quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Uma história que começou numa noite de chuva



Era de noite e chovia. O meu recente amigo Zé Leonel aguardava por mim naquele rés do chão ali para as bandas da Judiciária... Lá dentro, um tipo moreno, magro e alto, de gabardina e galochas, esperava que vagasse a sala de ensaio alugada. Eu nem sabia que havia salas de ensaio para alugar, por isso tinha pedido um baixo emprestado em Almada e lá fui com ele no cacilheiro e no elétrico. Como era costume com o Zé Leonel, começámos por fazer um ‘cachimbinho’ de prata e convivemos um bocado, até que o tal moreno, que se chamava Zé Pedro, começou a arranhar umas guitarradas, que eu tentei acompanhar no baixo. [...] 
Aqui cabem muitos momentos que não puderam ser descritos. Ficam à laia de lembrança: os concertos no Rock in Rio; os concertos no Porto e o carinho e a força que sempre ali nos dedicaram (não desfazendo em ninguém); as viagens de carrinha e de avião; as sessões de autógrafos com mais ou menos gente; as tascas, os companheiros de balcão e a sua verdade; as discotecas e as suas incongruências; as entrevistas, as sessões fotográficas, os vídeos e quem os fez; as bandas; os clubes de rock... A amizade!


 Estes são extratos do texto que Tim, dos Xutos & Pontapés, escreve sobre os dez momentos mais marcantes de uma história que começou numa noite de chuva. 

Foi publicado no expresso, a 4 de novembro, dia que marca o último concerto de Zé Pedro e o fim da digressão de 2017 dos Xutos & Pontapés. 

Pode ser lido AQUI


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