – e de um seminário, evocando não só o tipógrafo e humanista, mas também o itálico como um dos seus grandes legados à humanidade."

Comissário: João Alves Dias
 

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