A abordagem intercultural aproxima-se do chamado multiculturalismo crítico, que consiste em entender que as relações culturais não foram, nem são, pacíficas estão atravessadas por relações de poder, envolvendo preconceitos, discriminações e batalhas diversas.

Portanto, as categorias que constituem a identidade já não são entendidas como estanques e dissociadas de um contexto sociohistórico, mas, sim, como produto das lutas sociais sobre signos e significações.

Segundo essa perspetiva, o papel da educação é despertar para o reconhecimento das diferenças, com o objetivo de construir uma sociedade que articule políticas de igualdade e de identidade. Porém, só conseguiremos atingir esse objetivo se partirmos do questionamento do caráter monocultural que está presente na escola.

Por outras palavras, é necessário reconhecer que a visão predominante de multiculturalismo na nossa sociedade é a primeira: a assimilacionista que pretende abranger todos os grupos, desde que estes se integrem passivamente à ideologia dominante. E é esse assimilacionismo que dá origem ao identitarismo estanque!

Uma educação para a negociação cultural envolve resgatar os processos de construção das identidades culturais e promover experiências significativas de interação. Afinal, nenhuma cultura é monolítica, e nenhuma cultura é completa em si mesma. Seres humanos são diferentes entre si.

A única forma de construir uma sociedade plural e democrática é educar para a diferença.

Três abordagens para o multiculturalismo - Realvi. (2020). Retrieved 5 April 2022, from https://blog.realvi.com/tres-abordagens-para-o-multiculturalismo/ (com adaptações)