sexta-feira, 22 de abril de 2016

Cervantes, o autor do Quixote morreu há 400 anos


“Dom Quixote é uma obra tão original que quase quatro séculos depois continua a ser a obra de ficção em prosa mais avançada que existe. E mesmo assim é subestimada: é ao mesmo tempo o romance mais legível e, definitivamente, o mais difícil”, escreveu o crítico literário Harold Bloom sobre a obra de Miguel de Cervantes, que morreu há 400 anos, a 22 de abril de 1616. O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote da Mancha, cuja primeira parte foi publicada em 1605, abriu tantos caminhos para a literatura que o mais seguro será dizer que nenhum grande escritor faltou ao encontro com o seu Dom Quixote.


Dom Quixote de La Mancha, de Nikolaj Wilhelm-Marstrand (pintor dinamarquês do séc. XIX)


As sete maravilhas de Dom Quixote de La Mancha, segundo Bruno Vieira Amaral

  1. A dupla D. Quixote e Sancho Pança
  2. Dulcineia de Toboso
  3. A estrutura
  4. A Novela do Curioso Impertinente
  5. Os moinhos de vento
  6. O discurso das armas e das letras
  7. A ilha de Barataria



"Sátira aos romances de cavalaria ou homenagem definitiva ao género? Crítica ao idealismo inoperante ou elogio aos que procuram transformar o mundo ainda quando este lhes responde com pedradas? Comédia desbragada ou romance total? Dom Quixote, tal como todos os clássicos que chegaram até nós, é um livro infinito porque infinitas são as leituras possíveis e porque Cervantes combinou elementos tão diversos que é impossível reduzi-lo a uma única dimensão, tema ou estilo. Entre as inúmeras maravilhas que animam o livro e colonizaram a imaginação dos leitores ao longo de gerações escolhemos sete."



1. A dupla Dom Quixote e Sancho Pança

Num ensaio em que procurava as razões para a relativa obscuridade de Francisco de Quevedo, escritor espanhol do século XVII, Jorge Luis Borges dizia que não havia na sua obra o menor estímulo ao sentimentalismo. Além disso, e mais importante, Quevedo não tinha sido capaz de encontrar um símbolo que capturasse a imaginação dos leitores. Melville tinha a baleia; Kafka, os seus “crescentes e sórdidos labirintos”; Cervantes, o “afortunado vaivém de Sancho e de Quixote”. São inúmeras as razões para nos maravilharmos com Dom Quixote e a química entre os dois personagens principais não será a menor delas. Fraco de entendimento, Sancho Pança acompanha Dom Quixote na esperança de vir a reinar uma ilha. Mesmo assim, é dele a voz sensata que procura dissuadir o cavaleiro andante de se meter em trabalhos.





O clássico da Literatura Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes está disponível na Biblioteca, para consulta presencial e domiciliária.






Trabalhos de ex-alunos da Camilo sobre Dom Quixote, de Cervantes


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