Prefaciar o livro “Educação para os media em prática” é uma honra para qualquer investigador que valorize a importância da educação mediática no mundo contemporâneo. A presença dos meios de comunicação social em todas as áreas da nossa vida é tão global e avassaladora que marcam os nossos padrões de vida, lazer, trabalho, mobilidade... e em muitos casos também de pensamento. Hoje ninguém consegue abstrair-se do poder omnipotente e omnipresente dos meios de comunicação social em todos os cantos da nossa existência; “Convivemos” com os meios de comunicação, “coexistimos” com eles, sem alternativa possível. No lugar mais remoto, onde chega um sinal elétrico, diz-se que hoje uma 'tela' é colocada diante de uma lâmpada ou abajur para iluminar. Viver sem celular ou celular, mesmo que seja por curtos períodos de tempo, gera problemas de ansiedade e um profundo sentimento de estar isolado do mundo. Perante esta realidade, a alternativa não pode ser incentivar a desconexão, nem pensar que a hiperconexão selvagem nos torna mais informados e comunicados. Estas atitudes dicotómicas aproximam-nos, de forma fictícia e falsa, daquelas já denominadas por McLuhan nas décadas de 60 e 70, como “apocalípticas” e “integradas”, construções teóricas distantes da prática mas que rotulam estas atitudes hipercríticas ou supraconformistas. que só levam a becos sem saída. Dados os grandes desafios que a comunicação contemporânea nos coloca, só há espaço para uma utilização crítica, inteligente e ativa dos meios de comunicação.
Dados os grandes desafios que a comunicação contemporânea nos coloca, só há espaço para uma utilização crítica, inteligente e ativa dos meios de comunicação, gerados a partir de um processo de literacia mediática (audiovisual, multimédia, interativa... até com inteligência artificial) que permita às pessoas conhecer e compreender os meios de comunicação social, fazendo deles um uso razoável e ativo, permitindo-lhes tirar partido de todas as suas imensas virtualidades, mas também discriminar os seus aspetos de manipulação, desinformação e vício, para além da própria realidade. apresenta-nos pela primeira vez em Portugal como um texto útil e prático para professores do ensino básico e secundário de todo o país (também de todos os países de língua lusófona, especialmente do Brasil) que se aventuram na educação mediática dos seus alunos.
Prefácio. Dr. Ignacio Aguaded. Catedrático da Universidade de Huelva (Espanha)
Presidente da Red Científica Euroamericana “Alfamed”
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