sexta-feira, 12 de junho de 2015

Ouvir ler os clássicos: A Odisseia, de Homero




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Na Grécia antiga, poesia e educação coincidiam. O cantar e o ouvir os cantos dos poetas constituía um método de ensino e inseria-se numa relação não de apresentador e ouvinte, mas sim na de educador e educando.



Leitura dos versos iniciais da Odisseia, na língua de Homero, por José Miguel Fernandes, aluno de grego, do 12º F:







 
 


A poesia como fenómeno educador fundamental da Grécia antiga

Homero no dizer de Platão foi “o educador da Hélade” (thn Hlada pepaideuken).* De fato, Homero deu ao povo grego, juntamente com a paidéia, a língua, as artes e a fé religiosa nos seus deuses olímpicos. A Ilíada e a Odisseia são os textos de base da paidéia grega. Nos mitos homéricos encontram-se personagens de extrema bravura, honestidade, sabedoria e um elevado senso de justiça, como por exemplo Aquiles, Ulisses e Heitor, que se tornaram heróis modulares para os gregos, que deveriam seguir-lhes o exemplo. O homem grego aprende desde a mais tenra idade a respeitar os seus deuses e a crer nos seus mitos. Esse modelo educativo, que recorria a essas histórias ainda que fantásticas, objetivava a formação de um cidadão ético, justo e sábio, portanto, a formação do homem aristocrata. Os heróis encontrados na Ilíada e na Odisseia incorporam as características fundamentais de ser humano da época, do seu ethos.
 
* Platão, República, X, 606
 
MURARI, Juliana Cristhina, PEREIRA MELO, José Joaquim (2009). A poesia homérica como instrumento educador fundamental na Grécia antiga. Brasil: Seminário de PPE, Universidade Estadual de Maringá, p. 7
 
 
  
 
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