1717-2017
Terceiro centenário do lançamento da 1ª pedra
"Foi a pedra principal benzida, a seguir a pedra segunda e a urna de jaspe, que todas três iriam ser enterradas nos alicerces, e depois foi tudo levado em procissão, de andor, dentro da urna os dinheiros do tempo, ouro, prata e cobre, umas medalhas, ouro, prata e cobre, e o pergaminho onde se lavrara o voto, deu a procissão uma volta inteira para mostrar-se ao povo que ajoelhava à passagem, e, tendo constantemente motivos para ajoelhar-se, ora a cruz, ora o patriarca, ora el-rei, ora os frades, ora os cónegos, já nem se levantava, bem poderemos escrever que estava muito povo de joelhos. Enfim se encaminharam el-rei, o patriarca e alguns acólitos para o sítio onde se havia de colocar a pedra e as pedras, descendo por uma espaçosa escada de madeira que tinha trinte degraus, porventura em memória dos trinte dinheiros, e de largura mais de dois metros."
José Saramago, Memorial do Convento, Lisboa: Caminho, 12ª edição, 1984, p. 135
Imagem: Direção Geral do Património Cultural
"Estamos perante o monumento português que melhor reflecte o que podemos chamar de Obra de Arte Total: arquitetura, escultura, pintura, música, livros, têxteis… enfim, um património tipologicamente diversificado, coerentemente pensado e criteriosamente encomendado para este Palácio/Convento/ Basílica/Tapada e que aqui configura uma realidade única."
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