A Associação Portuguesa de Escritores atribuiu o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB 2014 ao livro Retrato de Rapaz - Um discípulo no estúdio de Leonardo da Vinci, de Mário Cláudio, publicado pela Dom Quixote.
Este livro é o segundo de uma trilogia de novelas que Mário Cláudio dedicou à relações entre pessoas de idades distintas. Ficciona a vida de Giacomo, um discípulo no estúdio do pintor renascentista Leonardo da Vinci.
Farto do descaminho de Giacomo, o pai vem deixá-lo ao estúdio de banho tomado, mas ainda com andrajos e piolhos, para que o artista que exuma cadáveres e constrói máquinas voadoras o endireite e faça dele seu criado. A beleza do rapaz impressiona, porém, Leonardo, que logo pensa nele para um anjo, concluindo porém que lhe assentam melhor corninhos de diabrete, e assim o rebatizando como Salai. Serão, de resto, os pecadilhos do rapaz que o farão cair nas boas graças do amo e o elevarão à categoria de aprendiz sem engenho mas com descaramento para emitir opiniões, borrar a pintura, traficar pigmentos e até surripiar desenhos. E, num jogo de pequenas traições mútuas, vai-se criando entre Salai e o pintor uma cumplicidade que os aproximará como se fossem pai e filho. Mas eis que irrompem na vida de ambos Três Graças viciosas que semeiam a discórdia e o ciúme, ameaçando fazer esmorecer a estrela que os reuniu…
Retrato de Rapaz é uma novela fulgurante sobre a relação entre mestre e discípulo, nem sempre isenta de drama e deceção, e sobre a criatividade de um artista genial em tudo, mesmo na gestão dos seus afetos. Com a presente obra, Mário Cláudio compôs, com a arte e a mestria a que nos habituou, um retrato belíssimo que pode ser apreciado como uma pintura.
Retrato de Rapaz é uma novela fulgurante sobre a relação entre mestre e discípulo, nem sempre isenta de drama e deceção, e sobre a criatividade de um artista genial em tudo, mesmo na gestão dos seus afetos. Com a presente obra, Mário Cláudio compôs, com a arte e a mestria a que nos habituou, um retrato belíssimo que pode ser apreciado como uma pintura.
A trilogia foi iniciada em 2008, com Boa noite, senhor Soares*, no qual é revisitado o semi-heterónimo Bernardo Soares, de Fernando Pessoa, e a relação com António, "moço de escritório", e concluída este ano com O fotógrafo e a rapariga, sobre o escritor Lewis Carroll e Alice Lidell, que inspirou Alice no País das Maravilhas.
Mário Cláudio, pseudónimo literário de Rui Barbot Costa, está entre os escritores mais premiados da literatura portuguesa, tendo-se dedicado à poesia, ao teatro, ao ensaio e ao romance, sobretudo o de cariz histórico. Em 2004, foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa pelo conjunto da obra literária.
Criado em 1982, o Grande Prémio de Romance e Novela da APE teve, nesta 33ª edição, o apoio da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Imprensa Nacional - Casa da Moeda, do Camões, I.P. e da Sociedade Portuguesa de Autores.
* título disponível na biblioteca
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