O Meu Irmão, de Afonso Reis Cabral, é o romance vencedor do Prémio LeYa 2014.
O autor, de 24 anos, é descendente do escritor José Maria Eça de Queiroz, autor de Os Maias. Recentemente, leu para o Jornal Público um excerto do livro que chega em breve às livrarias.
A leitura do extrato pode ser ouvida aqui.
O autor, de 24 anos, é descendente do escritor José Maria Eça de Queiroz, autor de Os Maias. Recentemente, leu para o Jornal Público um excerto do livro que chega em breve às livrarias.
A leitura do extrato pode ser ouvida aqui.
Reproduzimos um excerto da entrevista a Afonso Reis Cabral, conduzida por Isabel Lucas, do Público
“Isto é tudo muito novo”, continua Afonso Reis Cabral sem encontrar um sentimento capaz de definir o que lhe tem acontecido desde o dia 17 de Outubro, quando lhe ligaram a dizer que era o vencedor do Prémio Leya a que tinha concorrido em Maio passado. E logo o rótulo, o mais novo escritor, um escritor tão novo para escrever de forma tão negra, ou, nas palavras do júri, surpreendente pela forma “objetiva” com que trata um tema que poderia cair no excesso de sentimento, a “violência” que estas situações humanas podem desenvolver” num “retrato social que evita tomadas de decisão fáceis, obrigando a um investimento numa leitura que nos confronta com a dificuldade de um mundo impiedoso”. Afonso diz apenas que não se sente assim tão jovem e que não é um jovem escritor. “Escrevo muito e há muitos anos”, afirma. Desde os nove e em reação ao fado de Amália. “É verdade. Foi quando ela morreu que comecei, ao ouvir o que cantava. Eu tinha nove anos e ela de repente estava a cantar em todo o lado, a voz sobrevivia-lhe e era uma voz de tal maneira extraordinária… Foi através da voz que cheguei à poesia porque ela cantava poetas e isso dava ao fado uma profundidade ainda maior. Comecei a escrever poemas e foi um bocado o instinto. Tive a felicidade de nascer numa família com tradição literária e havia muitos livros em casa. Os meus pais são leitores ávidos e estava muito familiarizado com a leitura.” Incentivaram-no. “Quando eu tinha 12 anos o meu pai comprou-me um CD do João Villaret a dizer poesia de Fernando pessoa e eu ouvia aquilo a andar de bicicleta.” São imagens que surgem ligadas a esses primeiros momentos em que escrita e leitura não pareciam separáveis. “Tenho uma irmã 12 anos mais velha. Um dia, eu tinha uns três ou quatro anos, entrei na cozinha e ela estava a olhar para um livro, imersa num mundo que eu não entendia, e achei aquilo mágico. Que mundo era aquele tão atraente que lhe prendia a atenção? Eu queria muito saber o que era. Essa imagem nunca mais me largou. Mais tarde percebi que ela estava a ler o Tio Patinhas, mas isso que me fez rir não bastou para matar o fascínio que aquela cena me deu.”
Ver Retrato de um escritor quando mesmo muito jovem, a entrevista
completa ao jovem escritor.
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